Sete outros casos já foram notificados no Estado de Minas Gerais.
Enquanto a comunidade científica investe em pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos eficazes contra a
Covid-19, o monitoramento da doença levou à identificação da
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica - SIM-P em crianças que testaram positivo ou tiveram contato com algum caso de
SARS-CoV-2.
Desde Julho, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais - SES-MG, em consonância com o Ministério da Saúde, determinou a notificação obrigatória de casos suspeitos da síndrome e vem acompanhando a situação no estado, aguardando análise de exames para descartar ou confirmar a doença.
“O objetivo desta vigilância é reunir dados que permitam aprimorar o conhecimento sobre fatores de risco, fisiopatologia, quadro clínico e tratamento da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica”
Explica a pediatra Flávia Cruzeiro, integrante do Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde - CIEVS-MG.
O órgão, em conjunto com a área técnica da SES-MG responsável pelo acompanhamento dos quadros, emitiu nota técnica contendo orientações aos serviços de Saúde sobre a necessidade de notificação imediata de SIM-P, em prazo máximo de 24 horas.
As crianças diagnosticadas com SIM-P podem evoluir de forma grave com insuficiência respiratória, doença renal aguda, insuficiência cardíaca aguda e também apresentar sintomas semelhantes à doença de Kawasaki, como febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema de pés e mãos.
Sintomas respiratórios não são encontrados em todos os casos.
A Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS e a Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP chamam atenção para a importância da detecção precoce da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e o correto atendimento do paciente.
Informações
A notificação deve ser realizada, preferencialmente, pelo serviço de Saúde responsável pela hospitalização do caso, por formulário individual:
FORMULÁRIO.
Na impossibilidade do preenchimento on-line do documento, ele deve ser impresso, preenchido e enviado à vigilância epidemiológica da região ou da Secretaria Municipal de Saúde de referência. Além do registro da notificação, informações sobre exames, investigação clínico laboratorial, acompanhamento e encerramento do caso devem ser repassados ao serviço de vigilância local.
Para potencializar a notificação, a SES-MG recomenda às autoridades locais a busca periódica de indivíduos hospitalizados que preencham a definição clínica para a doença. A pasta também oferece suporte às unidades regionais de saúde para identificação de critérios clínicos, epidemiológicos e fluxos de notificação.
“Exames complementares para identificar atividade inflamatória são importantes para o diagnóstico da síndrome. Assim como a hemocultura, para descartar casos de sepse bacteriana”
Explica Flávia Cruzeiro.
Embora ainda não haja um protocolo validado pelo Ministério da Saúde, o tratamento da SIM-P prevê a aplicação de medicamentos com Imunoglobulina Endovenosa - IGEV, corticoides, imunomoduladores e anticoagulantes.
Até o fechamento desta edição, 16 casos foram notificados, sendo 8 confirmados. Destes, 6 receberam alta e 2 permanecem internados.
Não há óbitos por SIM-P no estado.
Faixa etária: 1 a 14 anos
Distribuição de casos confirmados:
Belo Horizonte-MG - 5
Divinópolis-MG - 1
Patos de Minas-MG - 1
Uberlândia-MG - 1