Quatorze trabalhadores foram encontrados em uma fazenda na zona rural de Jequitaí; dívida entre patrões e trabalhadores gira em torno dos R$100.000,00.
Nesta Quarta-feira (171228) quatorze trabalhadores rurais procuraram o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE em Montes Claros-MG, no Norte de Minas, na esperança de receberem acertos trabalhistas.
Eles foram encontrados por fiscais do MTE no dia 19 deste mês em situação análoga ao trabalho escravo em uma fazenda na zona rural de Jequitaí-MG.
De acordo com os fiscais do MTE, os trabalhadores não tinham equipamentos de segurança, nem mesmo no momento de carregar os caminhões.
As marmitas eram mantidas em cima dos fornos para manter a temperatura e no alojamento eles não tinham água nem para o banho; para beber eles armazenavam água da chuva em um tambor.
Todos os trabalhadores atuavam em uma carvoaria há cerca de quatro meses. Eles afirmam que neste período não receberam os valores combinados.
“Eu recebi uns R$300,00, nestes quase cinco meses. Não esperava receber este tratamento. Esperava receber um tratamento digno de um ser humano que trabalha para sustentar sua família, mas depois que cheguei lá foi só decepção”
Afirma o carvoeiro José Pereira Lima.
Responsável por contratar os outros trabalhadores, Eudes Junior da Silva afirma que a proposta do empregador era satisfatória.
“Falou que iria ter casa, comida, tudo belezinha. Disse que de carga em carga iria acertar com nós.
Passou quase dois meses e não acertou nada com nós”
Lamenta.
Eudes explica que a situação para ele piorou quando foi informado que tinha uma dívida no valor de R$15.000,00.
“Quando veio foi com uma dívida de R$15.000,00 e falou que eu é quem estava devendo. Inclusive está com as notas; só não estão assinadas por mim”
Um dos responsáveis pela fazenda foi identificado e também compareceu à reunião desta Quinta-feira, mas não quis falar com o G1 sobre as denúncias.
Segundo o Ministério do Trabalho, a dívida dos responsáveis com os trabalhadores gira em torno de R$100.000,00. Sem acordo firmado, o caso será encaminhado ao Ministério Público e à Justiça do Trabalho.
“A partir de agora serão emitidas as guias do seguro desemprego e iremos emitir um relatório com as autuações pelas infrações encontradas. Depois serão encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho e ao Ministério Público Federal, na questão da perseguição criminal”
Explica o auditor do MTE, Hélio Ferreira Magalhães.
Segundo o Ministério do Trabalho, ninguém se apresentou até o fim do dia para fazer a defesa da empresa junto à denúncia feita ao órgão.
Com Informações de: G1.
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