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04 fevereiro 2020

MONTES CLAROS-MG - Fruto típico do Cerrado, pequi pode ajudar a prevenir diabetes, reduzir colesterol e combater obesidade, aponta pesquisa

Pesquisa foi desenvolvida pela Unimontes em parceria com a UFMG, em Montes Claros. Pequi apresenta benefícios em função da presença em grande quantidade do ácido gálico.


                 O pequi, fruto típico do Cerrado, pode contribuir para redução do colesterol, combate à obesidade e prevenção do diabetes, é o que aponta uma pesquisa desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - PPGCS da Universidade Estadual de Montes Claros-MG - UNIMONTES.

                 O estudo, feito em parceria com o Instituto de Ciências Agrárias - ICA da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, foi publicado em uma revista internacional. 
                 Os trabalhos começaram em 2012.

                 O professor Sérgio Henrique Sousa Santos, coordenador da pesquisa, explica que o pequi apresenta benefícios em função da presença em grande quantidade do ácido gálico, que faz parte dos fitoquímicos.

“Um fitoquímico é um composto químico encontrado em plantas e alimentos, dentro da classe dos compostos fenólicos. Esses compostos podem trazer inúmeros benefícios à saúde, dentre os quais, o combate de alterações metabólicas e as atividades antioxidante e antimicrobiana”
                 Explica.

                 Segundo o coordenador, a pesquisa inovou ao demostrar o potencial do ácido gálico na atividade metabólica.

                 Sérgio Santos explica que um experimento foi feito em camundongos, submetidos a uma dieta rica em açúcar e gorduras. Posteriormente, os animais receberam o ácido gálico por 30 dias e foi possível concluir que a substância tem capacidade de atuar na redução da obesidade, diabetes e colesterol.

                 A utilização dos roedores foi feita mediante a autorização de um Comitê de Ética em Experimentação Animal.

“O uso de alimentos como o pequi, de forma regular e constante, auxilia a melhorar o estado de saúde e até a prevenir algumas doenças”
                 Destaca.

                 O ácido gálico é encontrado ainda no vinho, café e em outros frutos do cerrado.


Desdobramentos da pesquisa

                 Sérgio Santos explica que uma etapa da pesquisa foi finalizada com a publicação dos resultados obtidos. Agora, a intenção é buscar autorização para que seja feito o uso de um suplemento alimentar, no formato de cápsulas, em humanos. Para isso se tornar possível, é preciso submeter o estudo a um Comitê de Ética vinculado à Plataforma Brasil de Ciência.

“Trata-se de um composto seguro, já encontrado em outros alimentos e com experimentos feitos em animais. Se obtivermos autorização, faremos os testes em pacientes para que possamos verificar se os efeitos encontrados se repetem”
                 Explica o pesquisador.

Uso da casca e preservação do pequizeiro

                 O estudo demonstrou ainda que a casca é a parte que contém maior quantidade de ácido gálico no pequi, o que representa a possibilidade de uso para algo que tinha o descarte como fim.

“Quando as pesquisas passam a ser aplicadas na sociedade, é possível mostrar o valor que riquezas como o pequi têm. Esse valor é multiplicado e as pessoas começam a ter um olhar diferente, esse é um passo importante para a preservação do meio ambiente”
                 Fala Sérgio Santos.

                 Atuando em Montes Claros há cinco anos, o professor diz que as pesquisas orientadas por ele têm como objetivo desenvolver produtos acessíveis, tanto pelo preço quanto pela facilidade de encontrá-los.

“O Cerrado é muito pouco estudado. Há algumas décadas, era considerado um bioma pobre. Mas, agora, sabemos que é um dos mais ricos. Pelo estresse causado pela seca e sol, as espécies desenvolvem características inovadoras, diferentes e com grande potencial”
                 Finaliza.

                 Com Informações de: G1.

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