Estratégia da defesa no julgamento desta Segunda-feira busca livrar Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí, da condenação pelo assassinato de fiscais do trabalho.
A defesa tenta promover uma reviravolta no caso que ficou conhecido como Chacina de Unaí, na qual um motorista e três fiscais do Ministério do Trabalho foram assassinados na cidade mineira no Entorno do Distrito Federal, Unaí-MG.
Pela primeira vez, Norberto Mânica admite autoria no crime, ocorrido em 28 de Janeiro de 2004. Trata-se de uma estratégia da defesa para excluir do processo o irmão de Norberto, o político Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí pelo PSDB.
Antério volta ao banco dos réus nesta Segunda-feira (181119), para que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região - TRF1, em Brasília-DF, julgue recurso apresentado por sua defesa contra a condenação, em 2015, a 100 anos de prisão.
Na sustentação oral, o advogado de defesa Marcelo Leonardo revelou que, na semana passada, Norberto fez uma declaração por escrito afirmando que o irmão não tem relação com o crime.
Os Mânica foram enquadrados em quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, pagamento de recompensa em dinheiro e impossibilidade de defesa das vítimas. Condenados em primeira instância, os dois aguardam julgamento de recursos em outras instâncias em liberdade.
Condenações
Norberto Mânica, conhecido como o Rei do Feijão, foi o primeiro condenado, em 31 de Outubro, ao ser considerado o mandante do assassinato.
A sentença de primeira instância prevê a pena de 25 anos de prisão para cada assassinato, totalizando 100 anos. Quando condenado, ele já havia cumprido um ano e quatro meses na cadeia.
Ao ler o veredito, o juiz federal Murilo Fernandes de Almeida disse que Mânica agiu com intenso dolo e que teve poder de decisão no crime.
A sentença foi proferida após quatro dias de julgamento por júri popular, em Belo Horizonte-MG.
Antério Mânica, eleito prefeito pela primeira vez no ano do crime, foi condenado seis dias depois, com a mesma pena de 100 anos. Na ocasião do júri, também em Belo Horizonte, ele negou envolvimento no crime e afirmou tratar-se de um “grande equívoco do Ministério Público”.
“Não tenho nada com esse crime. Norberto não é Antério. Norberto é meu irmão. Os Mânica são cinco produtores rurais com fazenda distintas”
Afirmou.
Com Informações de: CorreioBrasiliense.
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