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22 novembro 2019

UBERLÂNDIA-MG - Ex-vereador e ex-secretário de Trânsito comentam oitivas da Operação 'Poderoso Chefão'

Alexandre Andrade e Willian Alvorada falaram ao MG1 sobre as investigações do Ministério Público Estadual. Desde que o escândalo estourou na cidade, três parlamentares foram presos e afastados; relembre repercussão e as operações.


                 O ex-secretário de Trânsito e Transporte de Uberlândia-MG, Alexandre de Souza Andrade, e o ex-vereador Willian Alvorada, estiveram no Ministério Público Estadual - MPE na manhã desta Quinta-feira (191121). 
                 Eles participaram de oitivas referentes à Operação "Poderoso Chefão" e, antes de entrarem para serem ouvidos, falaram com a reportagem da TV Integração.

Oitivas

                 Além deles, atuais e ex-vereadores, ex-secretários e servidores, além de laranjas, estão na lista dos que têm prestado depoimento aos promotores. Os investigados que foram presos, também, seguem na lista das oitivas.

Alvorada e Andrade

                 Em entrevista ao MG1, Willian Alvorada disse que em oito anos de mandato teria usado a empresa citada no processo poucas vezes, mas que desconhece que ela seja de fachada.

"Tomei conhecimento disso agora pela imprensa e pelo Ministério Público. Eu não tinha esse entendimento. Fui citado porque fiz três serviços nessa gráfica sem saber que era tudo que estão dizendo. Está tudo registrado no portal da transparência da Casa"
                 Afirmou Alvorada.

                 A empresa a que ele se refere é alvo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - GAECO, que apurou que a gráfica recebia aportes de verba indenizatória que voltavam, via laranjas, para vereadores envolvidos no esquema.

                 Além de Juliano Modesto e Alexandre Nogueira (que estão presos), Willian Alvorada e Ismar Prado (PMB) podem estar envolvidos. O GAECO, inclusive, solicitou documentos das verbas dos quatro na Câmara, na última semana.

Ex-secretário

                 Alexandre Andrade também falou com a reportagem na manhã desta Quinta-feira (191121). No caso dele, como ex-secretário de Trânsito, o tema foi sobre supostas participações em questões relacionadas à CPI das Vans, que também é investigada pelo MPE.

"A Secretaria não tinha envolvimento nenhum com o transporte escolar. Isso ficou claro no primeiro momento das investigações e vai ficar claro no segundo. Tem um grande jogo de interesse político nisso tudo e a gente acabou sendo vitima"
                 Afirmou.

Zago e Bretas

                 Na última Segunda-feira (191118), os vereadores Adriano Zago (MDB) e Michele Bretas (AVANTE) procuraram o MPE para serem ouvidos pelo promotor de Justiça Daniel Marotta no caso que envolve a CPI das Vans.

                 Segundo Adriano Zago e Michele Bretas, a decisão de procurar o MPE foi espontânea e teve como motivação o contexto das investigações realizadas pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado - GAECO nas operações "Poderoso Chefão" e "Torre de Babel", que envolvem, dentre outros, um esquema de corrupção no transporte escolar do município.

                 O G1 conversou nesta Quarta-feira (191120) com Zago. Ele contou que o vereador Wilson Pinheiro (PP), que está em prisão domiciliar, contratou irregularmente um escritório de advocacia para acompanhar a Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI das Vans, da qual Zago e Bretas eram membros.

                 Conforme o vereador, os dois foram ao MPE justamente contestar a informação de Wilson Pinheiro de que todos os membros foram favoráveis à contratação da empresa à época.

“É bom deixar claro que fomos atrás do MP como testemunhas para esclarecimentos de forma espontânea. Quem não deve não teme. Tenho a documentação e provas de que renunciei, com isenção, à condição de membro e não concordei com o contrato, ao contrário do que foi dito”
                 Esclareceu.

                 A CPI foi criada em 2015 para investigar possíveis irregularidades no processo de licitação da empresa que fazia o transporte de alunos da cidade.                  A intenção era investigar possíveis crimes cometidos neste período.

Escândalo na Câmara

                 Recentemente, um esquema fraudulento de 2017, que envolvia transporte escolar em Uberlândia-MG, foi alvo de investigação em operações que terminaram na prisão dos vereadores Alexandre Nogueira (PSD) e Juliano Modesto (SD), além de Wilson Pinheiro (PP).

                 Os três tiveram mandatos suspensos pela Casa. A Câmara virou centro das atenções nas últimas semanas depois das prisões dos parlamentares. O vereador Walquir Amaral tomou posse no lugar de Juliano Modesto e o GAECO esteve na Casa para pegar documentos. 

Outros depoimentos

                 No dia 13 de Novembro, Wilson Pinheiro e o ex-prefeito Gilmar Machado (PT) foram ouvidos pelo promotor Daniel Marotta sobre as irregularidades verificadas no transporte escolar do Município, que resultaram nas operações "Kms de Vantagens" e "Poderoso Chefão".

                 Além dos citados acima na reportagem, o Ministério Público segue ouvindo outras pessoas envolvidas nas operações. Ainda não há informação de prazo para finalização desta parte das investigações.

Entenda a "Poderoso Chefão"

                 Segundo o Ministério Público de Minas Gerais - MPMG, a Operação “Poderoso Chefão” investiga uma organização criminosa que atua no desvio de recursos públicos vindos de contratos de prestação de serviço público municipal de transporte de alunos.

                 Entre os presos estão os vereadores Juliano Modesto (SD), que já estava no Presídio Professor Jacy de Assis, Wilson Pinheiro (PP) e Alexandre Nogueira (PSD). O ex-controlador Geral da Câmara de Uberlândia, Adeilson Barbosa Soares, também foi preso.

                 O GAECO apura crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por dirigentes e empresas com ligação à Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas - COOPASS e à ATP, prestadoras de serviço de transporte escolar à Prefeitura.

CPI

                 Segundo investigações, a quadrilha lavava dinheiro por meio de laranjas e diversas empresas que estavam em nomes de dirigentes da COOPASS e da ATP. O esquema contemplava falsificação de documentos e adulteração de quilometragem percorrida pelos veículos para que fosse feito o repasse dos valores superfaturados à ATP.

                 Em 2015, a Câmara de Uberlândia chegou a criar uma CPI para apurar as irregularidades constatadas. Na época, a CPI foi presidida pelo vereador Wilson Pinheiro (PP), e Alexandre Nogueira (PSD) era o presidente da Casa.

                 Com Informações de: G1.

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JISOHDE FOTOGRAFIAS

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