Prefeitura de Oliveira informou que funcionário foi afastado do cargo. Segundo a moradora, profissional ainda rasurou cartão da filha para esconder engano.
Um bebê de três meses tem recebido acompanhamento médico em Oliveira-MG depois de receber vacinas não prescritas. Segundo a mãe relatou ao G1 nesta Terça-feira (180116), o erro foi cometido por um técnico de enfermagem em um Posto de Saúde da Família da cidade.
O cartão de vacinação da menina apresenta duas rasuras que teriam sido feitas pelo profissional para esconder o engano.
Em nota, a Prefeitura informou que o profissional, que não teve o nome e a idade revelados, foi afastado das funções. A criança é acompanhada por uma pediatra e não apresentou reações à troca de imunização.
A mãe denunciou o caso no Ministério Público Estadual - MPE e no Conselho Regional de Enfermagem - COREN.
O técnico de enfermagem não foi encontrado para comentar a denúncia.
O erro
A mãe da criança, Ana Carolina Conquista Ribeiro, conta que o problema aconteceu no dia 10 de janeiro, quando levou a filha Emanuelley para tomar uma vacina contra meningite, conforme indicado pelo Ministério da Saúde para bebês da mesma faixa etária.
Ana estranhou a conduta do funcionário do PSF, que teria ficado um bom tempo diluindo a vacina que ela esperava a ser a prescrita no cartão de vacina.
"Quando ele deu as gotinhas na boca dela, que é a vacina oral de poliomielite, eu estranhei.
Daí ele aplicou outra"
Contou a mãe.
Segundo a mãe do bebê, o técnico de enfermagem não informou quais vacinas estavam sendo ministradas na criança. Desconfiada da situação, Ana ligou para uma amiga da área da saúde, enquanto ainda permanecia com a filha no posto.
"A minha amiga me informou que a Emanuelley só tinha a vacina de meningite para tomar. Não tinha a da poliomielite, e, nisso, o técnico já tinha me entregado o cartão de vacina dela.
Então eu voltei à sala e pedi que ele me explicasse e ele não soube falar. Fiquei preocupada porque o vi apagando com corretivo o escrito que ele mesmo fez no cartão dela"
Disse.
A mãe relatou ainda que, após apagar o que já havia escrito no cartão, o técnico marcou no documento que Emanuelley teria recebido a dose de imunização contra meningite.
A moradora de Oliveira levou a situação ao conhecimento da responsável pela unidade de saúde, que informou à Prefeitura e à Secretaria Municipal de Saúde.
Pontuou a mãe.
Embora Emanuelley tenha recebido a vacina errada, a mãe da criança contou que, até o momento, o bebê não apresentou nenhuma reação. A vacina contra a meningite não poderá ser ministrada até que passem os efeitos das doses dadas incorretamente, segundo orientação médica.
Tabela de vacinação
Conforme o Ministério da Saúde, a aplicação de vacinas obrigatórias no Brasil segue um calendário específico. A prevenção contra a poliomielite, por exemplo, é feita por meio de duas vacinas: a Vacina Inativada Poliomielite - VIP e a Vacina Oral Poliomielite - VOPb.
A VIP é indicada em três doses, ministradas aos dois, quatro e seis meses de vida. A partir dos 15 meses de vida, até os menores de cinco anos, o reforço da VIP é a VOPb.
Já a vacina contra catapora é administrada, na forma atenuada, entre os 15 e 23 meses de vida.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Oliveira informou que os departamentos de Atenção Primária à Saúde e Vigilância Epidemiológica do município estão tomando providências sobre a denúncia.
O G1 entrou em contato com o MPE e aguarda retorno. A reportagem, no entanto, não conseguiu contato com o COREN.
Confira na íntegra a nota da Prefeitura de Oliveira:
"O profissional (Técnico de Enfermagem) em questão foi submetido à legislação municipal e não compõe mais o quadro de funcionários da Prefeitura de Oliveira. O Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais - COREN foi notificado do ocorrido e outras ações cabíveis serão tomadas por este conselho. A criança, desde a data do ocorrido, está recebendo acompanhamento médico. As consultas médicas estão sendo agendadas conforme Protocolo do Estado (uma consulta por semana).
A médica que está acompanhando o caso é a pediatra Infectologista Maria Carolina, que atende no Hospital São Judas Tadeu. Até a data de hoje, dia 16 de janeiro de 2018, a criança não apresentou nenhum tipo de reação."
Com Informações de: G1.
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