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13 janeiro 2020

CEILÂNDIA-DF - Espancada por tatuador, vítima deixará DF por medo do ex-namorado



Jovem de 22 anos foi mantida em cárcere privado por 11 dias e chegou a ficar sem comer. Com marcas pelo corpo, ela viaja nesta Segunda-feira.


               O sonho de ter uma vida diferente, conseguir um emprego e crescer profissionalmente acabou para Viviane* (foto em destaque), 22 anos. Há sete meses, ela saiu do Nordeste e veio para o Distrito Federal em busca do sonho de crescer. 

               Pouco após chegar, conheceu o tatuador José Messias Alves, 37 anos. Dependente químico, ele é acusado de agressões e de manter a ex-namorada em cárcere privado por 11 dias. O tormento só acabou em 10 de Janeiro, quando ela foi resgatada. 

               Nesta Segunda-feira (200113), Viviane* deixará o Distrito Federal com a irmã e voltará para a terra natal.

               O Metrópoles esteve na casa de Viviane* na tarde deste Domingo (200112) e ela relatou o drama vivido nos últimos dias. Balconista de padaria, ela contou que as agressões começaram na véspera de Natal. Em sua própria residência, localizada em Ceilândia-DF, ela foi amordaçada, agredida com uma barra de ferro e outros objetos, além de submetida à pressão psicológica. 
               Ainda ficou dois dias sem comer ou beber nada.


               Hoje, está com manchas roxas por todo o corpo: rosto, barriga, pernas e braços. Depois de tudo que viveu e com traumas, a vítima contou que agora quer se recuperar. 

“Vai ser difícil voltar a confiar em outra pessoa, mas eu vou tentar”
               Disse.

               Viviane* contou que conheceu José Messias há seis meses e que ele foi morar com ela em 06 de Dezembro, quando o tatuador saiu de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos.

               Assim que começaram a se relacionar, José colocou uma faca no pescoço dela. Na época, Viviane* achou que fosse só uma cena de ciúmes e não levou a sério. A segunda agressão de que a vítima se recorda foi em 24 de Dezembro, quando apanhou do tatuador.


               As cenas de violência aumentaram até ela ser mantida em cárcere privado. A jovem conta que tinha conhecimento sobre uma acusação de homicídio contra o ex-namorado e do histórico de agressões, porém, não acreditou. 

“Não vi no olhar dele que poderia fazer algo de mal contra mim”
               Relatou.

               Sobre a internação na clínica de reabilitação, a vítima contou que José Messias não foi liberado: ele teria fugido após tentar matar uma pessoa no local. 

“Ele disse que não podia voltar para a clínica nem para a casa de nenhum parente”
               Completou.

Prisão

               Mesmo com a prisão em flagrante do tatuador, Viviane* não se sente segura para permanecer na capital nem no emprego que tinha como balconista em uma padaria. 
               Ela tem medo de morrer.


               Segundo a irmã dela, o retorno para o Nordeste será um alívio para a família. “Estou feliz por levá-la de volta”, disse ao Metrópoles. Porém, as duas ainda estão temerosas, pois o agressor teria ameaçado o primo de ambas. 

“O José sabe onde ele mora. 
Se for solto, é capaz de matá-lo”
               Disse a irmã da vítima.

“Pó e pedra”

               Segundo Viviane*, nos dias em que foi mantida presa e torturada, o namorado se drogava, “usava pó e pedra”. Segundo a vítima, quando estava sob o efeito dos entorpecentes, ele ficava calmo. 

“Quando passava, ficava enfurecido e voltava a me bater”
               Relatou à reportagem.

               Em uma das 11 noites de cárcere, José Messias precisou comprar droga e permitiu que Viviane* saísse de casa com ele. Isso foi na última Quinta-feira (200109). Ela vestiu calça e blusas de mangas compridas e soltou o cabelo para ir com o tatuador até o ponto de venda de entorpecentes. 


“Eu precisava respirar, então ele me deixou sair. Porém, me ameaçou durante todo o caminho, de ida e de volta, com uma faca. Eu não consegui fugir”
               Disse Viviane*.

Ameaças

               Na Quinta-feira em que saíram de casa, Viviane* relatou que teve medo de morrer. A mulher e o então namorado estavam voltando para a residência com um carro de aplicativo de transporte quando viram a polícia na porta da casa dela. Um colega de trabalho havia denunciado o sumiço da jovem. 

“José começou a me enforcar no carro e ameaçou o motorista com uma faca”
               Segundo relata a vítima.

               De lá, partiram para a casa da irmã do tatuador. Após ser espancada, dessa vez na frente dos sobrinhos, a irmã teria dito ao agressor: 

“Não bate mais nela hoje, deixa para amanhã. Hoje, ela não aguenta mais, se continuar ela vai morrer. Amanhã você bate mais”
               Relatou a vítima.

               Um dia depois, José e Viviane voltaram para casa. O tatuador chamou uma ex-namorada para o local. Claudia* havia recebido vídeos de Viviane* sendo espancada e um pedido de ajuda do tatuador. Ciente de que a polícia o procurava, ele combinou com as duas para que mentissem em depoimento. 
               A ex falaria que os machucados teriam sido fruto de uma briga entre elas.


               Claudia* se recusou. Ele ordenou, então, que ambas falassem que as agressões ocorreram em uma festa. As duas concordaram, mas, ao chegar na delegacia, contaram a versão real do cárcere privado deste o dia 31 de Dezembro. Naquele momento, ela foi resgatada e inserida no programa de proteção às vítimas.

               De acordo com o delgado responsável pelo caso, Gutemberg Morais, a vítima estava em choque quando chegou à delegacia. 

“Ela parecia não estar ciente da situação. 
Estava em choque”
               Afirmou o delegado da 15ª Delegacia de Polícia - Ceilândia.

               Às vítimas de violência, Viviane* deixou um recado: 

“Espero que as mulheres não tenham medo de falar, como eu tive. Uma noite a mais e eu não estaria aqui para contar a minha história.”
*Nome fictício para preservar a identidade da vítima.

LEIA MAIS SOBRE ESTA OCORRÊNCIA - AQUI.

                Com Informações de: Metrópoles.

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JISOHDE FOTOGRAFIAS

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