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12 fevereiro 2020

SÍRIA - Helicóptero da Turquia é derrubado e reacende tensão entre os dois países

Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, disse que regime de Bashar al-Assad 'vai pagar caro' caso haja novas ofensivas que atinjam tropas de Ancara.



               Milícias rebeldes do norte da Síria abateram um helicóptero militar do regime de Bashar al-Assad nesta Terça-feira (200211). O governo sírio acusa o grupo armado de ter apoio da Turquia e respondeu à ofensiva com bombardeios na Região de Idlib. No ataque, soldados turcos morreram, em um episódio que aumentou a tensão entre os dois países.

               O governo de Assad tenta retomar o controle do Norte da Síria, enquanto a Turquia tem apoiado a presença dos grupos rebeldes e inclusive mantém soldados na região. Recentemente, as forças pró-Assad reconquistaram o último trecho da rodovia que liga a capital, Damasco, à cidade de Aleppo, uma das mais importantes do país.

               Para aumentar a tensão, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que o regime sírio "pagaria muito caro" por qualquer ataque contra as forças turcas.


Como foi a ofensiva?

               Pela manhã, forças apoiadas pela Turquia abateram com um foguete um helicóptero do Exército da Síria perto de Qaminas, cidade a Sudeste de Idlib, afirma o Observatório Sírio para os Direitos Humanos - OSDH. Os dois pilotos morreram. 
               O governo da Turquia chamou o caso de "acidente aéreo", sem reivindicar qualquer responsabilidade.

               A agência de imprensa oficial síria, Sana, disse que "o avião foi atingido por um míssil hostil na região de Al Nayrab, no sul de Idlib, o que levou à queda da aeronave e à morte de sua tripulação"

               Depois disso, forças do regime bombardearam áreas perto de um posto de observação turco na mesma cidade.

               Pelo menos três pessoas morreram nesses ataques, informou o Observatório, que no entanto não sabia especificar se eram soldados turcos ou combatentes rebeldes aliados.

               Com o conflito, quase 700.000 pessoas fugiram da ofensiva militar lançada em Dezembro pelo regime Assad e pelo governo da Rússia na na Região de Idlib. Esta é a onda mais significativa de pessoas deslocadas em nove anos de guerra, informou a ONU na Terça-feira.


Aumento das tensões

               A Turquia, que tem 12 postos de observação no Noroeste da Síria, enviou reforços para a área nos últimos dias. Já o Exército sírio reafirmou na Terça-feira sua determinação em "responder às agressões do Exército turco".

               O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, manifestou nesta Terça-feira seu apoio à Turquia e disse, em um tuíte, que "as agressões em andamento do regime de Assad e da Rússia devem terminar". Além disso, ele anunciou que o enviado especial dos EUA para a Síria, James Jeffrey, visitaria a Turquia "para coordenar as medidas de resposta".

               O governo da ainda está em contato com Moscou, o principal aliado do regime de Bashar al-Assad, com quem fechou um acordo para estabelecer uma "zona desmilitarizada" sob o controle da Rússia e da Turquia em Idlib, que, na prática, não deu em nada.


Operação humanitária

               Metade da província de Idlib e setores vizinhos nas regiões de Aleppo, Hama e Latakia, controlados pelos jihadistas de Hayat Tahrir al-Cham - HTS, ex-Al Qaeda síria, constituem a última fortaleza rebelde que escapa ao poder do regime de Assad na Síria.

               Diante do êxodo de civis, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários anunciou uma "enorme operação humanitária" com a remessa, em Fevereiro, de mais de 230 caminhões com comida através de dois pontos de passagem na fronteira turca, para servir 400.000 pessoas.

               A maioria dos civis fugiu para o norte de Idlib, perto da fronteira com a Turquia, que Ancara fechou com medo de uma nova onda de migrantes.

               Mais de 3.500.000 de sírios encontraram refúgio na Turquia desde 2011, quando começou o conflito sírio, que já deixou mais de mortos.



               Com Informações de: G1.

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