Seis pessoas foram indiciadas por homicídio qualificado e outros crimes. Jovem de 19 anos teve o bebê sequestrado antes de ser morta em agosto.
Os seis suspeitos de matar e retirar o bebê da grávida Greiciara Belo Vieira, de 19 anos, foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, ocultação de cadáver e subtração de incapaz. O inquérito foi concluído pela Polícia Civil de Ituiutaba-MG e remetido ao Judiciário na última semana.
Se condenados, as penas dos acusados podem ultrapassar 40 anos de prisão.
De acordo com a delegada que conduziu as investigações, Roberta Borges, as condenações vão depender das condições de cada um.
“O máximo que eles poderiam responder em regime fechado são 30 anos de prisão, mas logicamente a somatória das penas ultrapassaria. Mas depende da condição de cada um e do que o júri irá reconhecer. A mandante do crime não tem passagens, por exemplo, então certamente ela teria a pena atenuada”
Comentou.
O indiciamento por homicídio qualificado ocorreu pelo fato de os acusados atraírem a vítima para emboscada, motivo fútil da morte e pela promessa de recompensa da mandante do crime. A pena pode variar de 12 a até 30 anos de prisão.
Shirley de Oliveira Benfica, de 30 anos, foi apontada como a mandante do crime pelos demais envolvidos.
Ela forjava gravidez para enganar o namorado e precisava de uma criança para dar continuidade à farsa.
Os outros envolvidos são a travesti Lucas Mateus Silva, conhecida como Mirela, de 22 anos, o jovem Jhonatan Martins Ribeiro de Lima, 24, a enfermeira Jacira Santos de Oliveira, 60 anos, Luiz Felipe Morais e Michel Nogueira de Oliveira, de 19 e 27 anos respectivamente.
O inquérito foi concluído no dia 6 de setembro após a polícia ouvir todos os suspeitos e testemunhas.
“Foi mantida a versão unânime dos acusados de que a Shirley iria pagar recompensa aos demais pelo crime.
Ela nega o pagamento e nega o crime, só diz que queria uma criança, mas que não mandou matar ninguém.
Se demonstrou até um pouco indiferente em relação a essa afirmação”
Destacou a delegada.
Namorado de Shirley foi ouvido
O homem com quem Shirley mantinha um relacionamento também foi chamado para depor. Ele declarou que não imaginava que a namorada seria capaz de um crime brutal dessa natureza e que acreditava firmemente de que ela estaria grávida de um filho dele.
Como ele morava em Araguari-MG, não se viam com muita frequência e ele não acompanhava de perto a gestação.
Ainda segundo as informações de Borges, o homem ficou em estado de choque com o crime e com o fato de ela ter mentido a gravidez.
“Ela mandava foto com enfermeira o tempo todo, durante nove meses, como se estivesse fazendo o pré-natal.
Também fazia muitas plásticas e dizia para ele que a barriga não crescia por causa de uma abdominoplastia”.
Shirley também era investigada por sequestro de outro bebê em Uberlândia-MG. Ela relatou à polícia que era ex-garota de programa em Uberlândia e que estava estabilizada agora, em um relacionamento sério.
Jovem estava viva quando bebê foi retirado à força de Greiciara estava no final da gestação, morava em Uberlândia e havia desaparecido no dia 18 de agosto.
Ela foi encontrada morta dentro de uma represa quando duas pessoas faziam trilha de bicicleta por uma estrada de terra na zona rural de Ituiutaba-MG.
A vítima estava com os pés amarrados por um tecido e o corpo estava envolvido por uma tela de arame junto a uma pedra. Além disso, tinha o abdômen aberto e as vísceras expostas. Foi então que as investigações começaram e algumas pessoas foram ouvidas para descobrir a motivação do crime e encontrar o bebê, até então, desaparecido.
Um dos seis criminosos envolvidos no crime foi até a delegacia em Ituiutaba e confessou o fato, delatando os demais suspeitos. Durante as investigações, a Polícia Civil averiguou que a recém-nascida, filha de Greciara, foi localizada com vida na casa da vizinha de Shirley, que havia deixado a criança para ganhar tempo e fingir um parto. Segundo a polícia, a vizinha não teve participação no crime e não foi indiciada.
A travesti Mirela era amiga da vítima e a convidou para uma festa em Ituiutaba. Durante o trajeto, doparam Greiciara e a levaram para o local onde a enfermeira faria o parto forçado. Os autores, com exceção de Shirley, confessaram o homicídio com o intuito de roubar a criança.
Eles também confirmaram que a vítima ainda estava viva quando retiraram a criança, e que ela gritava de pânico e dor.
“Inclusive contaram que colocaram um macacão de bebê na boca dela para que parasse de gemer. Ela estava dopada, mas sentia muita dor”
Contou a delegada.
Todos os envolvidos permanecem presos no presídio de Ituiutaba aguardando julgamento na comarca da cidade.
A mãe de Greiciara conseguiu a guarda definitiva da neta após exame de DNA comprovar o parentesco. A decisão foi proferida pelo do juiz da Vara da Infância e Juventude, José Roberto Poiani, no dia 8 de setembro.
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