Para a PC, o depoimento da vítima tem ‘valor probatório’, mesmo sem testemunhas; documentos foram encaminhados à Justiça de Montes Claros.
A Polícia Civil indiciou um jornalista de Montes Claros-MG por crime de estupro contra uma colega de trabalho na Câmara Municipal da cidade. O ex-chefe do setor de comunicação da Câmara foi denunciado pela vítima, que ocupa cargo de assessora, por abusos que teriam ocorrido no dia 07 de Fevereiro deste ano.
O inquérito da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, que investigava o caso, foi encerrado nesta Quinta-feira (180419) e entregue à Justiça para andamento do processo.
No inquérito, a Polícia Civil diz que o acusado teria “agarrado a vítima de 24 anos, por trás, passando as mãos por sua barriga e seios, e ainda teria dado uma leve ‘chupada’ em seu pescoço”, relata a Polícia Civil, em nota.
Para a PC, mesmo que o ato não tenha tido testemunhas, o depoimento da jornalista vítima da ação serve como prova do processo movido contra o ex-chefe de setor.
“A palavra da vítima reverte-se de valor probatório, pois esses crimes são praticados, na maioria das vezes, na ausência das testemunhas”
Informa a nota.
O inquérito entregue pela Delegacia da Mulher afirma ainda que o acusado teria submetido à vítima a situação constrangedora e em local público.
“Os meios probantes comprovaram que o investigado teria tocado na vítima de forma libidinosa, inclusive, submetendo-a a situação indesejada e constrangedora. Ademais, o fato ocorreu em órgão público, local em que se deve privar pelo respeito”
Afirmou a delegada Karine Maia, responsável pelo caso.
O acusado, segundo o Código Penal, pode ser submetido a pena de reclusão por 6 a 10 anos. O inquérito foi encaminhado para a Justiça, para prosseguir nas investigações; a PC não pediu a prisão do investigado.
O que dizem os envolvidos
O G1 fez contato por telefone com o acusado de ter cometido o ato de estupro na Câmara de Montes Claros. O então chefe do Setor de Comunicação do órgão demonstrou não saber, até o momento, sobre o encerramento do inquérito e disse não querer se pronunciar sobre o assunto.
A jornalista, vítima do ato, se disse muito abalada com o encerramento das investigações e afirmou ter fé na Justiça.
"Deus é justo! Sei que ainda terei que percorrer por vários caminhos, mas essa decisão da PC prova que não devemos ter medo de denunciar.
Durante o processo de investigação sofri muito com os olhares de dúvida, piadinhas ofensivas, mas isso me tornou mais forte para não desistir.
Agradeço cada apoio de luta; tenho fé que a justiça será feita"
Diz
O que diz a Câmara Municipal
A Câmara Municipal de Montes Claros informou, por meio de nota, que “teve acesso ao Relatório do Inquérito Policial referente aos dois servidores contratados”.
Segundo o órgão, o documento será analisado pelo presidente da Casa Legislativa e, só então, algum parecer será divulgado.
Uma sindicância foi instaurada para apurar a denúncia no dia 27 de Fevereiro. A Câmara criou, ainda, uma Comissão Especial que faria análise do caso, formada por três servidores efetivos e apoio jurídico.
A assessoria informou ao G1 que a sindicância interna na Câmara Municipal “é sigilosa e já foi concluída”.
O servidor acusado do abuso permanece afastado do cargo e a jornalista segue a rotina de trabalho do órgão.
Com Informações de: G1.
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