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06 junho 2018

BRASIL - Governo reduz previsão e passa a estimar salário mínimo de R$998,00 em 2019

Em Abril deste ano, na proposta da LDO de 2019, governo havia informado que estimativa para o salário mínimo estava em R$1.002,00 para o ano que vem. 
Estimativa menor de inflação determinou a revisão.


                 O governo revisou sua estimativa para o salário mínimo em 2019 de R$1.002,00, que havia sido feita em Abril deste ano, para R$998,00. A nova previsão consta em nota técnica do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano, divulgada pela Comissão Mista de Orçamento.

                 Atualmente, o salário mínimo, que serve de referência para cerca de 45.000.000 de pessoas, está em R$954,00. Com isso, o aumento previsto para o próximo ano passou a ser de R$44,00.

                 Com a nova previsão, o governo estima que vai deixar de gastar R$1.210.000.000,00 em 2019. Isso porque, para cada R$1,00 de aumento, há o impacto de R$303.900.000,00 em despesas, sendo R$243.000.000,00 apenas nos gastos do INSS (previdência do setor privado). 
                 Veja detalhes mais abaixo.

                 O reajuste do salário mínimo obedece a uma fórmula que leva em consideração o resultado do Produto Interno Bruto - PIB de dois anos antes e a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC  do ano anterior.

                 Para o mínimo de 2019, portanto, a fórmula determina a soma do resultado do PIB de 2017 (alta de 1%) e o INPC de 2018. Como só será possível saber no início do ano que vem a variação do INPC de 2018, o governo usa uma previsão para propor o aumento.

                 A revisão na estimativa para o salário mínimo em 2019 ocorre porque o governo revisou de 3,8% para 3,3% sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC de 2018, que é utilizado como referência para correção do salário mínimo no ano que vem.

                 Além da inflação e do resultado do PIB, no reajuste do mínimo de 2019 está embutido uma compensação pelo reajuste do mínimo deste ano, que ficou abaixo da inflação medida pelo INPC.

                 Até o fim do ano, o governo ainda pode mudar o valor, caso haja novamente alteração na previsão para a inflação deste ano, que compõe a fórmula para o cálculo do reajuste do mínimo do ano que vem.

Último ano da atual fórmula


                 A atual fórmula de reajuste do salário mínimo (inflação do ano anterior mais o PIB de dois anos antes) começou a valer em 2012, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

                 Em 2015, Dilma encaminhou ao Congresso uma medida provisória que foi aprovada e estendeu esse modelo de correção até 2019.

                 Portanto, existe a possibilidade de alteração na fórmula de reajuste do mínimo a partir de 2020. Analistas esperam que o novo formato seja um dos pontos a serem debatidos na campanha eleitoral para a Presidência da República.

Impacto nas contas públicas

                 O reajuste do salário mínimo tem impacto nos gastos do governo. Isso porque os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS aos aposentados não podem ser menores do que um salário mínimo.

                 Com o aumento de R$44,00 no salário mínimo no próximo ano, de R$954,00 para R$998,00 os números da área econômica indicam que haverá um aumento nos gastos públicos de mais de R$13.400.000.000,00 somente por conta desse reajuste.

                 Antes da mudança da previsão, o impacto seria maior, de R$14.540.000.000,00. Com a alteração da proposta para o salário mínimo no próximo ano, portanto, o governo economizou R$1.210.000.000,00 no ano que vem.

Salário mínimo 'necessário'

                 Mesmo se confirmada a proposta para o salário mínimo acima de R$1.000,00 para 2019, o valor ainda ficará distante do considerado como "necessário", segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE.

                 De acordo com o órgão, para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria necessário R$3.696,95 ao mês em Abril deste ano.


                 Com Informações de: G1.

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