Inquérito deverá ser finalizado em uma semana, segundo delegada; família da vítima contesta procedimentos adotados durante os exames.
O médico ginecologista que foi denunciando por abuso sexual foi ouvido na manhã desta Sexta-feira (170825), na Delegacia de Mulher em Montes Claros-MG.
De acordo com a delegada do caso, Karine Maia, esta é a segunda vez que ele é ouvido; o interrogatório durou aproximadamente uma hora.
“Ele foi ouvido na delegacia de plantão e agora novamente por mim; foi um depoimento importante porque esclareceu dados e forneceu mais detalhes.
Até agora, outras possíveis vítimas não compareceram à delegacia. Pretendo finalizar o inquérito em até uma semana”
Informou a delegada Karine Maia.
No Sábado (170819), a Polícia Civil informou ao G1 que o laudo inicial descartou que a mulher teria mantido relação sexual recente, mas a delegada Karine Maia esclareceu, nesta Sexta-feira que não é possível afirmar, nesse mesmo exame inicial, se houve ou não, relação sexual recente.
“É importante a gente dizer que o laudo, em crimes de violência sexual, não é a prova única ou a mais importante; há crimes sexuais que não deixam vestígios.
Ainda sobre o laudo, a vítima disse que tomou banhos e, segundo ela, o médico teria ejaculado fora.
Ela demorou para denunciar; o fato ocorreu de manhã. Então, não podemos dizer que a demora do IML tenha causado prejuízos”
Explica.
Cinco pessoas já foram ouvidas, incluindo a vítima.
Na Segunda-feira (170821), a vítima procurou o Ministério Público com o intuito de acompanhar de perto os procedimentos e registrou um termo de declarações.
No documento, entregue ao G1, a vítima fala que houve demora por parte das Polícias Militar e Civil no encaminhamento para os exames necessários.
“A vítima procurou o MP para resguardar seus direitos, possivelmente lesados pela Polícia Militar e Polícia Civil, quando essas adotaram procedimentos incompatíveis com o crime.
Os detalhes da investigação permanecerão em sigilo, para o bom desempenho da busca pela Justiça e para evitar a exposição desnecessária da vítima, que está aterrorizada, necessitando acompanhamento de profissionais especializados.
Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas”
Disse o advogado de defesa Leonardo Santamaria Alkmim Fagundes.
Em nota, a Polícia Militar informou “que o atendimento da ocorrência obedeceu ao procedimento padrão que é determinado para este tipo de caso. Foram destinadas para este atendimento especificamente, até mais de uma viatura policial, visando agilizar as providências, havendo acompanhamento, inclusive, pelo oficial coordenador do turno de serviço. Insta-nos salientar ainda que a própria vítima alega que o fato ocorreu pela manhã e ela somente procurou a PM no final da tarde."
Com Informações de: G1.