Depois do crime, a servidora da Secretaria de Saúde teria tentado se matar. Ela está internada no Instituto Hospital de Base.
Uma médica da rede pública de Saúde do Distrito Federal está internada no Instituto Hospital de Base - IHBDF, na ala psiquiátrica, suspeita de matar o próprio filho, de 3 anos.
Na sequência, a servidora teria tentado se matar.
A principal linha de investigação da polícia é de que o menino tenha morrido de overdose. Diante da gravidade dos fatos, a Justiça decretou sua prisão preventiva e agentes fazem a custódia dela na unidade hospitalar.
“As circunstâncias, sobretudo o fato de ter matado seu próprio filho de 3 anos, bem como o modo como realizou a conduta (supostamente colocando remédio/veneno na mamadeira da criança), demonstra a necessidade da prisão. Tais circunstâncias confirmadas pelas testemunhas extrapolam enormemente a gravidade ínsita ao tipo de homicídio”
Anotou a magistrada em sua decisão.
O Serviço de Atendimento Médico de Urgência -SAMU confirmou ao Metrópoles a tentativa de suicídio e que havia uma criança atendida na mesma ocorrência.
A tragédia ocorreu por volta das 17:40 horas desta Quarta-feira (180627), na 210 Sul, no quarto andar do Bloco J. A criança chegou a ser levada ao Hospital Materno Infantil HMIB, mas os médicos não conseguiram restabelecer os sinais vitais.
Segundo a polícia, Juliana de Pina Araújo, 34 anos, foi encontrada com ferimentos nos pulsos e no pescoço.
Ao lado do filho da servidora, havia uma mamadeira e remédios de uso controlado.
Em janeiro deste ano, o menino já havia ficado — segundo informou o pai, três dias internado em uma UTI em hospital particular da Asa Norte-DF, por ter ingerido remédios contra depressão usados pela mãe.
Os dois foram levados ao hospital por um morador e pelo porteiro, no carro da própria médica.
“A criança estava desacordada e a mulher toda ensanguentada. Não falava nada e tinha uma aparência abalada. A mãe dela [avó do menino] gritava por socorro”
Explicou Gilberto Santos, o vizinho que prestou ajuda.
O primeiro destino foi o HMIB, para tentar salvar o garoto. Gilberto carregava o menino nos braços. Ele, a avó e a médica estavam no banco de trás enquanto o porteiro dirigia.
Segundo a Polícia Civil, a médica está na ala psiquiátrica do IHB, devido ao quadro de provável surto. Juliana Araújo encontra-se sob custódia de agentes.
A 1ª Delegacia de Polícia - Asa Sul-DF investiga o crime. O pai da criança, cujo nome não foi divulgado, prestou depoimento na madrugada desta Quinta-feira (180628).
Abalado, mostrou-se surpreso com o fato.
Segundo ele, a ex-mulher adorava o filho.
Funcionários do bloco da família contaram ao Metrópoles que o menino e a avó estavam no pilotis na manhã de Quarta-feira (180627). De acordo com um dos colaboradores, o garoto teria dito:
“Tia, deixa eu te ajudar a limpar os vidros?”
“Ele era muito brincalhão e alegre. Uma criança muito esperta e especial. A mãe era uma pessoa muito educada. A gente imagina que isso possa acontecer com alguém distante, mas nunca com alguém próximo”
Disse um empregado do prédio.
Ainda de acordo com os funcionários, a avó teria contado que há cerca de duas semanas tentou convencer a filha a se internar, por estar muito deprimida, mas a médica não quis.
A Secretaria de Saúde informou que, a pedido da família, não divulgará informações sobre o caso.