Mãe da criança diz que bala continua alojada no coração. Policial preso havia sido demitido, mas voltou ao trabalho no último dia do governo de Agnelo Queiroz.
Menino de 6 anos que foi baleado na Sexta-feira (17016) por um Policial Civil do Distrito Federal após uma briga de trânsito em Águas Lindas de Goiás passou por uma cirurgia neste Sábado.
Segundo a mãe, a bala ficou alojada no coração. A criança está internada num hospital particular que não divulgou detalhes sobre seu estado de saúde.
O crime aconteceu em um trecho da BR-070, na saída de Águas Lindas para Pirenópolis. O garoto foi levado em estado grave para o Hospital de Base. O policial autor do disparo, Silvio Moreira, fugiu após perceber que havia atingido o garoto. Em entrevista à TV Globo, o pai do menino, Erlon Caxias, disse que não entendeu a reação do policial.
Erlon contou que estava dirigindo o carro acompanhado da esposa. O filho estava na cadeirinha de segurança no banco de trás. De acordo com o pai, o policial Silvio ficou irritado porque havia sido ultrapassado na pista. Alterado, Silvio seguiu Erlon e começou a disparar no carro da família.
“Eu vi que meu filho já estava sangrando. Na hora que eu parei [o carro], ele [o policial Silvio] olhou e eu estava com mão cheia de sangue. Eu falei para ele ‘você atirou no meu filho, você atirou no meu filho’.”
Depois que a criança foi socorrida, o pai saiu com policiais para procurar Silvio. Ele foi localizado em uma área rural de Águas Lindas. Dentro do veículo que dirigia, foi encontrado seu distintivo profissional e um isopor com cerveja.
Policial preso
Silvio Moreira Rosa, de 54 anos, foi preso e levado à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS) de Águas Lindas. Ele trabalha no Centro de Progressão Penitenciária e é agente penitenciário.
Silvio já havia sido demitido da corporação em 2001 por tentar fraudar a própria aposentadoria ao simular um acidente. Mas conseguiu voltar ao trabalho 13 anos depois após uma decisão judicial.
No último dia de governo de Agnelo Queiroz, o policial foi reintegrado no cargo de agente penitenciário, com restabelecidos. Antes disso, em outubro de 2014 o policial foi nomeado para o GDF para o cargo de assessor do núcleo de acompanhamento dos projetos de deputados.
Em nota, o advogado do ex-governador afirmou que as decisões de Agnelo foram tomadas “com base em pareceres e instruções processuais”. “Após analisar a situação, Agnelo deve ter chegado à conclusão que não havia motivo para demitir o policial”, diz o comunicado.
Além da tentativa de fraudar a própria aposentadoria, Silvio também se envolveu em outras ocorrências, como abuso sexual, injúria, perturbação de sossego e violência doméstica.