Seis pessoas tiveram as prisões ratificadas por quatro crimes.
Caso segue em apuração na Delegacia de Homicídios da cidade mineira.
Na última Sexta-feira (181019), um tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo deixou um policial de 37 anos, morto no estacionamento de um hospital em Juiz de Fora-MG. No local do crime, também estavam empresários de empresa de segurança e doleiros.
Quatro policiais foram presos por lavagem de dinheiro; um homem de 42 anos foi preso por homicídio e um idoso de 66 anos, por estelionato tentado. Mais de R$14.000.000,00, a maioria em notas falsas, foram apreendidos, junto com armas, cartuchos, carros e distintivos.
O caso segue em apuração na Delegacia de Homicídios de Juiz de Fora. De acordo com a assessoria da Polícia Civil de Minas Gerais, não serão repassadas informações até a conclusão do inquérito. Também não há prazo definido, porque o delegado responsável, Armando Avólio, pode solicitar prorrogação.
Também está em andamento a apuração das atuações dos policiais na Corregedoria da Polícia Civil mineira.
A Secretaria da Segurança Pública - SSP disse que aguarda a apuração do caso e que, se comprovados os desvios de conduta, os policiais envolvidos responderão administrativa e criminalmente, de acordo com os atos praticado por cada um.
Após a audiência de custódia neste Domingo (181021) no Fórum Benjamim Colucci, em Juiz de Fora, quatro policiais de São Paulo tiveram as prisões em flagrante confirmadas e deram entrada no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta Segunda-feira (181022).
Apontado como doleiro e responsável pelos mais de R$14.000.000,00, Antônio Vilela, teve a prisão confirmada pelo crime de estelionato tentado. Após ter alta do Hospital Monte Sinai no Domingo, deu entrada no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional - CERESP.
Segue internado o dono de uma empresa de segurança, Jerônimo da Siva Leal Júnior, que teve a prisão por homicídio confirmada na audiência de custódia. Ele segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva - UTI do Monte Sinai com acompanhamento da Central de Escolta de Juiz de Fora - CIESP.
Procuradas pelo MGTV, as defesas dos envolvidos não quiseram se manifestar.
O que se sabe sobre o tiroteio em Juiz de Fora
Sexta-feira (181019)
16:00 horas:
Tiroteio no estacionamento no subsolo do prédio anexo do hospital mobiliza as polícias Militar - PM e Civil de Juiz de Fora.
A informação inicial é de que a ocorrência envolvia nove policiais civis de São Paulo e dois de Minas Gerais. O policial de Juiz de Fora, Rodrigo Francisco, morreu no local. Duas pessoas não identificadas ficaram feridas e foram atendidas no Hospital Monte Sinai.
A informação inicial divulgada pela Polícia Civil é de que os policiais mineiros perceberam o grupo armado e a troca de tiros ocorreu durante a abordagem. E que outros quatro policiais civis que fugiram em um carro branco descaracterizado foram detidos.
O número de envolvidos na situação era de nove policiais civis de São Paulo, dois de Juiz de Fora e outras duas pessoas não relacionadas.
Funcionários de um hotel próximo ao hospital onde a ocorrência foi registrada confirmaram ao MGTV que seis policias civis de São Paulo estavam hospedados no estabelecimento desde a última Quarta-feira (181017).
A direção do hotel explicou que não irá se pronunciar sobre o caso.
Sábado (20)
A Polícia Civil de Juiz de Fora informou que foram apreendidos cerca de R$15.000.000,00 nos carros do grupo de São Paulo. A princípio, apenas R$1.500,00 seriam verdadeiros e a maioria das notas seria falsificada.
Segundo o Registro de Eventos de Defesa Social - REDS, as malas estavam em dois carros localizados no subsolo do estacionamento, um deles com uma mala e um colete balístico; as outras seis contendo o dinheiro estavam em outro veículo.
Não são citados os proprietários dos veículos.
Integrantes das Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e de Minas Gerais chegaram à Delegacia de Polícia Civil em Santa Terezinha para acompanhar a apuração do caso.
Segundo fontes da Polícia Civil, alguns dos policiais civis de São Paulo afirmaram em depoimento terem sido contratados para fazer a escolta de um empresário de São Paulo sem saber de fato o que ele veio fazer na cidade.
A identidade do suposto empresário não foi divulgada, a Polícia investiga relatos de que ele teria deixado Juiz de Fora em um jatinho.
Em nota ao G1, a AMD Services, empresa que administra do Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha), informou que colabora com as investigações e passou para a polícia todas as informações relativas a pousos e decolagens realizadas no aeroporto na última Sexta-feira (181019).
Após a conclusão do Auto de Prisão em Flagrante - APF, o Superintendente de Investigação de Polícia Judiciária da Polícia Civil de Minas Gerais, Carlos Capistrano, e o chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, Carlos Roberto da Silveira, fizeram um pronunciamento.
A imprensa não pode fazer perguntas.
Quatro policiais civis de São Paulo - os investigadores Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira e Jorge Alexandre Barbosa de Miranda e os delegados Bruno martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa, tiveram a prisão ratificada por por lavagem de dinheiro.
Jerônimo da Siva Leal Júnior, internado em estado grave, teve a prisão confirmada pelo crime de homicídio consumado. Antônio Vilela, que também estava na cena do crime, apontado como o proprietário do dinheiro, responderá pelo estelionato tentado.
Os outros cinco policiais de São Paulo foram autuados porque não estavam na cena do crime. Seguem sob investigação, mas em liberdade.
Foi confirmado o envolvimento de quatro policiais civis de Minas Gerais. Além do policial morto, outros três foram indiciados por prevaricação.
Eles respondem em liberdade.
Foram apreendidas 16 armas, 16 celulares, colete contra arma de fogo de uso restrito, distintivo de delegado da Polícia Civil e cartuchos. Um cartão bancário e uma carteira de habilitação em nome de outras pessoas foram encontradas do lado externo da inspetoria, perto da janela onde estavam os policiais de São Paulo.
Imagens do sistema de vigilância dos portões das entradas principal, do subsolo do hospital e das câmeras de segurança internas do estacionamento do subsolo foram encaminhadas à Polícia Civil.
Capistrano também explicou que aguardam os laudos periciais e de necropsia para dar uma "resposta melhor, face a complexidade deste assunto". Silveira disse que o fato que desencadeou a situação foi uma tentativa de estelionato.
O corpo do policial civil Rodrigo Francisco, de 37 anos, foi velado e sepultado no Cemitério Municipal.
Ele deixa esposa e uma filha de cinco anos.
Reportagem do Jornal Nacional - JN revelou que o estacionamento foi o ponto de encontro para uma negociação clandestina. Um empresário paulista, identificado pela polícia como Flávio de Souza Guimarães, viajou até Minas para trocar milhões de dólares por reais com o empresário mineiro Antônio Villela, que já foi preso em 2009 por falsificação de dinheiro.
Ele deixou Juiz de Fora em um táxi aéreo no fim da tarde de Sexta-feira (181019), junto com outros dois passageiros e dois pilotos, rumo ao Aeroporto Campo de Marte, que fica em São Paulo.
De acordo com a Cúpula da Polícia Civil de São Paulo, os policiais civis de Minas estariam fazendo a segurança do empresário mineiro e a descoberta do dinheiro falso teria iniciado o tiroteio com os policiais civis de São Paulo à paisana que faziam a escolta do empresário paulista.
Todas as armas apreendidas serão periciadas.
A análise vai revelar se os policiais civis de São Paulo usaram armas oficiais fora de serviço, o que é proibido. Lembrando que quem faz bico em horário de folga comete infração administrativa.
Domingo (21)
Após audiência de custódia no Fórum Benjamin Colucci, o juiz Paulo Tristão acatou o pedido do Ministério Público e converteu para preventiva a prisão em flagrante dos policiais civis de São Paulo e dos dois feridos internados no Hospital Monte Sinai em Juiz de Fora.
Desta forma, não há prazo para que nenhum deles seja solto.
Reportagem do Fantástico mostrou imagens dos presos no estacionamento, captadas pelo circuito de segurança. Os policiais paulistas disseram que faziam um "bico" e que não sabiam que se tratava de uma negociação ilegal, realizada nos fundos de um estacionamento.
Segunda-feira (22)
Quatro policiais civis do Estado de São Paulo, os investigadores Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira e Jorge Alexandre Barbosa de Miranda e os delegados Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa, deram entrada no Complexo Penitenciário Nelson Hungria na manhã desta Segunda-feira.
O hospital divulgou que o doleiro e empresário Antônio Vilela recebeu alta na noite de Domingo. A Secretaria de Estado de Defesa Social - SEAP confirmou que ele deu entrada no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional - CERESP de Juiz de Fora.
Advogado do empresário Flávio de Souza Guimarães informou que ele irá se apresentar à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo na tarde desta Segunda-feira.
Histórico do caso
O G1 e o MGTV tiveram acesso à ata de audiência de custódia, onde constam informações sobre a investigação dos fatos que levaram ao tiroteio no estacionamento.
De acordo com o apurado na investigação e a denúncia encaminhada pelo Ministério Público, Flávio de Souza Guimarães saiu de São Paulo para Juiz de Fora na Sexta-feira com 12 pessoas, entre elas nove policiais civis e Jerônimo da Silva Leal Júnior, que é dono de uma empresa de segurança com sede na capital.
Os outros dois acompanhantes foram um homem apontado como dono de empresas no exterior e um homem que ainda não foi identificado.
Parte do grupo veio de jato fretado.
Os policiais vieram em dois veículos.
Segundo os relatos que constam do processo, se tratava de uma "escolta VIP" com o objetivo de trocar dólares por reais com o empresário mineiro Antônio Vilela, que também estaria sendo escoltado, mas por policiais civis mineiros.
As negociações começaram no lobby do hotel próximo ao hospital e terminou no estacionamento.
Segundo a investigação, os tiros começaram por causa de um "desacerto", quando foi detectado que a maior parte do dinheiro, equivalente a R$14.000.000,00, era falsa. E ainda conforme a análise do juiz, relatos das testemunhas colocam em xeque a versão apresentada pelos policiais mineiros.
A Justiça também apontou que as malas com o dinheiro estavam em um veículo com placas de Belo Horizonte-MG no estacionamento, "cujo proprietário não constou do boletim de ocorrência".
Além de acatar o pedido de prisão dos seis envolvidos, o juiz Paulo Tristão atendeu ao pedido da defesa de Jerônimo da Silva Leal Júnior para que ele seja visitado pelos familiares mais próximos e pela advogada mediante a presença da escolta.
A suspeita inicial é a de que Jerônimo, que estava com a mala de dinheiro falso, atirou no policial, que revidou. A Justiça diz, porém, que só a perícia em todas as armas poderá esclarecer quem atirou, porque os depoimentos das testemunhas apontaram que foram feitos muitos disparos.
LEIA MAIS SOBRE O CASO:
Matéria - 10706 - 181020 - AQUI.
Matéria - 10741 - 181023 - ESTA.
Matéria - 10787 - 181026 - AQUI.
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Matéria - 10787 - 181026 - AQUI.
Com Informações de: G1.
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