Casal e dois filhos, de 2 e 6 anos, moravam debaixo de uma lona em Montes Claros e a história sensibilizou um grupo de casais da Igreja Adventista. Cada um contribuiu com R$1.400,00 e construiu a casa de quatro cômodos.
Era debaixo de uma lona, que Karina, o companheiro e os dois filhos, de 2 e 6 anos, estavam morando em Montes Claros-MG. Em dias que o sol do sertão mineiro castigava, eles sofriam com o calor e quando a chuva chegava, com a lama. A história sensibilizou um grupo de casais da Igreja Adventista que decidiu construir uma casa para a família.
A doação foi entregue nas vésperas do Natal.
“A primeira impressão que eu tive quando visitei a família foi de empatia, se colocar no lugar do outro e eu me imaginei naquela situação.
Quando chegamos lá pela primeira vez tinha chovido e eles estavam no meio da lama, outro dia nós voltamos com sol e era um calor muito forte debaixo da lona. O casal e os filhos dormiam todos juntos em uma mesma cama nesse pequeno espaço”
Esse é o relato do Jornalista Samuel Nunes, que se emociona ao relembrar como ele e o empresário Leonardo Oliveira encontraram a família pela primeira vez.
Os dois fazem parte do grupo de casal da Igreja Adventista.
“Neste ano, nós lançamos um desafio no grupo para construir uma casa para uma família carente e Deus escolheu essa, que não tinha condições de sair dessa situação. Cada casal contribuiu com R$1.400,00 e construímos uma sala, cozinha, um quarto e um banheiro”
Explica Leonardo Oliveira.
Pouco tempo antes de receber a notícia de que ganharia uma casa, Karina comentou com o marido sobre esse sonho.
“Um dia eu levantei de manhã e falei com ele que seria muito bom se a gente tivesse uma casa, para os nossos filhos serem felizes e também para receber nossos parentes. Eu queria passar o primeiro Natal na casa própria e estou muito feliz porque as pessoas me ajudaram”
Foram com essas palavras que Karina dos Santos Brito resumiu o sentimento de gratidão ao receber a reportagem do G1.
Ela e o marido trabalhavam em uma fazenda perto de Montes Claros-MG e se mudaram para a cidade há alguns meses em busca de um trabalho melhor. Como a oportunidade não veio e eles não tinham condições de pagar o aluguel, arrumaram uma lona emprestada e improvisaram uma casinha em um terreno de um familiar, no Bairro Nova América.
“Na fazenda, ele trabalhava dando ração para o gado e eu fazia comida para os peões. Nós morávamos na casa do patrão. Desde que chegamos aqui meu marido faz alguns bicos como servente de pedreiro e com o dinheirinho que ele ganha, nós compramos as coisinhas de comer e não sobra para pagar aluguel”.
União do grupo
O grupo é formado por oito casais que se reúnem uma vez na semana para trocar experiências, fortalecer os laços de amizade e o lado espiritual. Os encontros são sempre na casa de um dos participantes e em um deles, surgiu a missão de construir uma casa para ajudar uma família carente.
Eles ficaram sabendo que a família de Karine estava morando debaixo de uma lona através de uma mulher que frequenta a igreja no Bairro Village do Lago.
“Quando chegamos lá, descobrimos que a lona era emprestada por uma cunhada e elas estavam brigando porque a mulher queria a lona de volta para morar debaixo dela. Naquele dia, o que Karina mais desejava era ganhar uma lona. Quando falamos da construção da casa ela ficou surpresa. Nós também decidimos fazer uma casa para a cunhada dela”
Explica o empresário Leonardo Oliveira.
Leonardo já trabalhou com construção civil e ele acompanhou toda a obra. O projeto foi feito gratuitamente por um engenheiro, que é pastor de outra igreja, e amigo dele.
“Construímos uma casa simples e a intenção não é somente dar a casa. Vamos acompanhar essa família por três meses, passar orientações sobre higiene, fazer estudo bíblico e levar materiais escolares para as crianças. A intenção é mostrar que tem jeito de mudar. Eram pessoas invisíveis para a sociedade e queremos mostrar uma nova direção de vida para eles. Temos que ajudar de coração e se entregar”.
O grupo também arrecadou alguns móveis para a casa e doou uma bicicleta para o filho mais velho de Karina. É comum no Natal, que as crianças façam cartinhas com pedido de presentes para o Papai Noel, mas o desejo do pequeno Lucas veio da fé:
“Eu pedi a Deus uma bicicleta de rodinha”
Disse o menino ao ser questionado sobre o sonho de Natal.
“Esse vai ser o melhor Natal da minha vida, porque quando fazemos o bem somos os mais beneficiados. Queremos fazer o bem e transformar a vida das pessoas. Fico feliz em ver a família saindo daquela situação para viver com mais dignidade”
Disse o voluntário Samuel Nunes.
Rede de solidariedade
A ação do grupo de amigos também vai proporcionar um Natal mais feliz para as famílias dos pedreiros Wilson e Reginaldo.
Eles estavam desempregados há 3 meses e foram contratados para trabalhar na obra.
“Foi uma bênção que caiu do céu, eu estava muito preocupado porque não sabia como ia ser esse Natal. Com o dinheiro que recebi, fiz feira, comprei os remédios para minha esposa que tem problema de coração e paguei algumas continhas. O feijão e o arroz não vão faltar na mesa e agradeço muito a Deus”
Disse o pedreiro Reginaldo Sena Ferreira.
Ele tem 50 anos, trabalha como pedreiro há 12 e esta foi a primeira vez que ajudou em uma obra solidária.
O sentimento que leva pra vida é de gratidão.
“Fico muito feliz por conseguir um pouquinho para mim e por ver uma família saindo debaixo de uma lona para uma casa dessa. Pra mim é gratificante demais”
Além de pedreiro, ele também faz bicos como lavrador e foi com o dinheiro economizado do cabo da enxada, trabalhando de sol a sol, que Reginaldo conseguiu comprar a casa própria, onde mora com a esposa e uma filha há 30 anos.
“Eu trabalhava na roça plantando e colhendo, aos poucos economizei e comprei um barracão que era da minha cunhada. Era apenas um cômodo, e eu fui comprando os tijolos devagarzinho e hoje são três. Ainda está sem terminar, mas está ótimo”
Comemora.
O pedreiro Wilson Delabona, de 46 anos, também não esconde a alegria de ter trabalhado na obra. Ele morava em Brasília-DF e se mudou para o Norte de Minas há cerca de dois anos para se casar e começar uma vida nova, mas os planos foram interrompidos pelo desemprego.
“Desde que cheguei aqui, faço diárias como motorista de caminhão quando aparece ou como pedreiro, mas eu estava parado há 3 meses. Graças a Deus surgiu esta oportunidade e vou poder conciliar as contas da casa”
Conta.
Wilson diz que se sentia inútil, mas agora está feliz.
“Eu fico muito feliz por poder ajudar essa família com o meu trabalho. Eles estavam em uma situação muito difícil e agora vão ter um conforto maior. Fico alegre por mim e por eles”.
Com Informações de: G1.
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