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08 fevereiro 2020

BRASÍLIA-DF - Uso do Exército em Penitenciária de Brasília visa 'prevenir eventual resgate de preso', diz Moro

Governador Ibaneis afirma que não foi informado sobre reforço na segurança e critica transferência de integrantes de facções. 'Estão colocando em risco a população do DF', disse.


               O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta Sexta-feira (200207) que o emprego das Forças Armadas, na Garantia da Lei e da Ordem - GLO, para reforçar a segurança na área externa da Penitenciária Federal de Brasília-DF é uma "medida preventiva". Ao ser questionado se houve alguma tentativa de fuga, ele afirmou que o objetivo é evitar esse tipo de situação.

"O governo tá sempre adiante dos criminosos e a ideia ali é prevenir qualquer espécie de tentativa de um eventual resgate."

               O decreto que reforça a segurança na área da penitenciária foi publicado no Diário Oficial desta Sexta-feira, assinado por Moro e pelo presidente Jair Bolsonaro

               Em Março de 2019, a Penitenciária Federal de Brasília recebeu detentos como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, condenado a 330 anos.

               O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) disse que não foi informado "sobre o que está acontecendo". No entanto, disse que acredita se tratar de uma fuga que teria sido organizada por uma facção criminosa que age dentro e fora das penitenciárias.

"Como que você edita um decreto dessa envergadura, quase que declarando um estado de emergência policial em relação ao presídio, e eu não tenho conhecimento de nada? Como eu vou dar segurança pra população do DF?"


A Penitenciária Federal de Brasília

               Conforme o decreto publicado no Diário Oficial, os militares poderão fazer a segurança da Penitenciária Federal desta Sexta-feira até o dia 06 de Maio. A unidade é considerada de segurança máxima, ao contrário do Complexo Penitenciário da Papuda, que fica ao lado, e registrou a fuga de três detentos em Janeiro.
               Ambas as unidades carcerárias compartilham uma mesma pista de acesso.

               Há pouco menos de um ano, quando a penitenciária começou a receber detentos de outros estados, como parte de uma operação conjunta dos órgãos de segurança pública do governo federal, o governador do Distrito Federal disse "repudiar" a medida, defendendo que os detidos "precisam de isolamento".

               Nesta Sexta-feira, após o reforço da segurança, Ibaneis reafirmou o posicionamento.

"O problema não é o presídio federal. 
O presídio é seguro. 
O problema é o que está do lado de fora."


               Ibaneis é contra a manutenção de presos de facções criminosas na capital. 

"Eles estão reforçando a segurança porque o PCC está aqui e estão querendo retirar o Marcola. Estão errados mais uma vez. 
Estão colocando em risco a população do Distrito Federal"
               Disse o governador.

               O ministro Sérgio Moro foi questionado pela imprensa sobre o posicionamento de Ibaneis nesta manhã, durante evento na Embaixada da Espanha, em Brasília-DF. Moro afirmou que a população deve ficar "extremamente tranquila" e que os governos federal e local estão cooperando.

"Nós cooperamos, temos todos elogios à segurança pública do Distrito Federal. Não existe qualquer problema em relação a isso. O que existe aqui é uma atuação cooperativa entre as forças de segurança"
               Afirmou.

               Mas ao comentar a transferência de integrantes de facções para outros estados, o ministro admitiu o risco de tentativa de fuga. No entanto, disse que "não existe nada concreto".

"Sempre há intenção de escapar, mas não existe nada concreto. Estamos apenas tomando medidas preventivas."

Repercussão

               A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal - OAB-DF divulgou uma nota afirmando ter "preocupação" sobre o reforço da segurança.

"Nossa instituição [OAB-DF] defende, há cerca de um ano, que presídio desta natureza não pode estar localizado em um perímetro no qual estão as cúpulas de todos os poderes do país e todas as representações internacionais."


               O comunicado da OAB cita ainda que "o crime organizado se transferiu para a Capital e a segurança pública da nossa cidade está sendo afetada". Diz também que se preocupa com "recentes episódios ocorridos em relação ao PCC".

               Em Janeiro deste ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou o bloqueio da fronteira entre Brasil e Paraguai no trecho que corresponde a Mato Grosso do Sul. O bloqueio foi motivado pela fuga de 76 integrantes de uma facção que estavam na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

               Com Informações de: G1.

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