PESQUISA NESTE SITE:

16 janeiro 2020

IRÃ - Em meio a protestos, presidente Rouhani, pede unidade

Ele também afirmou que as Forças Armadas precisam pedir desculpas pela queda do avião ucraniano em Teerã e que 'expliquem ao povo o que aconteceu'.


                O presidente do Irã, Hassan Rouhani, lançou um apelo por unidade nacional nesta Quarta-feira (200115) e por uma mudança radical na forma de governo do país, após a queda de um avião de passageiros ucraniano em 08 de Janeiro , que deixou 176 mortos. 
                A maioria das vitimas é de origem iraniana e canadense.

                Ele também afirmou que as Forças Armadas precisam pedir desculpas pela tragédia e que "expliquem ao povo o que aconteceu" para que as pessoas entendam que "não querem esconder nada".

                Em um primeiro momento, as autoridades iranianas não reconheceram sua responsabilidade no episódio, o que provocou manifestações contra o Executivo e uma onda de indignação desde Sábado (200111).

                Após dois dias de desmentidos oficiais, as Forças Armadas iranianas reconheceram, no Sábado, terem derrubado por erro o Boeing 737 da Ukraine International Airlines, poucos minutos depois de sua decolagem de Teerã.

                Referindo-se a uma série de acontecimentos "trágicos" ocorridos desde o início de Janeiro no país, do assassinato do general Quassem Soleimani, por parte de Washington-EUA, à catástrofe "inaceitável" do voo da Ukrainian Airlines, Rouhani declarou que esse quadro deve levar a uma grande decisão dentro do sistema político iraniano.

"E esta decisão importante"
                Frisou, "é a reconciliação nacional".

                Previstas para 21 de Fevereiro, as eleições legislativas "devem ser a primeira etapa", declarou o presidente, em um discurso feito depois de um conselho de ministros e transmitido, de forma excepcional, ao vivo pela televisão pública. "O povo quer diversidade", acrescentou Rouhani, ainda falando sobre as eleições.

                Segundo ele, "as pessoas querem a garantia de que as autoridades as tratam com sinceridade, integridade e confiança".

"Peço às Forças Armadas e a seu Estado-Maior que expliquem às pessoas o que aconteceu desde o acidente até que se anunciou" a verdade, para que "entendam que não queriam esconder nada", acrescentou. O governo alega que foi informado do ocorrido apenas na Sexta-feira (200110).


Ucrânia e Canadá se envolvem em apuração

                A Ucrânia pediu ao Irã que lhe entregue as caixas-pretas do avião derrubado, de acordo com anúncio feito por Kiev nesta Quarta-feira (200115).

                Conforme a Procuradoria ucraniana, o governo "faz todo o possível para garantir a descriptografia das gravações de voo e preservar as provas na investigação sobre a catástrofe".

                Nesse sentido, a Procuradoria e o Serviço de Segurança da Ucrânia - SBU enviaram um pedido oficial às autoridades iranianas, completou a Procuradoria.

                Kiev informou ainda que uma autoridade iraniana de alto escalão irá à Ucrânia nos próximos dias "para determinar o laboratório" encarregado de analisar as caixas-pretas.

                Os especialistas canadenses que chegaram na Segunda-feira (200113) a Teerã também terão acesso às caixas-pretas do avião, disse uma autoridade canadense.


Sem novo acordo com os EUA

                Rouhani desconsiderou a possibilidade de um acordo com Donald Trump para solucionar a disputa em torno do programa nuclear iraniano durante o discurso.

                O líder do país persa disse que a oferta americana é estranha e criticou o americano por não cumprir promessas.

                O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que elogiou Trump como um grande negociador, pediu na Terça-feira (200114) para que o presidente dos Estados Unidos substitua o acordo nuclear de 2015 com um novo pacto para garantir que Teerã não consiga uma arma nuclear. Trump disse concordar com Johnson.

                Em um discurso televisionado, Rouhani disse à Washington para voltar ao acordo nuclear, que os americanos assinaram em 2015 e abandonaram em 2018.

                A lógica do acordo é a seguinte: grandes economias iriam parar de aplicar sanções econômicas ao Irã, que iria restringir seu programa nuclear.

                Em 2018, Trump saiu do acordo e colocou novas sanções ao Irã, que tiveram efeito na economia do país.

                Teerã afirma que quer manter o acordo, mas que não pode fazer isso sem prazo se o Irã não receber os benefícios econômicos prometidos. O país vem gradualmente reduzindo seus comprometimentos, o que fez com que o Reino Unido, França e Alemanha acusassem o Irã formalmente por violar os termos.

“Esse senhor primeiro-ministro em Londre, eu não sei como ele pensa. Ele diz ‘vamos deixar de lado o acordo nuclear e colocar o plano de Trump em ação. Se você tomar o passo errado, será em seu detrimento. Escolha a via correta. A via correta é voltar ao acordo nuclear”
                Disse Rouhani.

                Ele disse que o Irã pode reverter as ações que violam o acordo assim que as sanções forem levantadas, e que seu programa nuclear é supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica - IAEA, [na sigla em inglês].

                A maior violação do acordo até agora foi anunciada no dia 5 de Janeiro: o Irã vai abandonar qualquer comprometimento com limite ao enriquecimento de urânio que constava no pacto.

                Com Informações de: G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário!
Seu nome e sua cidade são indispensável

JISOHDE FOTOGRAFIAS

JISOHDE FOTOGRAFIAS