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02 maio 2020

ÁRTICO - Buraco na camada de ozônio se fechou conforme ESA


               Com o aumento da temperatura na região e a consequente diminuição na força do vórtice polar de ar frio que vinha se acumulando ao longo dos meses, a camada protetora da Terra conseguiu se curar.

               Um buraco na camada de ozônio, que surgiu no Ártico em Março deste ano, está "curado" de acordo com dados coletados pelo Satélite Copernicus, da Comissão Europeia. O fenômeno, que é raro nos céus da região, foi o maior já registrado e era quase tão grande quanto o que se forma anualmente sobre a Antártica.

               A camada de ozônio age como filtro solar para a Terra, protegendo o planeta da radiação ultravioleta prejudicial aos seres vivos. A descoberta do buraco na camada de ozônio da Antártica estimulou um esforço global para reduzir o uso de produtos químicos nocivos que contribuem para a abertura, especialmente os clorofluorcarbonos - CFC.

               O buraco no Ártico, de acordo com os pesquisadores, não está relacionado à atividade humana, mas ao que a Agência Espacial Europeia - ESA chamou de "condições atmosféricas incomuns" para o Hemisfério Norte, incluindo um poderoso vórtice polar de ar frio que, quando diminuiu de força, permitiu que o buraco fosse capaz de se fechar.

"O esgotamento do ozônio no Ártico em 2020 foi tão grave que a maior parte do ozônio na camada a uma altitude de cerca de 18 km foi esgotada"
               Explicou o Serviço Europeu de Monitoramento da Atmosfera, em comunicado.

               O buraco na camada de ozônio na Antártica é causado principalmente por produtos químicos produzidos pelo homem, incluindo cloro e bromo, que migram para a estratosfera (entre 10 km e 50 km acima do nível do mar). Esses produtos químicos se acumulam dentro do forte vórtice polar que se desenvolve sobre a Antártica todo inverno, onde permanecem quimicamente inativos.

               As temperaturas nesse vórtice podem cair abaixo de -78 °C e as nuvens estratosféricas polares podem se formar, desempenhando um papel importante nas reações químicas com as substâncias produzidas pelo homem e que levam ao esgotamento do ozônio.

               A estratosfera do Ártico é geralmente menos isolada, porque a presença de massas terrestres e cordilheiras próximas modifica os padrões climáticos de maneira mais drástica do que no Hemisfério Sul. Isso explica por que o vórtice polar no Hemisfério Norte é geralmente mais fraco e as temperaturas não caem tão baixo.

               Em 2020 isso foi diferente, e o vórtice polar do Ártico foi excepcionalmente forte, além de mais duradouro. Soma-se a isso temperaturas mais baixas por vários meses seguidos na estratosfera do Ártico e maior formação de nuvens estratosféricas polares, resultando em grandes perdas de ozônio.


               Enquanto o buraco no Ártico está se curando, o buraco na Antártica continua sendo uma preocupação. A NASA anunciou em 2018 a primeira prova direta de recuperação de ozônio devido à proibição de produtos químicos. O buraco de 2019 foi o menor já registrado, mas o processo de cicatrização ainda deve levar décadas.


               Com Informações de: Olhar Digital.

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