Fabrício Vilela foi cuspido e agredido no Centro de Ituiutaba no último Sábado (180120). Ele disse que insultos por parte do agressor ocorriam há anos.
O historiador e ativista LGBT, Fabrício Marçal Vilela, registrou um boletim de ocorrência relatando ter sido vítima de agressões e ameaças motivadas por homofobia.
O crime ocorreu no último Sábado (180120) no Centro de Ituiutaba-MG quando ele e a irmã voltavam de uma sorveteria e passaram pelo suspeito na rua.
No registro, a vítima relata que foi agredida por socos e pontapés na altura do cruzamento da Rua 22 com a Rua 15.
O suspeito ainda o insultou usando palavras pejorativas e dizendo que não gostava de homossexuais. A Polícia Militar - PM informou que fez rastreamentos nas proximidades para tentar localizar o agressor, mas ele não foi encontrado.
Ao G1, o ativista contou que as ameaças e ofensas ocorriam há alguns anos quando ele e um grupo de amigos criaram o coletivo “As Cores do Pontal” no campus da Universidade Federal de Uberlândia - UFU, com o intuito de discutir a diversidade sexual e gênero no âmbito da comunidade acadêmica.
“Isso começou a gerar incômodo em algumas pessoas, inclusive nele, que cursava Física na época. A gente começou a discutir no Facebook e, como ele morava próximo de casa, às vezes eu esbarrava com ele na rua e sempre era chamado de bicha, viado e outros termos usados para inferiorizar gays”
Contou o jovem de 26 anos.
Ele e os amigos chegaram a fazer alguns prints dos ataques em redes sociais, mas segundo o historiador, até então, não previa que as agressões verbais iriam avançar para os ataques físicos.
Durante a noite do último Sábado, Marçal relatou que foi cuspido pelo agressor e, assustado com a situação, arremessou o copo de água que segurava contra o suspeito.
“Aí ele veio me encarar, tentar provocar, me chamando de viado e dizendo que bichinha tinha que apanhar. Mas eu dei de ombros e continuei andando. Fui avisado por dois rapazes que ele estava voltando correndo em minha direção e tentei me defender. Ele me deu uma gravata e entramos em luta corporal. Ele só parou quando esses outros rapazes se aproximaram”.
O jovem sofreu algumas escoriações pelo corpo e os amigos, bem como o coletivo ao qual ajudou a fundar, começaram a divulgar o caso nas redes sociais. As fotos e perfil do suspeito no Facebook, que foi desativado, também foram postadas e outras pessoas começaram a relatar que já foram vítimas de ofensas e perseguição por parte do suspeito.
Inclusive, em um dos posts, uma jovem conta que viu o suspeito entrando em um supermercado nesta Terça-feira (180123) e avisou a polícia.
A assessoria de comunicação da PM informou que o caso foi encaminhado para a Polícia Civil, pois foi feito rastreamento pela região e o suspeito não foi localizado.
Já a Polícia Civil informou ao G1 que a investigação será aberta se a vítima entrar com uma representação na delegacia. No entanto, não soube informar se este procedimento já foi feito, pois a delegada responsável por casos dessa natureza não se encontrava na delegacia.
O ativista disse que vai adotar as medidas cabíveis para que o caso sirva de exemplo para que outras pessoas que tenham discurso homofóbico se sintam intimidadas e que mais pessoas possam ter o direito de ir e vir, expressando sua afetividade em público, sem serem agredidas ou insultadas.
“É um sentimento de raiva e revolta.
A gente nunca pensa que isso vai acontecer com a gente. Espero que seja feita justiça com a prisão ou uma internação no caso de ele ter alguma doença psicossomática, não sei. Mas sem dúvidas uma pessoa que agride gays, lésbicas e negros não pode estar no convívio social”
Opinou Fabrício.