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12 julho 2018

MONTES CLAROS-MG - Crianças são feridas por agulha em escola e precisam tomar coquetel de medicamentos

Segundo o pai de um dos alunos, a escola só comunicou sobre o fato mais de 24 horas depois do acidente; direção afirma que resolveu apurar ocorrido antes de alarmar o caso.

                     O pai de uma criança de nove anos registrou um boletim de ocorrência contra uma escola de Montes Claros-MG nesta Quinta-feira (180712) após a filha ter sido ferida por uma agulha dentro da instituição de ensino. 

                     Para o homem, que preferiu não se identificar, a escola foi negligente por ter demorado mais de 24 horas para comunicar o fato. No total, quatro crianças foram feridas pela mesma agulha e precisaram tomar um coquetel de medicamentos retroviral, que previne doenças transmitidas pelo sangue.

                     As crianças são alunas do CAIC do Bairro Maracanã e foram feridas na Segunda-feira (180709) após uma brincadeira. Um dos alunos da instituição encontrou em um matagal, próximo da escola, uma agulha utilizada para medir glicose de pacientes, a levou para sala de aula e mostrou ao grupo de colegas. 
                     Todos se furaram.

                     O pai ouvido pelo G1 conta que a própria professora da filha relatou que o acidente foi às 13:30 horas da Segunda-feira (180709). 

                     No celular dele há registros da ligação da escola apenas na Terça-feira (180710), por volta das 16:00 horas. 

“Fiquei indignado porque é como se a pessoa atropelasse alguém e se preocupasse primeiro com a procedência da vítima, e não em socorrê-la. Eles não pensaram nos riscos de contágio, e sim em não serem responsabilizados”
                     Diz o pai.

                     Ainda segundo o homem, a professora da filha dele disse que ouviu a menina dizer que o dedo estava saindo sangue. Na primeira ligação, feita na Terça-feira, ele conta que a escola informou apenas que a filha tinha sido perfurada por uma agulha pequena, e que o ferimento não teria consequência alguma. 
                     Como a menina passou mal, eles resolveram retornar a ligação.

“Minha filha se sentiu mal na Terça-feira, e eu senti que só por isso eles relataram que o ferimento poderia trazer riscos. Na hora da ligação, no fim da tarde, eu estava acompanhando meu filho numa consulta, e a médica me alertou na hora dos prazos para tomar providências. Achei um despreparo”
                     Comenta o pai.

O que diz a escola

                     Segundo a direção do CAIC, a escola percebeu o ocorrido na hora, mas decidiu apurar com a família da criança que levou a agulha a procedência do objeto. 

                     Depois de ter descoberto que ele encontrou a agulha na rua, resolveu acionar todos os pais. 

“A primeira providência foi chamar o aluno, perguntar onde ele tinha encontrado. Depois ligamos para a família dele e pedimos que viesse até a escola para saber se alguém na casa tinha diabetes. Não foi tudo no mesmo dia porque o fato ocorreu no final do expediente”
                     Afirma Marineide Silva, coordenadora pedagógica da escola.

                     De acordo com a pedagoga, só depois de falar com o menino que levou a agulha e os pais dele, a escola tentou contato com os outros que se furaram. 

“A escola ligou para todos os pais depois de apurar o ocorrido. A demora foi porque alguns telefones não atendiam. Ficamos praticamente a tarde toda contatando todos os pais”
                     Conta Marineide.

                     Em nota, a prefeitura afirmou que a escola agiu corretamente, tomando todas as providências que são de sua responsabilidade.

Consequências clínicas


                     Para a médica infectologista, Cláudia Biscotto, o mal estar da menina pode não ter relação com o ferimento causado pela agulha, uma vez que o instrumento é pequeno e deve ter sido dispensado na rua há tempo o suficiente para que o vírus não resistisse.

“É uma agulha muito pequena, não é? Ela provavelmente é de injetar insulina ou medicamento subcutâneo. [A agulha] Envolve riscos menores de transmissão, principalmente por ter sido descartada há algum tempo. Se o vírus da AIDS estivesse presente em quem usou a agulha da primeira vez, o vírus já estaria inativo por conta do tempo de desuso”, explica.


Apesar das chances de as crianças terem contraído AIDS serem pequenas, Biscotto faz alerta para os riscos de infecção por outros vírus transmitidos pelo sangue. 

“O risco de AIDS é muito pequeno, mas não podemos esquecer que tem risco de hepatite B, e até outras DSTs. O procedimento correto é tomar o coquetel para a prevenção”
                     Diz a infectologista.

                     O pai, que não quis se identificar, levou a filha ao hospital no mesmo dia em que soube do acidente. 
                     Ele contou que a garota foi medicada e, nos últimos dias, não conseguiu ir às aulas por conta do mal estar causado pelos medicamentos, que são extremamente fortes.

                     Pai e filha devem aguardar 28 dias para retornarem ao atendimento médico, segundo a especialista. 
                     A agulha utilizada pelas crianças foi recolhida pela direção da escola.

                     Com Informações de: G1.

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