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05 outubro 2018

AMAZONAS - Criança deixa bilhete para avó com relato sobre abuso sexual de padrasto, em Manaus-AM

Em bilhete, menina pede para morar com a avó pois o padrasto 'Faz comigo, a mesma coisa que ele faz com a mamãe’

                 A avó de uma criança de nove anos denunciou, no Conselho Tutelar da Zona Leste de Manaus-AMAZONAS, o padrasto da menina, suspeito de cometer abuso sexual contra a neta durante três anos. 

                A denúncia aconteceu após a menina entregar um bilhete pedindo para morar com a avó e relatando os estupros.
 
“A mesma coisa que ele faz com a mamãe, também faz comigo”
                Ela relatou no bilhete.

                O boletim de ocorrência foi registrado na Segunda-feira (181001) na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente - DEPCA
                Segundo a conselheira tutelar Iolene Oliveria, dias antes a avó apareceu na sede do Conselho realizando a denúncia contra o padrasto.

“Foi a avó que, depois que recebeu o bilhete da neta, veio aqui procurar ajuda porque não sabia o que fazer. Ela mostrou o bilhete pra gente, trouxe a criança e a menina relatou que ele [padrasto] já fazia isso desde quando ela tinha seis anos”
                Disse a conselheira.

                O suspeito é casado com a mãe da menina desde que ela tinha três anos, segundo a conselheira tutelar. 

“Ela até chama ele de pai. Quando ela tinha seis anos ele começou com os abusos mas ela nunca teve coragem de falar, o último estupro aconteceu quando eles estavam em Goiânia”
                Relatou.

                De acordo com Iolene, o padrasto levou a família para passar cerca de seis meses em Goiânia. Um dia, em um sítio, a criança avisou a mãe que ia ajudar o padrasto a guardar o gado e o homem teria aproveitado a ocasião para estuprar a enteada.

                O Conselho Tutelar afirmou que após o episódio, a criança chegou a relatar o estupro para a mãe, que não tomou nenhuma medida. 

“Ela ficou sangrando, falou para a mãe e a mãe não disse nada. Levou a criança ao médico alegando que achava que era infecção urinária e não falou as outras coisas”
                Disse a conselheira.

                Após voltarem de Goiânia, a família começou a morar nos fundos da casa da avó da menina, mãe do pai biológico dela. Durante esses dois meses, nenhum outro episódio de estupro aconteceu. Ao saber que a mãe e o padrasto planejavam se mudar, ela escreveu o bilhete pedindo para morar com a avó e relatando os estupros.

“A avó chamou a mãe e perguntou, mãe disse que ia entregar [a filha] pra avó porque ela já estava contando mentiras, e agora ela está morando com a avó há cerca de uma semana”
                Disse Iolene.

                O G1 entrou em contato com a delegada Joyce Coelho, titular da DEPCA, que confirmou o registro da ocorrência e disse que os procedimentos iniciais já foram tomados.

“Foi pedido exame de conjunção carnal e ela foi encaminhada para o Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual - SAVVIS. A gente trabalha primeiro com a saúde da criança, ela também vai passar pela psicóloga e após isso a gente vai iniciar as investigações”
                Afirmou a delegada.

                A família deve, nos próximos dias, prestar depoimento da DEPCA, e, a partir do resultado dos exames e dos depoimentos recolhidos, a polícia deve iniciar os procedimentos cabíveis.

                Com Informações de: MinasHoje.

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