Suspeito usava transporte público para venda de entorpecentes, segundo investigação. Esquema aliciava mulheres para levar substâncias ilícitas para internos do presídio.
A Polícia Civil deflagrou uma operação, nesta Sexta-feira (191220), para desarticular um esquema que levava drogas para dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília-DF. Entre os suspeitos, está um cobrador de ônibus que recrutava mulheres para a entrega de entorpecentes no presídio.
Segundo as investigações, o suspeito atuava associado a um detento do sistema penitenciário. A polícia apontou que ele também usava o coletivo em que trabalhava para vender drogas no Riacho Fundo-DF e Recanto das Emas-DF, com a ajuda do motorista.
Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. A identidade dos envolvidos e o número de presos não havia sido divulgado até a última atualização desta reportagem.
Ônibus para o tráfico
A investigação começou em Junho deste ano, após a polícia obter a informação de que um motorista de ônibus seria traficante na região do Recanto das Emas.
Após apurações, equipes da Coordenação de Repressão às Drogas - CORD encontraram indícios de que o cobrador que trabalhava com o suspeito é quem fornecia os entorpecentes, por meio de associação com o traficante preso na Papuda.
Ao longo da investigação, os agentes monitoraram os passos dos suspeitos. Além do Recanto das Emas, o cobrador e o motorista também atuavam no Riacho Fundo. As regiões são atendidas pela empresa de ônibus que trabalham, a URBI.
O G1 entrou em contato com a direção da empresa de ônibus, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Tráfico na prisão
Segundo a Polícia Civil, o traficante detido, que também é investigado no esquema, cumpre pena no Centro de Internamento e Reeducação de Brasília - CIR. A ala é destinada a presos em regime semi-aberto, ex-policiais e presos provisórios com direito à prisão especial.
O nome do interno também não foi divulgada pela polícia. A corporação disse, em nota, que a distribuição das drogas ocorria em "todo o sistema carcerário do DF" e usava mulheres para entregas dentro do presídio.
"O mecanismo de funcionamento consistia na atuação de um traficante externo que recrutava mulheres para funcionarem como mulas e entrarem no presídio com droga na cavidade íntima."
'O cara do cadastro'
A investigação apontou ainda que as mulheres recrutadas para o esquema realizavam cadastro para visitar o traficante na Papuda. Na penitenciária, elas informavam o nome de um outro interno, apelidado de o “cara do cadastro”.
Em troca, ele recebia dinheiro ou drogas. Enquanto isso, o traficante já preso era quem de fato recebia a cocaína que entravam no presídio.
Além de distribuir drogas, a organização criminosa também facilitava a entrada de aparelhos celulares na Papuda. De acordo com a polícia, apenas durante o período da investigação, foram identificadas duas tentativas de introdução dos itens nos presídios.
Com Informações de: G1.
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