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03 setembro 2019

UNAÍ-MG - Alunos do EJA passam por exame de vista e recebem óculos de graça


                   Eram três horas da tarde de Sexta-feira (190830), quando dona Francisca Pinto (77 anos), "seu" Antônio da Paixão (73 anos) e dona Lázara Fernandes (68 anos) chegaram à Policlínica para o exame de vista, Bairro Barroca em Unaí-MG

                   São alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos - EJA do Projeto de Assentamento Florestan Fernandes. Os três estavam entre os 34 alunos do EJA (idosos em sua maioria) que seriam consultados pelo médico oftalmologista Alexandre Batista da Costa Neto, naquela tarde. 

                   Outros 14 alunos fariam a consulta no Sábado (190831). Com a prescrição médica em mãos, cada um dos pacientes poderá retirar os óculos gratuitamente na Ótica Vênus (parceiro doador, situado na Avenida Governador Valadares, 688). 

                   O projeto 'Enxergando melhor, aprendendo mais' é de iniciativa da Associação dos Voluntários do Hospital Municipal de Unaí, grupo de trabalho de humanização "Envolvimento: um laço de amor com você" e tem a parceria da Secretaria Municipal de Educação - SEMED, EJA, e da Secretaria Municipal de Saúde - SESAU, Policlínica.

"Esse projeto (de consulta médica e doação de óculos) é excelente, porque a baixa visão é responsável pela desistência de muitos dos nossos alunos, a maioria idosos, que reclamam que não estão enxergando o quadro, o livro, os cartazes"
                   Comemorou a professora Solange de Moura Teixeira, que leciona no EJA do PA Florestan Fernandes, distante cerca de 50 km do Centro de Unaí, sentido Bonfinópolis de Minas-MG.


                   A falta de nitidez na visão, dificultando a leitura e a escrita, foi um dos motivos que levaram "seu" Antônio da Paixão a deixar o EJA em duas ocasiões. 
                   "Com os óculos, agora, vai ficar mais fácil", constata. 

                   Dona Lázara Fernandes usava óculos quando chegou à Policlínica. "Estão vencidos há mais de três anos", afirmou. Como não está enxergando bem, segundo ela, dificulta muito o aprendizado. Mas, para dona Lázara, os óculos novos serão um motivo para impulsionar seu sonho de chegar à faculdade. "Vou continuar firme no EJA, depois vou fazer a faculdade sim".

                   Dona Francisca Pinto, que também aguardava ser chamada pelo oftalmologista, já previa que seria diagnosticada com catarata. Ela, que é a mais velha das turmas do EJA no PA Florestan Fernandes, disse que cuidaria dos olhos e ficaria no EJA até se formar. 

"Como vou durar 130 anos, ainda quero pegar o diploma"
                   Afirmou, esbanjando otimismo e esperançosa pelo porvir.

                   Quando chegaram à Policlínica, os alunos-pacientes foram recepcionados por Guilmar Alves Borges, da coordenação do EJA, e por Maura Maria Pereira, do grupo de voluntários que atua no Hospital Municipal. Guilmar explicou que o projeto começou pelo PA Florestan Fernandes, que possui 30 dos cerca de 100 alunos que frequentam o EJA na zona rural.

                   Contando cidade e área rural, o EJA atende (atualmente) 150 alunos em atividades de alfabetização, normalmente quem não pôde ou não teve a oportunidade de aprender a ler e escrever na idade regular. Segundo Guilmar, o projeto sempre começa com um número bem maior de alunos, que vai diminuindo ao longo do ano, já que por vários motivos, muitos vão ficando pelo caminho. A baixa visão, dificultando o exercício da leitura e da escrita, é um dos mais relevantes motivos de abandono do curso.

                   Essa empreitada vai beneficiar, além dos alunos do PA Florestan Fernandes, alunos do EJA da Escola Maria Assunes - Bairro Canaã e da Escola Glória Moreira - Bairro Canabrava.

Enxergando melhor, aprendendo mais

                   No corpo do projeto da Associação de Voluntários que atua no Hospital Municipal, está escrito que "a idade avançada, a baixa visão e as dificuldades de passar por uma consulta médica e adquirir óculos (com lentes de grau e armação) são alguns dos fatores que provocam a evasão escolar dos alunos de cursos de alfabetização na idade adulta".

                   Por isso, a proposta da Associação de Voluntários encampada pela Ótica Vênus, e o apoio das Secretarias de Educação e da Saúde na empreitada, é "viabilizar uma melhor visão para desenvolvimento das atividades de leitura e escrita"
                   O benefício pode chegar a 200 alunos, de acordo com o projeto.

                   Com Informações de
PMU - UNAÍ-MG.

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