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20 janeiro 2020

BELO HORIZONTE-MG - Moradores protestam contra transtornos causados pelas chuvas

No Bairro Betânia, a população ateou fogo em objetos estragados pelo temporal.


               Depois da forte chuva que atingiu Belo Horizonte-MG e região na tarde deste Domingo (200119), moradores do Bairro Betânia, na Região Oeste da capital, foram às ruas protestar contra a situação de calamidade que acontece sempre que os temporais chegam à cidade.

               Na Avenida Tereza Cristina, logo após a chuva que causou transtornos em imóveis residenciais e comerciais, a população ocupou a via para queimar objetos que foram danificados com a água, como colchões, armários, e outros itens, até mesmo refrigeradores. Os manifestantes também interditaram um trecho do Anel Rodoviário, no cruzamento com a Rua Amanda.


               Mais de 300 famílias fecharam a avenida com entulhos deixados pela chuva, que foram incendiados. A Polícia Militar compareceu ao local. Há relatos de que os policiais soltaram bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes.

               O porteiro José Antônio Teixeira e a esposa Sônia Marly Vieira foram surpreendidos com a força da chuva, que rapidamente tomou conta da casa onde vivem, na Rua B1, paralela à avenida, a partir das 16:00 horas, aproximadamente. 

"Foi uma tempestade muito forte, uma tromba d'água que tomou conta de tudo"
               Conta José.


               Na residência, o prejuízo foi grande. A água estragou geladeiras, sofá, televisão, videocassete, aparelho de DVD, bicicleta, pneus, fogão, guarda-roupa, entre outros. O porteiro lembra que já passou por situações parecidas entre 2009 e 2010. 

"É muito difícil. Precisamos de obras para melhoria da região. Sempre que chove é um prejuízo, não conseguimos nem dormir, é complicado"
               Diz José, que tem cinco filhos com a esposa. 

"Aqui na região todo mundo perdeu tudo".


               O comerciante João Rodrigues mora na Avenida Tereza Cristina há 20 anos. É proprietário de um restaurante e, no andar acima, é sua casa. Na chuva deste Domingo, conta que a água chegou a quase 1,5 metros de altura no estabelecimento, e não é a primeira vez que isso acontece. Perdeu cinco refrigeradores, cinco cervejeiras, além de boa parte do estoque de mantimentos.

"Tem gente aqui que ganha um salário mínimo e não tem condição de comprar de novo uma cama, um guarda-roupa. Resolvemos fechar a avenida para perguntar ao prefeito onde ele está. Quero que uma autoridade competente venha conversar conosco, escutar os moradores e ver o que estamos passando"
               Diz. 


               O presidente da Associação de Moradores e Empreendedores do Vila Betânia, Gladson Reis, pede a solidariedade da população. Quem puder ajudar pode entregar donativos no salão social da capela Nossa Senhora de Fátima, à Rua Amanda, numeral 620

"Estamos precisando de material de higiene pessoal, comida, itens como colchões, roupas de cama, material de limpeza. As família perderam tudo"
               Diz.


               Gladson aponta o descaso do poder público e de políticas públicas, principalmente voltadas para a prevenção de enchentes, como um problema sério. Outra questão que ele cita é a falta de um alerta anterior à chuva da Defesa Civil informando sobre o risco de inundação e para que os moradores pudessem deixar o local. 

"Cadê as obras de contenção da bacia do Calafate? É uma promessa desde 2007, quando foram anunciadas, e até hoje nem foram catalogadas"
               Critica Gladson.

"Foram cinco horas de protesto. A avenida está intransitável e vai continuar fechada até que a prefeitura receba uma comissão das famílias para dialogar"
               Acrescenta.


               Com Informações de: EM.

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JISOHDE FOTOGRAFIAS

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