Expectativa é concluir apuração até 4 de Abril. Na semana da visita do presidente, a Polícia Militar rastreou frase que considerou incitação à "prática de crime contra segurança nacional". Jovem foi preso e liberto no mesmo dia.
A Polícia Federal - PF em Uberlândia-MG prevê a conclusão até o dia 4 de Abril do inquérito que investiga as publicações feitas por um morador da cidade sobre a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Município no início deste mês. O estudante de jornalismo, de 24 anos, que escreveu no Twitter:
"Gente, Bolsonaro em Udia amanhã... Alguém fecha virar herói nacional?"'
foi preso em flagrante na madrugada de 4 de Março pela Polícia Militar, que também foi até a residência de outras três pessoas que tinham comentado a publicação, mas elas não foram encontradas.
De acordo com informações dadas, nesta Quinta-feira (210318), pelo delegado-chefe da PF local, Almir Clementino Soares, o autor da publicação João Reginaldo da Silva Júnior foi ouvido apenas no dia da ratificação da prisão. Na ocasião, a PM considerou que Júnior incitou a prática de crime contra segurança nacional e o conduziu até a delegacia da PF.
No local, ele foi ouvido pelo delegado Laerte Vieira Gonçalves Neto, que lavrou o flagrante e segue à frente do inquérito. João foi levado para o Presídio Uberlândia 1 e colocado em liberado provisória no mesmo dia, após pedido da defesa.
As três pessoas que comentaram na publicação de João Reginaldo foram intimados para serem ouvidas. Segundo o delegado Soares, "Por ora não há outros intimados além dos três". Ainda segundo o chefe da PF, "O delegado que preside a investigação está trabalhando com a expectativa de concluir o IPL [inquérito policial] no prazo de 30 dias".
A prisão de João Reginaldo ocorreu após o serviço de inteligência da PM fazer rastreamento nas redes sociais e identificar a postagem, segundo a corporação "com propaganda e incitação à prática de crimes contra a integridade física e a vida do Exmo. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro com promessas de que tais ameaças se concretizariam durante a sua passagem nesta cidade de Uberlândia na data de hoje".
Durante o interrogatório na Polícia Federal, João Reginaldo da Silva Júnior disse que o "tuíte" não teve nenhuma conotação de ameaça, mas apenas humor e que desconhece as pessoas que responderam ao comentário publicado por ele.
Em nota pública, a Tricotti Advogados que defende João Júnior afirmou que "a prisão foi medida indevida, desnecessária e desproporcional".
Após ser liberto, afirmou no Twitter que a publicação teve tom de humor. "De forma alguma esperava incitar ódio das pessoas com o meu tweet, só tinha feito como brincadeira entre os meus seguidores, que, até o momento, eram apenas amigos próximos".
Entenda o caso
João Reginaldo da Silva Júnior, estudante de jornalismo, de 24 anos, foi preso em flagrante no início da madrugada do dia 4 de Março em Uberlândia, após fazer postagens referentes à visita do presidente Jair Bolsonaro à cidade. A Polícia Militar considerou que João Reginaldo da Silva Júnior incitou a prática de crime contra segurança nacional ao publicar no Twitter a frase:
"Gente, Bolsonaro em Udia amanhã... Alguém fecha virar herói nacional?"'.
Bolsonaro foi recebido no Aeroporto da Uberlândia, onde pousou pouco depois das 09:00 horas do dia 04 de Março, numa parada que estava fora da agenda oficial. O destino do presidente foi a cidade de São Simão-GO, Sudoeste de Goiás, onde participou da inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul.
Segundo informações do Boletim de Ocorrência da PM, João foi encontrado na residência onde mora com os pais e, no momento na abordagem, confirmou a publicação na rede social e foi preso em flagrante. A PM conduziu o jovem até a Delegacia da Polícia Federal em Uberlândia, onde teve a prisão ratificada pelo delegado federal Laerte Vieira Gonçalves Neto e levado para o Presídio Uberlândia 1. Por volta das 18:30 horas ele foi colocado em liberdade provisória, após pedido da defesa.
A publicação de João Reginaldo teve pelo menos três respostas em concordância. Segundo informação do Auto de Prisão em Flagrante da PF, os policiais militares chegaram a ir até a casa das outras três pessoas autoras das respostas, mas não conseguiu localizá-las.
Com Informações de: G1-TAP.
Com Informações de: G1-TAP.