Na tarde deste sábado (20), Temer voltou a falar sobre as denúncias contra ele feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista, e reafirmou que continuará no cargo.
O presidente Michel Temer voltou a afirmar que continuará à frente do governo na tarde deste Sábado (170520).
Foi seu segundo pronunciamento oficial depois da denúncia feita por Joesley Batista, dono da JBS, em delação ao Ministério Público Federal.
Ele também protocolou no STF, na tarde deste Sábado, um pedido para que o inquérito que investiga essas denúncias seja suspenso.
Veja abaixo frases do pronunciamento de Temer, que durou 12 minutos, e entenda o contexto de cada afirmação:
"Essa gravação, clandestina, é o que diz, foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos, incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil."
(01'11'')
O presidente se referiu a informações veiculadas na imprensa. Segundo os jornais "Folha de S.Paulo" e "O Estado de S. Paulo", peritos veem cortes na gravação de Joesley com Temer, mas partes fundamentais da gravação estão sem alteração.
Na Quinta-feira (170518), Temer já havia dito que considerava a gravação "clandestina". Porém, o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal - STF, afirmou, ao autorizar a abertura de inquérito para investigar Temer, que a gravação da conversa feita pelo empresário Joesley Batista com Temer é legal.
"O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York. O Brasil, que já tinha saído da mais grave crise econômica de sua história, vive agora, sou obrigado a reconhecer, dias de incerteza. Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado, não foi punido e, pelo jeito, não será."
(02'14'')
Joesley Batista foi autorizado a deixar o país após acordo de delação com a justiça. O dono do Grupo JBS embarcou no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, na noite do dia 10 de maio, com destino ao aeroporto de Terterboro em Nova Jersey, nos EUA.
Imagens obtidas com exclusividade pelo Jornal Hoje mostram os últimos momentos de Joesley Batista no Brasil. Câmeras de segurança do terminal dois mostram sua chegada na área de embarque acompanhado da mulher, do filho e da cunhada, que leva uma criança de colo.
"Antes de entregar a gravação, [Joesley] comprou US$ 1 bilhão porque sabia que isso provocaria caos no câmbio. Sabendo que a gravação também reduziria o valor das ações de sua empresa, as vendeu antes da queda da bolsa. Não são palavras minhas apenas. Os fatos estão sendo investigados pela Comissão de Valores Mobiliários. A JBS lucrou milhões e milhões de dólares em menos de 24 horas."
(03'17'')
Neste trecho, Temer acusa Joesley Batista de fazer movimentações no mercado de valores com informações privilegiadas. A compra de dólar na véspera do vazamento dos aúdios da delação premiada da JBS teria levado a empresa a obter ganhos financeiros, já que a cotação da moeda disparou 8,15% na Quinta-feira (170518).
Na Sexta, a Comissão de Valores Mobiliários - CVM instaurou três processos administrativos em uma semana para investigar o frigorífico JBS. As informações sobre o conteúdo das investigações não foram confirmadas pela CVM.
“E no caso, convenhamos, no caso central de sua delação, fica patente o fracasso de sua ação. O Cade não decidiu a questão solicitada por ele. O governo não atendeu a seus pedidos. Não se sustenta, portanto, a acusação pífia de corrupção passiva.”
(05'23'')
O caso mencionado baseia um inquérito aberto pelo MPF contra Rodrigo Rocha Loures, deputado federal afastado e amigo de Temer. Segundo delação de Ricardo Saud, diretor da JBS, Loures e Saud teriam negociado, em abril, o pagamento semanal de propina a Loures e Temer durante 25 anos.
O motivo do pagamento seria uma decisão do Cade que reduziria os custos do gás boliviano e beneficiaria a produção de energia de uma das empresas do Grupo JBS. Em nota, o Cade afirmou que o caso ainda se encontra em análise e não houve decisão do órgão sobre o assunto. Leia a íntegra da nota
"Lembrem da acusação de que eu dera aval para comprar o silêncio de um ex-deputado. Não existe isso na gravação, mesmo tendo sido adulterada.
E não existe porque nunca comprei o silêncio de ninguém.
Não obstruí a Justiça porque não fiz nada contra a ação do Judiciário."
(08'29'')
"Não é a conexão de quem diz: olhe, eu estou comprando o silêncio de um ex-deputado e estou tanto a ele. Não. A conexão é com a frase: eu me dou muito bem com o ex-deputado, mantenho uma boa relação. E eu digo isso: mantenha isso, viu. Eu enfatizo muito o 'viu'."
(09'47'')
Temer se refere ao trecho da conversa que começa aproximadamente no minuto 11 do áudio de 38 minutos divulgado pelo STF, e que foi o primeiro conteúdo das delações divulgado. Na conversa, Joesley afirma: "O que é que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo, ok... " e, em seguida, Temer diz: "Tem que manter isso, viu..." Leia a conversa gravada por Joesley Batista
Com Informações de: G1.
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