Danilo Campetti atuou na segurança do então presidenciável Bolsonaro e criticou PT nas eleições. Gleisi Hoffmann pedirá apuração na PF.
A imagem do policial federal Danilo Campetti escoltando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no velório de seu neto em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em SÃO PAULO, no último Sábado (190302), reacendeu o debate sobre o posicionamento político de agentes de segurança.
O integrante da Polícia Federal caminhava à frente do petista. Nas mãos, carrega um fuzil; no peito, sobre o colete à prova de balas, ostentava um distintivo da polícia de Miami/S.W.A.T.
Trata-se da divisão de armas e táticas especiais da polícia norte-americana, um “primo” do Batalhão de Operações Especiais - BOPE da Polícia Militar do Brasil.
Além de ser criticado pelo emblema norte-americano nas redes sociais, a conduta de Campetti pode ser investigada pela Corregedoria da PF. Ao menos, no que depender da intenção da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Ela anunciou neste Domingo (190303) que acionará a corporação para investigar a conduta, considerada por ela irregular, do policial.
As informações são do Jornal O Globo.
Curso nos EUA
Mas afinal, por que Danilo Campetti usava o distintivo da S.W.A.T durante uma operação coordenada pela Polícia Federal brasileira?
Segundo o jornal carioca, especialista em armamentos e instrutor de tiros, o agente atua em uma divisão tática da Polícia Federal - PF e fez cursos de especialização nos Estados Unidos (foto abaixo), onde teria recebido o distintivo.
Ainda de acordo com O Globo, natural de São José do Rio Preto-SP, Campetti faz parte do chamado Grupo de Pronta Intervenção - GPI. A reportagem lembra que, em geral, a PF libera seus agentes para aperfeiçoamento por três meses a cada cinco anos, mas o próprio policial paga pelo curso.
O treinamento de Campetti nos EUA teria durado 80 horas, sendo concluído em 2005. Na época, ele trabalhava na Polícia Civil de São Paulo, que tinha uma parceria com os policiais norte-americanos – informa a reportagem.
“Orgulho hétero” e fotos com “mito”
Contudo, conforme apontaram seus críticos nas redes sociais (antes mesmo de haver informações a respeito da trajetória do agente), Campetti tem perfil de direita.
Em suas postagens nas redes, ele se orgulha de ser “conservador, hétero e adorar armas”, além de repostar mensagens a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e contra o PT, partido de Lula.
O policial se identifica com o atual presidente do país, Jair Bolsonaro (PSL). Ele trabalhou na equipe de agentes federais que fez a segurança do político durante a campanha eleitoral. No período, usou seus perfis na internet para elogiar o então presidenciável. Ao postar mensagens de apoio a Bolsonaro e fotos ao lado do candidato, ele tratava o político como “capitão” e usava a hashtag #mito.
Providências
Neste Domingo, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que vai tomar providências. Para ela, o caso deveria ser analisado pela Corregedoria da PF, conforme postou no Twitter.
Questionada pelo jornal carioca, a PF afirmou que não comentaria a escolta do ex-presidente Lula durante trajeto entre a superintendência da corporação em Curitiba-PR, onde ele está preso desde Abril do ano passado, até São Bernardo do Campo-SP, para acompanhar o velório e cremação do neto Arthur, falecido na Sexta-feira (190301), aos 7 anos, em decorrência de meningite.
A PF também não respondeu sobre as normas para o uso de distintivos em uniformes. Procurado pelo O Globo, o policial não foi localizado até a publicação deste texto.
Com Informações de: Metrópoles.