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22 novembro 2019

BRASÍLIA-DF - Lideranças criticam o garimpo em terras indígenas durante encontro na UnB

Etnia Mundukuru denunciou invasões e garimpo ilegal. Grupo protesta contra regularização da mineração em terra indígenas e exploração de recursos hídricos da Bacia do Rio Tapajós.


                      Lideranças do povo indígena Mundukuru se reuniram nesta Quinta-feira (191121), na Universidade de Brasília-DF - UnB, para debater sobre os projetos de regularização da mineração em terra indígenas e a exploração de recursos hídricos da Bacia do Rio Tapajós.

                      O grupo denunciou invasões e o garimpo ilegal. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBIO, a região do Tapajós é a que mais concentra garimpo ilegal em toda a Amazônia

"Em grande parte, o garimpo está dentro das terras Mundukuru"
                      Diz o instituto.


“Nós estamos aqui muito apavorados por causa dos garimpeiros que invadiram nosso território”
                      Afirmaram lideranças.

                      O projeto que as lideranças citam é a de regulamentação da mineração em terras indígenas que está sendo estudada pelo governo federal. O documento deve ser enviado para análise do Congresso Nacional.

                      Há cerca de 4.000 pedidos para a exploração do subsolo em 214 terras indígenas, incluindo três parques indígenas, o de Tumucumaque, entre Amapá e Pará; o de Araguaia, no Tocantins; e o de Aripuanã, em Mato Grosso. Ouro, ferro, cobre e alumínio estão entre os minerais mais requeridos para exploração.

                      Durante o encontro, as lideranças afirmaram que o garimpo ilegal está contaminando o Rio Tapajós e traz consequências para a população indígena. Eles trouxeram uma garrafa com água turva, que disseram ter sido coletada do rio.

"Essa água suja está trazendo morte, doença para o nosso povo, nossos peixes estão cheios de mercúrio"
                      Disse a líder Alessandra Mundukuru.

                      Segundo a líder Maria Leusa Monokuru, os indígenas pediram o cancelamento do licenciamento de mineração ao Ministério Público.

"Estamos aqui mostrando a nossa resistência, que a gente não vai deixar, vamos continuar resistindo contra a destruição do nosso território e da nossa natureza”
                      Afirmou.

Demarcação dos territórios indígenas


                      Além das críticas feitas ao projeto de mineração, os indígenas cobram a demarcação das terras indígenas.

                      De acordo com o Instituto Socioambiental - ISA, organização que lida com temas ligados a questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, atualmente no Brasil existem 722 terras indígenas, em diferentes fases do processo de demarcação:

                      486 homologadas pela presidência da República;
                      074 declaradas pelo Ministério da Justiça;
                      043 identificadas e aprovadas pela presidência da FUNAI;
                      119 em processo de identificação pela FUNAI.

                      A maior parte das terras indígenas estão nas regiões Norte e Centro-Oeste.

                      Com Informações de: G1.

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