Cerca de 200 pessoas levaram balões e até um 'bolo da impunidade'. Data é lembrada como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
Auditores fiscais do trabalho protestaram nesta Segunda-feira (190128) em frente ao Tribunal Regional Federal - TRF, em Brasília-DF, para marcar os 15 anos do crime lembrado como Chacina de Unaí-MG.
Eles encheram balões cor de luto e levaram um chamado “bolo da impunidade”.
Segundo os organizadores, cerca de 200 pessoas participaram do ato.
Passados 15 anos, os executores da chacina estão presos, mas os apontados como mandantes e intermediários do crime seguem respondendo em liberdade. As vítimas, três auditores fiscais e um motorista, apuravam denúncias de trabalho escravo em Unaí-MG.
Segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho - SINAIT, a demora em publicar o acórdão (ata de julgamento) da decisão que anulou a condenação de um dos acusados de serem mandantes do crime tem atrasado a possibilidade de fazer Justiça.
O ex-prefeito de Unaí-MG Antério Mânica (PSDB), um dos acusados no caso, conseguiu um recurso no TRF que mandou o processo dele voltar à estaca zero por haver “fragilidade nas provas”.
A decisão é de Novembro de 2018.
Para o SINAIT, só é possível recorrer contra essa decisão após o acórdão ser publicado.
“Queremos que o acórdão do julgamento que reduziu as penas seja publicado.
A defesa em relação a essa decisão ainda não pode ser apresentada”
Afirmou o presidente do sindicato, Carlos Silva.
Para ele, a demora em dar um desfecho a este caso é consequência de sucessivos recursos judiciais.
“Estamos diante de manobras processuais, promovidas pelos mandantes da chacina para afastar deles o cumprimento da pena que eles têm que cumprir.”
O crime que ocorreu em 28 de Janeiro de 2004 e o Ministério do Trabalho estabeleceu a data como Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
Relembre o caso
Durante investigação de denúncias de trabalho escravo na região, os auditores fiscais do Ministério do Trabalho, Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram assassinados em uma emboscada na região rural de Unaí-MG. O episódio aconteceu em 28 de Janeiro de 2004 e ficou conhecido como 'A Chacina de Unaí'.
Os irmãos Antério e Norberto Mânica são acusados pelo Ministério Público Federal de serem os mandantes do crime. Os intermediários, segundo a acusação, eram os empresários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro.
Os dois confessaram o crime.
Os matadores foram condenados em 2013. Eles já estavam presos preventivamente.
Rogério Alan pegou 94 anos;
Erinaldo Silva, 76 anos;
William Gomes, 56 anos.
Combate ao Trabalho Escravo
Por causa da chacina de Unaí, o Ministério do Trabalho estabeleceu 28 de Janeiro como Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
Segundo dados do Ministério Público do Trabalho, mais de 50.000 trabalhadores foram resgatados no Brasil desde 1995.
Com Informações de: G1.
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