Operação Quem viver verá desarticulou um esquema milionário de sonegação de impostos na venda de cereais em oito estados e no Distrito Federal.
Uma força-tarefa desarticulou um esquema milionário de sonegação de impostos na venda de cereais em oito estados e no Distrito Federal. Em Minas Gerais, a maioria dos mandados de busca e apreensão foi cumprida em Unaí-MG, na Região Noroeste, onde foi identificado um polo de estabelecimentos de fachada criados para a emissão de notas fiscais frias.
Segundo a Receita Federal, as ‘noteiras’ eram criadas por encomenda dos corretores de grãos e eram eles que operavam as contas bancárias.
O volume de notas frias é de R$10.000.000,00 e a sonegação em cinco anos pode chegar a cerca de R$2.000.000.000,00, de acordo com as investigações.
“As noteiras de Unaí negociavam notas com corretores de oito estados. Esses corretores são os que fomentam de maneira muito forte a criação dessas noteiras. Alguns estão vinculados ao produtores rurais e outros às indústrias”
Disse o promotor Genney Randro Barros Moura, em entrevista coletiva realizada em Unaí, no fim da manhã desta Terça-feira (200310).
Ao todo, foram cumpridos 109 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Tocantis. Durante o cumprimento dos mandados, dois corretores foram presos em flagrante em Unaí por Porte Ilegal de Arma.
Foram apreendidos computadores, cheques, celulares e documentos.
Esquema de sonegação em Unaí
De acordo com o MP-MG, a operação é a terceira fase de um trabalho iniciado em 2017 de combate a farra das notas frias no setor de grãos em Minas Gerais, que identificou um grande polo de estabelecimentos de fachada criados para a emissão de notas fiscais frias de grãos no Noroeste de Minas Gerais.
Após o mapeamento das empresas, foi realizada em 2018 a operação Ceres, que cumpriu 22 mandados de prisão em Unaí, Paracatu-MG, Guarda-Mor-MG, Belo Horizonte-MG, Contagem-MG, Formosa-GO e em São Paulo.
“Nesta primeira fase, buscamos atingir os noteiros que são os ‘laranjas’ que emprestam os nomes para cometimento de ilícitos de fraude fiscal e organização criminosa”
Disse o auditor fiscal da Receita Estadual, Flávio Andrada.
O auditor explicou que a partir dessa primeira etapa com a quebra do sigilo bancário foi possível identificar os corretores.
“Eles usam essas empresas fantasmas para que o produtor consiga vender sem emissão de nota fiscal e para que a indústria receba de um atacadista falso criado para fraudar o fisco, diminuindo a carga tributária que deveriam assumir”
Informou o auditor.
A segunda fase da ação foi focada nos produtores rurais e mais de 500 foram intimados.
“Os produtores denunciaram mais de R$57.000.000,00 e assumiram que fizeram a operação sem emissão de nota. Todo esse valor está pago ou parcelado. Com essa operação focada nos corretores, pretendemos buscar a documentação e o conferir se os valores repassados pelos produtores batem”.
A Operação Quem Viver Verá foi realizada pelas Receitas Estaduais e Federal, Ministério Público e as Polícia Civil e Polícia Militar.
Com Informações de: G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário!
Seu nome e sua cidade são indispensável