Josué Nogueira foi morto com tiro na cabeça em 19 de julho. Policial penal permanece preso, defesa diz que ainda não teve acesso ao relatório de indiciamento e que vai se manifestar quando for intimada.
A Polícia Civil indiciou o policial penal investigado pela morte de Josué Nogueira, de 16 anos, por homicídio triplamente qualificado. O adolescente faleceu após ser atingido por um tiro na cabeça.
O crime ocorreu em 200719, na Vila Anália, em Montes Claros-MG.
Durante uma coletiva de imprensa, realizada nesta Terça-feira (200818), o delegado Bruno Rezende deu detalhes sobre o trabalho feito nos 30 dias de investigação. Sobre as qualificadoras atribuídas ao crime, explica que foram identificadas: Impossibilidade de defesa da vítima, perigo comum e motivo fútil.
O policial penal permanece preso.
O responsável pela Delegacia de Homicídios falou que mais de 40 oitivas foram realizadas, além dos laudos do local, de necrópsia e de análise de imagens de câmeras de segurança. A equipe fez ainda várias diligências no local para fazer um recorte temporal e cronológico da movimentação dos jovens.
“Não há de se falar em crime com motivação racial e nem em execução sumária, a queima roupa, já que o disparo foi à distância e em direção aos meninos correndo pelo passeio. O tiro foi efetuado a uma distância de 45/50 metros, ele mirou em direção ao grupo e assumiu o risco do resultado mais danoso, como de fato ocorreu.”
Sobre o dia do crime
No dia da prisão, o policial alegou que teria disparado após ter a casa atingida por pedras e garrafas durante a madrugada. A polícia não encontrou evidências de que os fatos ocorreram da forma apresentada por ele.
“Os próprios jovens confirmaram que houve perturbação, mas entre eles e não em direção à residência do autor”
Diz o delegado.
No dia do homicídio, seis jovens estavam reunidos em uma casa para comemorar um aniversário. A residência fica em um terreno com vários outros imóveis. Todos eles moravam na vizinhança e eram conhecidos do policial, que residia bem perto do local.
“Quatro dos jovens pediram um lanche. Após comerem, dois começaram brincadeiras entre si, eles jogaram algumas pedras e correram. Nessas brincadeiras, quebraram uma garrafa e correram para dentro de uma das casas com medo de que alguém pudesse chamar a atenção deles”
Fala o delegado.
Após verificarem que não havia ninguém na rua, os jovens saíram e Josué foi atingido.
De acordo com Bruno Rezende, a versão do agente de que um dos jovens teria partido para cima dele também foi desqualificada por meio do lapso temporal identificado nas análises das câmeras de segurança.
“As imagens colhidas foram periciadas, não houve alteração ou manipulação de imagens. O sistema de gravação foi devidamente analisado e estava em perfeito estado”
Destaca.
Policial está preso
Atualmente, o policial penal permanece preso em virtude de prisão preventiva. Ele chegou a ter a liberdade provisória decretada horas após ser detido em flagrante no dia do crime.
“Na ocasião, o juiz e o promotor de plantão entenderam que ele não oferecia risco naquele momento para o processo. Levando-se em consideração que tinha bons antecedentes criminais e residência e emprego fixos, a liberdade foi concedida. Posteriormente, foi feito o pedido de prisão preventiva, que o mantém preso por tempo indeterminado”
Fala o delegado.
O caso segue para que o Ministério Público decida se oferece denúncia ou se há necessidade de alguma complementação por parte da Polícia Civil.
O que diz a defesa
A defesa afirmou ao G1 que não poderia se manifestar porque ainda não teve acesso ao relatório de indiciamento, que é encaminhado da Polícia Civil para o MPMG. Destacou que assim que for intimada, irá prestar os esclarecimentos.
Com Informações de: G1.
