Treze pessoas foram presas na operação Vila do Tráfico, em Montes Claros.
Chefes da quadrilha estavam detidos e davam ordens de dentro do presídio
O grupo criminoso que foi alvo da operação Vila do Tráfico, realizada pela Polícia Civil em Montes Claros-MG nessa Segunda-feira (160905), usava uma horta para esconder drogas.
Treze pessoas foram presas e cinco são consideradas foragidas. A ação foi desencadeada nas Vilas São Francisco de Assis, Atlândida e Mauriceia.
“No termo vulgar usado pelos criminosos, a horta era uma biqueira, um lugar usado para guardar drogas. Como o terreno é amplo, com muitas saídas e uma área externa grande era utilizado com esse objetivo”
Fala o delegado Herivelton Ruas.
As hortaliças produzidas chegam a ser vendidas.
A PC fez buscas com a ajuda do Canil da Polícia Militar, mas nenhum material foi encontrado na horta. Em ocasiões anteriores, foram apreendidas armas e drogas.
Três irmãos foram presos no local.
Atuação setorizada
Dezoito mandados de prisão foram expedidos pela Justiça, três pessoas já cumpriam pena, sendo que duas delas eram os chefes da organização criminosa, detidos por tráfico de drogas e furto.
Eles comandavam a quadrilha de dentro do presídio.
Segundo a Polícia Civil, na estrutura do grupo eles determinavam a função de cada integrante, que não se restringia à comercialização de drogas, eles também praticavam furtos e roubos a residências e comércios.
“A organização criminosa praticava diversos crimes, para manter a estrutura era necessário que os membros possuam armas e que tenham capital para adquirir a droga, com isso praticam outros crimes para manter essa engrenagem”
Explica Herivelton Ruas.
Quinze mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, a PC encontrou R$2.500,00, joias e outros objetos considerados de procedência duvidosa.
A estimativa da PC é de que pelo menos 20 pessoas façam parte da quadrilha, que também conta a atuação de menores.
“Eles se utilizam de adolescentes, por saberem da dificuldade da Legislação em relação à punição desses jovens. Cabe a eles fazerem a guarda e distribuição das drogas”
Destaca o delegado.
Ele afirma também que nessa fase da operação não houve pedido de apreensão de menores, o que pode acontecer de acordo com o andamento das investigações.
Início das investigações
A PC identificou a quadrilha durante a investigação de um homicídio ocorrido em setembro de 2014, perto de um clube. Alguns integrantes da organização criminosa haviam brigado durante uma festa com um traficante.
Eles ligaram para o “chefe” deles, alegando que haviam sido ameaçados de morte, e ele deu a permissão para que matassem o rival.
O jovem de 23 anos foi assassinado com um tiro no peito, na ocasião, outro rapaz também foi baleado.
A PC afirma que a partir desse crime, foi apurada a ligação dos envolvidos com o tráfico de drogas e com outros crimes.
As investigações duraram cerca de 10 meses.
Penas
Os presos podem responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, furto e roubo.