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05 setembro 2017

BELO HORIZONTE-MG - Modelo é vítima de racismo e ameaças de morte nas redes sociais em MG

Modelo e maquiadora Rafa Teles é vítima de ataques racistas. Ela também foi ameaçada. Os autores dos crimes utilizam redes sociais, telefonemas e até pessoalmente para cometerem os crimes.

               A modelo e maquiadora Rafa Teles, de 20 anos, moradora de Belo Horizonte-MG, tem sido vítima de ataques racistas e ameaças de morte nas redes sociais. Os ataques acontecem já há um ano e as fotos da modelo, que ficou em terceiro lugar no Concurso de Beleza Negra de Contagem-MG no ano passado, são constantemente atacadas por perfis falsos no Facebook.

               Um deles é de Isla Mendonça, que recentemente foi bloqueada após denúncias. Rafa conta que já bloqueou cerca de cinco perfis semelhantes e suspeita que os ataques estejam partindo de um ex-namorado branco e a atual mulher dele, que é negra. 

               O casal é do Rio de Janeiro. Nas mensagens, os perfis que tem descrições nazistas e racistas e a foto de uma mulher branca, se referem à modelo como “macaca” e dizem ainda que ela “vai morrer igual Tiradentes, toda picotada”.

               Durante a entrevista para a reportagem, Rafa recebeu uma mensagem contendo mais uma injúria, utilizando uma frase do deputado federal e pastor Marco Feliciano que foi publicada em seu Twitter no ano de 2013, dizendo que “afrodescendentes são amaldiçoados”

               Na mensagem, o perfil ainda comenta a declaração dizendo:

“Se o pastor falou quem sou eu para dizer o contrário, deveriam ser aniquilados, povo imundo”

               Desde 17 de abril deste ano Rafa tem uma medida protetiva contra seu ex-namorado, o que não confere a sua segurança, segundo ela. 

“Eu não me sinto nada segura, acho que na verdade, segura eu estaria só se estivesse morta. 
Viva, eu sei que ele vai me procurar e a medida protetiva só vai funcionar quando eu virar estatística, aí eles vão suspeitar que seria ele”
               Conta.

               Como uma forma de proteção, foi oferecido a Rafa abrigo na Casa Tina Martins, na região Centro-Sul de BH, que acolhe mulheres vítimas de violência e ameaça. 

“Mas eu não quero ficar longe da minha família, eu tenho só 20 anos”
               Conta.


Ameaças explícitas

               Além das ameaças e injúrias que a modelo Rafa Teles vem sofrendo nas redes sociais, mascaradas por perfis falsos no Facebook e Instagram, a modelo conta que já foi ameaçada diretamente pelo casal. 

“Já ligaram aqui no telefone fixo da minha casa, com o DDD do Rio. 
Antes das ameaças nas redes sociais, essa mulher já me ameaçou explicitamente, e com o mesmo teor racista. 
E ela é negra”
               Conta Rafa.

“Eu sinto muito tristeza em ver uma mulher negra rebaixando outra, e também o companheiro dela, que é branco, agindo dessa forma racista”

               A modelo e o homem se conheceram nas redes sociais em 2015 e acabaram iniciando um relacionamento que durou cerca de 1 ano e 3 meses. Ele passava finais de semana na casa de Rafa, mas a família sempre foi contra o relacionamento. 

               Depois de perceber que estava em uma relação abusiva, na qual o companheiro queria controlar as roupas e as amizades da modelo, ela decidiu colocar um fim no relacionamento. 

“Aí ele começou a se relacionar com essa outra mulher muito rápido, eu desconfio até que durante o nosso namoro eles já estavam juntos. 
E foi aí que os ataques começaram. 
Ela mandava mensagens pedindo para eu deixá-lo em paz, como se eu tivesse correndo atrás dele, já fez um perfil meu no Facebook com fotos minhas e meu telefone dizendo que eu era garota de programa”
               Conta.
Sem investigações

               Apesar da denúncia feita na delegacia no dia 17 de abril deste ano, o caso não está sendo investigado. Segundo a Polícia Civil, o motivo é que Rafa Teles não pediu explicitamente pela investigação ou pelo processo do autor, apenas uma medida protetiva. 

               Ainda conforme a corporação, para que o inquérito seja aberto, a modelo deve procurar novamente a Divisão de Polícia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente, localizada na Avenida Augusto de Lima no Centro de Belo Horizonte, e pedir pela investigação.

               Nesta Terça-feira (170905), Rafa tem uma audiência marcada no Juizado da Vara da Infância e Juventude e Centro Integrado da Mulher, na Avenida Olegário Maciel, para dar prosseguimento à medida protetiva.

               No Código Penal brasileiro, o crime de injúria racial, que compreende ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor e etnia da pessoa, prevê de um a três anos de prisão. 

               No mesmo código, ameaçar alguém por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, prevê pena de detenção de apenas um a seis meses, que podem ser convertidos em pena alternativa, como multa.

               Com Informações de: MinasHoje.

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