Ato do Greenpeace simulou manchas de óleo encontradas no litoral brasileiro. Segundo grupo, 'abandono do lixo no local faz parte da manifestação'.
Garis do Serviço de Limpeza Urbana - SLU do Distrito Federal recolheram cerca de 6 toneladas de lixo deixadas em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília-DF, nesta Quarta-feira (191023).
A sujeira é resultado de um protesto, organizado pelo Greenpeace, contra as manchas de óleo que surgiram no litoral brasileiro.
Ativistas jogam tinta preta na entrada do Palácio do Planalto
Segundo a diretora de campanhas do Greenpeace Brasil, Tica Minami, o lixo deixado no local faz parte da manifestação.
"O ato simboliza a destruição que a gente está vendo no patrimônio ambiental e deixamos lá como uma lembrança de que o governo precisa agir. Não faria sentido nenhum tirar depois."
Durante o ato, 30 pessoas foram detidas pela Polícia Militar do Distrito Federal e levados para a 5ª DP, na área central, por crime ambiental, descarte irregular de lixo em área pública (veja mais abaixo). Segundo a Polícia Civil, 20 foram autuados por "crime contra a política de ordenamento urbano".
Nenhum manifestante ficou preso.
Dois dos ambientalistas assinaram termos de comparecimento à Justiça.
Tinta preta
Os ambientalistas usaram tinta preta para simular as manchas de óleo que atingem as praias do litoral brasileiro. As grades e o mármore da rampa de acesso ao Palácio do Planalto ficaram manchados.
Durante a tarde, uma das faixas da via que passa em frente à sede do governo federal precisou ser fechada para o trabalho dos funcionários do Serviço de Limpeza Urbana.
O trânsito na região ficou lento.
Operação de limpeza
Além de 12 trabalhadores dos SLU, a limpeza também mobilizou:
2 caminhões caçamba,
2 caminhões pipa,
Funcionários terceirizados do Palácio do Planalto.
O Segundo o Serviço de Limpeza Urbana não soube dizer quanto custou o trabalho de limpeza. Um servidor disse à reportagem que a operação no local começou por volta de 11:00 horas e durou cerca de quatro horas.
Entre as 6 toneladas de lixo recolhido havia pedaços de madeira, terra, lona velha e tambores de plástico. O material foi levado à Unidade de Recebimento de Entulho - URE, no antigo Lixão da Estrutural.
O G1 questionou o Palácio do Planalto sobre a limpeza mas, até a publicação desta reportagem, o governo federal não tinha enviado resposta.
Mais cedo, a Presidência da República afirmou que não comentaria a manifestação.
O protesto
Segundo a Polícia Militar, 30 pessoas participaram do ato. O porta-voz de clima e energia do Greenpeace, Tiago Almeida, afirmou que o objetivo foi “chamar a atenção das autoridades e da população para a importância da gestão responsável dos recursos ambientais".
O grupo chegou no início da manhã e montou um telão próximo à Praça dos Três Poderes. Após o hasteamento da bandeira, que ocorre todos os dias em frente à sede do governo, os ativistas iniciaram o protesto.
No telão, imagens retrataram o desmatamento e as queimadas que atingem a Amazônia. As fotos alternavam com frases como "Brasil manchado de óleo" e "Pátria queimada Brasil".
Com roupas pretas, o grupo levantou faixas com críticas à "lentidão" do governo federal para conter as manchas nas praias. Os manifestantes posicionaram barris em frente ao prédio da Presidência da República, simulando recipientes de petróleo, e espalharam areia sobre uma lona azul, para representar o mar.
Em seguida, despejaram um líquido preto, mistura de óleo e tinta.
Manifestantes detidos
Por volta das 10:30 horas, 30 manifestantes foram detidos pela Polícia Militar. O grupo foi levado para a delegacia após o DF Legal, órgão de fiscalização do governo local, notificar os organizadores por descarte irregular de lixo em área pública.
Às 13:00 horas, os ativistas foram liberados.
O grupo levado à delegacia não quis falar com a imprensa. O advogado que os representa, Bernardo Fenelon, afirmou que os ativistas não resistiram ao comando da PM e entraram em um ônibus pacificamente.
"Não houve abuso, qualquer tipo de coerção. Eles, desde que chegaram, estão aqui aguardando. Houve uma movimentação entre o sargento e o delegado para verificar se haveria ou não o enquadramento em algum tipo penal".
Crime ambiental?
Após a manifestação, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística foi chamada para medir o espaço ocupado pela instalação montada pelos ativistas. Ao G1, a equipe técnica do DF Legal informou que o Greenpeace devem responder por "descarte irregular de resíduo em área pública".
Com Informações de: G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário!
Seu nome e sua cidade são indispensável