Paracatu sem água. o desespero no abastecimento de água à cidade. O caos leva a calamidade!
A seca e a estiagem prolongadas, que castigam dezenas de cidades mineiras, já estão provocando a falta de água em Paracatu-MG, município com cerca de 100 mil habitantes, na Região Noroeste do Estado.
Segundo denúncia do presidente do Movimento Verde de Paracatu, Antônio Eustáquio Vieira, que também é secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu, apenas 30% dos moradores estão sendo abastecidos regularmente e o 70% restantes dependem de caminhões-pipa.
De acordo com ele, o problema é antigo, mas se agravou nos últimos anos, devido à falta de investimentos no setor e à ausência de uma política pública de proteção às nascentes e aos mananciais. Ele conta que em 2015 a Agência Nacional de Águas - ANA, através do “Atlas de Abastecimento de Água”, estimou para a cidade uma demanda de 238 litros de água por segundo e recomendou a realização de investimentos no sistema de abastecimento do município.
No entanto, ainda conforme Vieira, a COPASA fez uma leitura diferente do cenário e estimou uma demanda de 210 litros por segundo.
“Para abastecer o município, 150 litros por segundo eram retirados do Ribeirão Santa Isabel e os 60 litros por segundo restantes vinham de poços artesianos antigos, furados pela COPASA”
Explica ele.
Com o passar do tempo, o manancial secou e os poços passaram a responder sozinhos pelo abastecimento da cidade.
“Porém, eles não estão dando conta e para compensar a COPASA está buscando água com caminhões-pipa em rios do município”
Explica Vieira.
De acordo com ele, diariamente 6 milhões de litros de água são retirados dos poços artesianos e 1 milhão é fornecido pelos caminhões-pipa.
O problema, ainda segundo ele, é que a estação de tratamento local tem capacidade para tratar apenas 150 litros de água por segundo. Além disso, a rede de distribuição não é setorizada.
“Primeiro, a água chega no centro da cidade e o pouco que sobra vai para os bairros. Com isso, 70% da população, que mora longe do centro, fica dias sem água encanada e é abastecida com caminhões-pipa. O pessoal acaba usando qualquer tipo de água, sem tratamento, correndo o risco de contrair doenças”
Alerta ele.
Em nota, a COPASA afirma que “devido ao longo período de estiagem que tem provocado a redução do nível do ribeirão Santa Isabel e dos nove poços profundos que abastecem a cidade de Paracatu, a empresa adotou o sistema de rodízio e está complementado o abastecimento com caminhões-pipa.”
A companhia esclarece ainda que “em condições climáticas normais, a vazão da água captada no ribeirão e nos poços para atender a população é de 202 litros por segundo.
Atualmente, em razão da pior seca dos últimos 100 anos em Paracatu, essa vazão tem oscilado entre 150 litros por segundo e em 58 litros por segundo.”
Diante dessa situação, “a COPASA solicita aos moradores da cidade que não desperdicem água neste momento de seca”, finaliza o texto.
Com Informações de: PARACATUNET.
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