Segundo relato da vítima à polícia, casal alegava que os parentes dela poderiam morrer se não fizesse o 'sacrifício'. Eles negam abusos.
Um pastor e a mulher dele foram presos na Sexta-feira (170922) por suspeita de estupro em Edeia-GO, na Região sul de Goiás.
Segundo a Polícia Civil, ele abusou de uma menina da igreja que ele pregava, com a conivência da esposa, alegando combater a “maldição do sexo”.
O casal nega as acusações.
O mandado de prisão temporária foi expedido após a denúncia da vítima, de 16 anos. O delegado responsável pelo caso, Quéops Barreto, explicou que os abusos começaram quando ela tinha 13 anos e duraram cerca de 2 anos.
“O pastor disse que ela deveria fazer o ‘Sacrifício de Abraão’ porque ela tinha a maldição de sexo e só quebrava com sexo. Ele falava que, se não fizesse, a mãe e os irmãos iam morrer, usava a fé e o medo”
Explicou Barreto ao G1.
De acordo com o delegado, a mulher do pastor tinha conhecimento dos abusos.
“As tratativas eram feitas com a esposa. Ela dizia que a vítima precisava fazer aquilo, ensinava a fazer o ritual”
Relatou.
Barretos explica que o pastor abusou da menina em quase 20 ocasiões. A menina ia para a igreja, e ele a levava para a casa dele, que fica nas proximidades.
“Primeiro, ele disse que era preciso de três relações, depois mais sete e depois mais sete.
Ele disse que mesmo se ela fizesse, ia permanecer virgem”
Relatou.
A mãe da vítima não tinha conhecimento dos abusos. Na época, segundo a polícia, o pastor chegou a fazer a mesma proposta para ela, mas não obteve êxito.
Assim, a mãe deixou a igreja.
Denúncia
De acordo com Barretos, a caso só foi descoberto agora porque a mãe da vítima estranhou o comportamento da filha relacionado à questão de virgindade no namoro.
Ao questioná-la, a adolescente revelou o que aconteceu.
O casal está detido na unidade prisional de Edeia. Eles devem responder por estupro de vulnerável, já que ela era uma criança quando o crime ocorreu.
O delegado acredita que o casal pode ter feito outras vítimas. Com a divulgação do caso, Barretos espera que elas também os denunciem. Caso comprove as relações com fiéis com mais de 18 anos, eles podem ser indiciados por violação sexual mediante fraude.