Operação Sem Filtro foi realizada pela Receita Federal e Polícia Civil no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia; segundo a PC, clima favoreceu o funcionamento da fábrica na região.
Onze paraguaios foram presos em flagrante em uma fábrica clandestina de falsificação de cigarros em Claro dos Poções-MG, no Norte de Minas, durante a operação Sem Filtro, realizada pela Receita Federal e Polícia Civil, nesta Quarta-feira (170920).
Ao todo, 35 mandados judiciais foram cumpridos em cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Uma outra fábrica irregular, que funcionava em Grão Mogol-MG, também foi fechada durante a ação. Além das prisões dos Paraguaios, dois mandados foram cumpridos em Montes Claros-MG.
Segundo o Chefe de Departamento da Polícia Civil, Renato Nunes, os paraguaios são suspeitos de fabricarem os cigarros e o clima da região foi um dos motivos para a fábrica funcionar no Norte de Minas.
“A baixa umidade do ar, o clima seco, favorecem o acondicionamento do fumo, que não mofa. Além disso, estamos em um dos maiores entroncamentos viários, com rápida saída de mercadoria; temos um bom mercado consumidor.
Quanto aos mandados de prisão, estamos apurando as demais participações e, por isso, não iremos ceder detalhes agora"
Explicou.
O grupo era investigado pela Polícia Civil de Montes Claros há dois meses.
Em Claro dos Poções-MG, oito máquinas profissionais e de grande porte funcionavam para a fabricação dos cigarros, além de um gerador. Os equipamentos foram avaliados em cerca de R$1.200.000,00. O galpão tem cerca de 600 metros quadrados e os insumos, como fumo e papéis especiais, estavam acondicionados em diversas caixas que foram apreendidas.
A polícia vai investigar as condições de trabalho dos paraguaios já que a suspeita é que o grupo estava confinado.
“Vamos avaliar em quais condições os estrangeiros chegaram ao norte de Minas; se eles possuíam algum documento de permissão para ficar no País. Também, se o trabalho deles é algo análogo ao de escravo, já que não poderiam sair da fazenda.”
Detalhou.
Ao G1, um dos conduzidos disse que eles estavam na fazenda há 10 dias e que um integrante do grupo era responsável por cozinhar. Ele não quis ceder detalhes de quanto receberia e contou que eles já tinham trabalhado com fabricação de cigarros na ciudad del Este.
Sonegação
Estima-se que os prejuízos chegaram a R$300.000.000,00 por ano. Os investigados vão responder pelos crimes contra a saúde pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Suspeita-se que os cigarros falsificados são revendidos e consumidos em dezenas de Estados do país.
“Agora, a Receita Federal vai verificar as autuações e buscar elementos que irão dar subsídios aos lançamentos dos tributos sonegados. Somente a partir daí, da certeza desta sonegação, é que iremos tentar reaver o crédito”
Explicou o Delegado da Receita Federal em Montes Claros, Filipe Araújo Florêncio.
No Paraná, a quadrilha é investigada há um ano pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos.
“Os mandados cumpridos hoje são da Comarca de Londrina. A princípio, uma dupla sertaneja utilizava o dinheiro das vendas ilegais dos cigarros na lavagem do dinheiro”
Explicou o delegado Rodrigo Souza, de Curitiba.
Com Informações de: G1.
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