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15 novembro 2017

DIVINÓPOLIS-MG - Médicos restringem atendimentos na UPA de Divinópolis e alegam que estão com salários atrasados há três meses

Pacientes que não são considerados de urgência e emergência estão voltando para casa sem atendimento. Prefeito se reuniu com secretário de Saúde e deve se manifestar posteriormente.

                  O corpo clínico da Unidade de Pronto Atendimento - UPA Padre Roberto, em Divinópolis-MG, decidiu restringir nesta Terça-feira (171114) os atendimentos devido ao atraso de três meses nos salários. 
                 O movimento não tem prazo para terminar e alguns pacientes estão voltando para a casa sem receber atendimento.

                 A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que o prefeito Galileu Teixeira Machado estava reunido com o secretário Municipal de Saúde, Rogério Barbieri, e que o executivo vai se manifestar posteriormente, através de nota.

                 Uma reunião foi feita pela manhã no estacionamento da UPA, onde o diretor técnico da unidade, Marco Aurélio Lobão Mendes, conversou com funcionários da unidade. Eles decidiram que os atendimentos só seriam feitos em casos mais graves.

“A gente pede que a população entenda. O movimento deflagrado pelo corpo clínico dificulta o atendimento. Estão sendo atendidos os casos de urgência e emergência. Os pacientes que chegam aqui que são classificados como verde não serão atendidos, que é a essência da UPA. Estes pacientes nem deveriam ter vindo para cá”
                 Afirmou.

                 A suspensão de alguns atendimentos estava prevista caso a Secretaria Municipal de Saúde - SEMUSA não pagasse o salário dos médicos referentes ao mês de agosto - cerca de R$600.000,00. O prazo solicitado pelo Município era até esta Segunda-feira (171113), mas o acordo não foi cumprido. 
                 A dívida total, com os três meses de salários atrasados dos 55 médicos é de quase R$2.000.000,00, segundo o diretor.

“Foram feitas várias negociações, estabelecidos prazos que não foram cumpridos pela Santa Casa de Formiga e Semusa, por isso paralisamos o atendimento dos casos eletivos. A Semusa alega que é atraso nos repasses dos governos Estadual e Federal, mas o restante dos funcionários está com o salário em dia, somente o corpo clínico não está recebendo o pagamento”
                 Informou Ludmila Pizzigatti, membro comissão de ética médica.

                 O presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais, Anderson Rodrigues, foi até UPA e pediu que os médicos, e não os enfermeiros, comuniquem aos pacientes que eles não serão atendidos.

“A gente sabe que quando o usuário não tem atendimento a revolta é grande, e com razão. Sabemos que os médicos estão dentro do direito deles, mas tememos que o usuário se revolte contra os enfermeiros e técnicos”
                 Disse.


Sem atendimento

                 Sentindo dor de cabeça e tontura, a dona de casa, Keila Maria de Jesus, procurou o posto de saúde e foi encaminhada para a UPA, mas não recebeu atendimento.

“Eu procurei o posto com forte dor de cabeça e me falaram que não tinha como me avaliar lá, que era para eu procurar a UPA. Cheguei aqui e me falaram que não podem me anteder porque está olhando apenas as fichas vermelhas. Eles vão esperar a gente morrer? Isso é um desrespeito”
                 Indagou.

                 Outra reclamação era da indefinição dos atendimentos. Depois de passar pela triagem, muitos pacientes não sabiam se seriam ou não atendidos.

“Me falaram que pode ser que vão me atender em cinco, 12, 24 horas ou depois de amanhã. Não tem uma previsão, não sabem se vão me atender. Não tem como esperar tanto tempo na porta da UPA sem saber se será atendido”
                 Disse Joel Coimbra, que procurou a unidade com o joelho machucado.

                 A UPA de Divinópolis recebe em média 400 pessoas por dia. 

“Cerca de 70% dos pacientes que chegam aqui diariamente são classificados como 'verde' e deveriam inicialmente procurar a atenção básica”
                 Informou Mendes.

                 Ainda segundo o diretor clínico, atualmente 37 pacientes estão internados na UPA aguardando vaga em hospitais e ainda existem 160 pacientes em casa, também aguardando vaga no setor de Ortopedia.

“Estou sentindo muita dor e eu vim aqui e eles nem me passaram uma medicação. O local está ficando roxo. É muito complicado tudo isso, não consigo nem dormir direito de tanta dor”
                 Contou Velidom Alves Silva, que está com o braço quebrado e aguarda cirurgia há mais de 20 dias.

                 Com Informações de: G1.

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