Para eleger chapa desejada eles ofereciam favores e dinheiro; diz polícia. Políticos prestaram depoimentos; diretor da Câmara garantiu diplomações.
Os vereadores presos durante a Operação "Déjà-vu" em Frutal -MG foram ouvidos pela Polícia Civil nesta Terça-feira (161220).
Os sete políticos são suspeitos de envolvimento com a compra e venda de apoio político para as eleições da Mesa Diretora da Câmara Municipal para o biênio 2017/2018.
De acordo com o delegado Fabio Ruz, a negociação para obter os votos era feita por ordem econômica e até mesmo em troca de vaga em escola.
"O esquema articulado pelos vereadores funcionava assim: em resumo tínhamos duas chapas comandadas por dois políticos que ofereciam cargos, dinheiro e até matrícula em escola para a filha de um deles, para que a chapa que eles gostariam fosse eleita. Os que ofereciam os favores praticavam corrupção ativa e os que aceitavam são suspeitos de corrupção passiva"
Explicou Fabio.
Os vereadores:
Ricardo Mazzaropi (PT do B),
Joab de Paula Alves (PROS)
Romero Silva de Menezes (PRTB),
que já ocupavam cadeiras na Câmara Municipal e foram reeleitos e Esio dos Santos (PR),
Douglas Doyal (PSOL),
Nene Finuh (PT do B)
Edison Yamagami (PSOL)
que foram eleitos neste ano estão presos no presídio de Frutal.
A Polícia Civil disse ainda que pediu à Justiça para realizar a diplomação dos vereadores suplentes para que no começo de 2017 a Câmara Municipal de Frutal esteja completa.
Até lá o plenário da Câmara ficará vazio.
O diretor geral do Legislativo, Delcione Bento, informou ao MGTV que a população não será prejudicada, pois o calendário de reuniões desse ano já terminou. Além disso, ele disse que independentemente do que a Justiça decidir, a posse de 15 vereadores será feita no dia 1º de janeiro, mesmo que seja preciso diplomar suplentes, no mesmo dia da cerimônia.
Operação "Déjà-vu"
Segundo o delegado regional de Frutal, Cezar Felipe Colombari da Silva, durante a operação realizada na última Sexta-feira (161216) foram apreendidos R$2.365,00 referentes à parcela da propina.
Dois vereadores foram escutados durante a tarde de Sexta-feira e confessaram o crime, além de delatar outros dois políticos que seriam candidatos à presidência da Câmara.
As investigações iniciadas no fim de outubro deste ano foram em parceria com o Ministério Público e da polícia de Araxá-MG.
O objetivo foi apurar informações de que alguns vereadores estavam repetindo práticas ilícitas de eleições passadas, a fim de comprar e prometer o voto, principalmente para a função de presidente da Câmara.
Segundo o delegado Fabio Ruz Borges, dois vereadores foram presos pela prática de crimes de corrupção ativa e quatro por crimes de corrupção passiva. Ele ainda destacou que todos podem ser indiciados por crimes de associação ou organização criminosa.
A Justiça determinou o afastamento dos vereadores presos das funções, que deverão ser impedidos de participar da eleição interna da Câmara. Os presos foram submetidos a exames médicos no Instituto Médico Legal IML.
Com Informações de: G1.
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