Dados mostram que 39% dos brasilienses misturam lixo orgânico com material seco. Veja também como cidade espanhola mudou essa realidade.
Oito em cada dez moradores do Distrito Federal (86%) não separam o lixo doméstico por tipo de material, como sugere a coleta seletiva. Além disso, 39% dizem não separar, sequer, os resíduos orgânicos do lixo seco. Os dados são de uma pesquisa do Ibope, divulgada nesta Terça-feira (180605), Dia do Meio Ambiente.
O levantamento mostra também que quase metade da população (49%) diz saber "pouco ou nada" a respeito da separação correta do lixo. Dos entrevistados no DF, apenas 37% afirmam saber que garrafas plásticas podem ser recicladas e 21% sobre embalagens retornáveis de vidro, por exemplo.
Mesmo que elevados, os dados do desconhecimento sobre a coleta seletiva na capital do país são semelhantes à média nacional. No Brasil, 4 em cada 10 brasileiros também não fazem a separação dos resíduos por tipo de material.
Ao todo, o levantamento encomendado pela cervejaria Ambev ouviu 1.800 pessoas. A pesquisa foi feita por telefone, entre 25 e 30 de Maio.
'Não virou rotina'
Apesar de não contribuir com a separação do lixo, o brasiliense afirmou na pesquisa que sabe da "importância da reciclagem para o meio ambiente" e acredita que esta seja uma prática correta, mas que ainda não virou rotina.
Além disso, entre os entrevistados do DF, 68% dizem estar atentos na hora de comprar produtos com embalagens que sejam recicláveis. Outro dado que chamou a atenção, é que 96% reconhecem o valor do "lixo" para outras pessoas, mas metade deles afirma não saber quem, efetivamente, recicla os materiais e os transforma em novos produtos no Brasil.
O desconhecimento se refere, principalmente, à atividade desenvolvida pelas cooperativas de reciclagem. Sete em cada dez entrevistados dizem não saber ou saber pouco sobre este assunto.
Além disso, 56% acreditam que o lixo gerado vá para o aterro sanitário ou para o lixão, mesmo que a maioria (62%) não concorde que essa seja a destinação adequada.
É possível mudar?
Em oito anos, a cidade de Hernani, no País Basco, região autônoma na Espanha, viu a média de lixo produzido na cidade cair de 250 quilos por pessoa, para apenas 50 quilos por morador.
A mudança, segundo o prefeito do município deve-se a uma "alteração no sistema integrado de gestão do lixo" (entenda abaixo). Nesta Terça-feira (180605), em Brasília-DF, Luis Intxauspe conversou com o G1 durante o primeiro dia de trocas de experiência no Congresso Cidades Lixo Zero.
Ele está no Distrito Federal para compartilhar a experiência e mostrar como outras cidades, mesmo maiores que a pequena Hernani, podem replicar as práticas.
Desde 2010, os moradores do município espanhol são incentivados a separar em pequenas porções, por tipo de material, os resíduos sólidos produzidos em casa. Esse lixo só pode ser entregue em determinados dias da semana.
Com a restrição do tipo de material coletado numa segunda-feira, por exemplo, cada casa só terá as garrafas de vidro recolhidas. Materiais de plástico, papel ou metal são entregues em dias diferentes.
Já a matéria orgânica, é colocada em recipientes comunitários para a decomposição. A técnica usada é a compostagem, que reaproveita até 60% de toda matéria orgânica produzida em Hernani.
À reportagem, Luis Intxauspe contou que além de mudar o sistema de recolhimento de lixo, a prefeitura passou a doar fraldas ecológicas, laváveis, para as famílias quando nasce cada criança. Sacolas de compras, as ecobags e vasilhames retornáveis também são distribuídos de casa em casa.
Com as mudanças de "hábitos e sistema", como explicou o prefeito, em menos de uma década, a cidade viu o reaproveitamento do lixo produzido saltar de 30% para efetivos 80%. A meta de "lixo zero", já posta em prática no município espanhol desde 2010, é a esperada para Brasília até 2023.
Com Informações de: G1.
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