Morador da Vila Planalto foi feito refém quando chegou em casa por volta das 2h; ele foi vendado, amordaçado e agredido fisicamente. Criminosos levaram de computadores a garrafa de café. Polícia Civil investiga crime.
Um morador da Vila Planalto, em BrasíliaDF, foi feito refém na madrugada deste Sábado (171014) por um grupo de homens e uma mulher que saqueavam a casa.
O engenheiro civil Rodolfo Romão, de 32 anos, ficou amarrado, vendado e amordaçado, além de ser agredido com chutes e coronhadas, por cerca de três horas até que os criminosos deixaram o local.
O crime está sendo investigado pela 5ª DP, na Asa Norte-DF.
Quando entrou em casa, por volta das 2:00 horas, Romão enxergou uma mulher na sala e percebeu que os móveis estavam fora do lugar e os objetos, bagunçados. As luzes estavam todas apagadas.
Ele disse ao G1 que a reação imediata foi sair correndo, mas, logo que voltou atrás, foi rendido por três homens, sendo que dois estavam armados.
Neste momento, o engenheiro foi amarrado com uma corda nos braços e nas pernas e também foi amordaçado e vendado.
"Só tiraram o pano quando precisaram desbloquear meu celular e quando pediram a senha de uma maleta de talheres que devem ter achado que era de dinheiro."
Os criminosos usavam toucas para tampar os rostos.
"No começo, fiquei muito nervoso, mas depois fui ficando calmo."
Enquanto esteve amarrado, Romão levou chutes, cotoveladas, coronhas e socos principalmente no rosto e nas costas.
"A mulher que de vez em quando vinha me acalmar dizendo que nada ia acontecer, que só queriam levar as coisas"
Contou ao G1.
Romão disse que o grupo levou a maior parte dos bens de valor, além de alguns objetos fáceis de transportar, como computadores, televisão, relógios, óculos, uma bicicleta ergométrica e o carro do engenheiro, orçado em R$40.000,00.
"Tudo o que tinha de valor eles levaram, ainda nem parei pra pensar no valor da perda."
"Eles levaram a casa inteira, até garrafa de café."
Na casa, que é dos pais do engenheiro, também vivem dois irmãos, mas todos estão viajando, segundo ele.
"Nós [os filhos] temos nosso próprio apartamento, mas também moramos aqui"
Explicou ao G1.
"Graças a Deus não estava com a minha namorada."
"Eu sei que eles estavam monitorando. Disseram que sabiam tudo de mim. Falaram os carros dos meus pais, dos meus irmãos e os meus também."
Para se libertar
Antes de ir embora, um dos criminosos refez o nó que atava os braços de Romão, mas, segundo ele, a amarração ficou frouxa.
Com isso, o engenheiro conseguiu libertar as mãos e ligar para a Polícia Militar pelo Disque 190.
Segundo ele, uma equipe chegou cerca de 50 minutos após o chamado.
"Foi angustiante, porque eu estava sentado em cima do muro com a casa do vizinho, com o telefone na mão, preparado para pular se os caras voltassem."
Romão disse ao G1 que o integrante do grupo que aparentava ser o líder voltou à casa três vezes para verificar se ele ainda estava amarrado até deixar o local definitivamente.
"Na primeira vez, eu já estava me desamarrando, mas fingi que não. Ele me deu uns chutes e disse 'eu vou ficar bem aqui, olhando você'."
"Depois que ele foi embora de vez, ainda fiquei mais uns 25 minutos por segurança. Quando tirei a corda, procurei um telefone fixo, conectei na tomada e liguei no 190. Passei a placa do meu carro e me disseram que iam acionar toda a rede da PM para iniciar as buscas."
Segunda vez
Esta é a segunda vez que a casa da família é alvo de criminosos. A primeira invasão ocorreu há cerca de 7 anos, quando Romão, os pais e um dos irmãos também foram feitos reféns e amarrados. Na ocasião, os ladrões entraram pelo portão da garagem, quando os pais chegavam de carro.
"Até um amigo que apareceu mais tarde também foi amarrado".
Segundo o engenheiro, na primeira vez, os criminosos foram encontrados no "P" Norte, em Ceilândia-DF, cerca de dois dias depois e "quase todos" os bens foram recuperados.
Desta vez, Romão acredita que o grupo era outro.
"Eles não tinham mais de 25 anos, pela voz, as atitudes e o que falavam. A menina mesmo devia ter 18 anos.
Da outra vez, os caras eram bem mais velhos."
Talvez pela idade, o engenheiro acredita que os ladrões não eram experientes, exceto um deles que aparentava ser mais velho e fazia os comandos.
"Teve um que disse 'vai ser difícil levar isso aqui pra Planaltina-DF, pra Sobradinho-DF' e o outro mandou ele calar a boca."
Por volta das 13:00 horas, quando a reportagem entrou em contato com Rodolfo Romão, ele voltava do Instituto Médio Legal - IML, onde fez exame de corpo de delito. A ocorrência foi registrada na 5ª DP e a perícia deve ser realizada ainda na tarde deste Sábado.
"A Polícia Civil não me confirmou o horário"
Disse o engenheiro.
Com Informações de: G1.