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15 janeiro 2020

MONTES CLAROS-MG - Cadeirante conta frustração ao tentar embarcar para a 1ª viagem de avião

Paraplégico pagou R$700,00 por táxi e percorreu cerca de 300 quilômetros até aeroporto de Montes Claros. ‘Sou um cadeirante independente e ativo, moro sozinho e resolvo todas as minhas coisas’. Ele diz que não sabia que precisaria de acompanhante para viajar.


                Um cadeirante conta que se sentiu frustrado ao tentar embarcar em sua primeira viagem de avião em Montes Claros-MG nesta Quarta-feira (200115). Para pegar o voo com destino a São Paulo, Isna Lopes dos Santos pagou R$700,00 de táxi e percorreu cerca de 300 quilômetros de Berilo-MG, no Vale do Jequitinhonha, ao aeroporto. No guichê, foi informado que não embarcaria sem um acompanhante.

“Me falaram que eu só podia embarcar se tivesse um acompanhante, mas minha amiga comprou a passagem, falou que eu era cadeirante e não teve nenhuma orientação."

"Sou um cadeirante independente e ativo, moro sozinho e resolvo todas as minhas coisas”
                Fala.

                O G1 procurou pela Azul Linhas Aéreas. A empresa disse que considera as condições de saúde do cliente, seguindo os termos da Resolução 280/2013 da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC, que exige que a viagem seja realizada com um acompanhante, mediante 80% de desconto do valor da tarifa. 
                Quando informadas, as necessidades devem constar no bilhete.

"A Azul ressalta que prestou a assistência necessária ao cliente e que o reacomodará em outro voo da própria companhia mediante acompanhamento de um tripulante da empresa"
                Destacou a Azul.

                Isna dos Santos ficou paraplégico em Março de 2006, ao cair enquanto trabalhava. A ida para a capital paulista tem o objetivo de visitar familiares e amigos. Após a negativa de embarque, um advogado foi chamado por conhecidos dele e esteve no guichê da Azul no Aeroporto de Montes Claros para ajudar a encontrar uma solução, que só foi encontrado após o passageiro ser realocado três horas depois.

“Foi uma viagem planejada por alguns meses e com uma expectativa grande, é a minha primeira vez. A situação foi resolvida, mas sinto indignação."

"Nunca tinha me sentido limitado por ser cadeirante”
                Completa.

O que diz a ANAC

                A ANAC destacou que o passageiro precisa informar no ato da compra se tem necessidades especiais para que a companhia aérea possa verificar a melhor forma de atendê-lo. Se sentir que teve os direitos prejudicados, pode recorrer aos órgãos de defesa do consumidor e pode abrir uma reclamação junto à Agência, que irá apurar os fatos e analisar a conduta da prestadora do serviço.

                Veja a íntegra da nota encaminhada ao G1 pela ANAC:

"Sempre que um Passageiro com Necessidade de Assistência Especial - PNAE adquiri uma passagem aérea, ele deve avisar com antecedência a empresa sobre suas condições de saúde e locomoção para que a empresa aérea avalie o transporte deste passageiro e se programe quanto às assistências que deverá prestar durante o transporte. 

A necessidade de um acompanhante para cadeirantes é avaliada no momento da informação prévia. Portanto, é necessário apurar se o passageiro avisou a empresa com antecedência e qual foi a informação prestada ao passageiro sobre suas condições de transporte".

                Com Informações de: G1.

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