Taxa de força de trabalho subutilizada ficou em 24,7% no 1º trimestre, a maior da série histórica, iniciada em 2012.
Número inclui trabalhadores desocupados, mas que poderiam trabalhar, e também aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana.
No Brasil, há falta trabalho para 27.700.000 de brasileiros. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD trimestral divulgada nesta Quinta-feira (180517) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,7% no 1º trimestre de 2018, a maior da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
O contingente de subutilizados também é o maior já registrado pela pesquisa.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão sub ocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas) e os que fazem parte da força de trabalho potencial (não estão procurando emprego por motivos diversos).
Número de brasileiros subutilizados
Veja o que são considerados trabalhadores subutilizados e quantos estavam nessa condição no 1º trimestre de 2018:
13.700.000 de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias; 6.200.000 milhões de sub ocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais; 7.800.000 de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial): grupo que inclui 4.600.000 de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3.200.000 de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.
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No 4º trimestre de 2017, a taxa de subutilização da força de trabalho tinha ficado em 23,6%, reunindo 26,4 milhões de pessoas.
Já a taxa média anual para 2017 ficou em 23,8%.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, apontou que na comparação com o 1º trimestre do ano passado, o número de desocupados caiu em 487.000 pessoas, enquanto o de trabalhadores sub utilizados aumentou em 1.100.000 e o de desalentados aumentou em 512.000.
Segundo o pesquisador, esse quadro enfatiza o quanto a situação do mercado de trabalho brasileiro segue desfavorável.
"Tudo que acontece no mercado de trabalho é reflexo de um cenário econômico, de incerteza política"
Apontou Azeredo.
Evolução da taxa de desemprego
A taxa de desemprego subiu para 13,1% no 1º trimestre, atingindo cerca de 13.700.000 de brasileiros, segundo já havia sido divulgado anteriormente pelo IBGE.
As maiores taxas de desocupação foram registradas no Amapá (21,5%), Bahia (17,9%), Pernambuco (17,7%), Alagoas (17,7%) e Maranhão (15,6%).
Já as menores em Santa Catarina (6,5%), Mato Grosso do Sul (8,4%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso (9,3%).
Na comparação com o 4º trimestre do ano passado, 16 das 27 unidades da federação registraram aumento da taxa de desemprego. Nenhum estado teve queda.
Já na comparação com o 1º trimestre do ano passado, apenas dois estados registraram aumento da taxa – Amapá e Rondônia – enquanto oito tiveram queda: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Ceará, Pará, Espírito Santo, Goiás e Amazonas.
Número recorde de desalentados
O universo de desalentados (brasileiros sem emprego e que desistiram de procurar trabalho) passou de 4,3 milhões no último trimestre de 2017 para 4,6 milhões de pessoas no 1º trimestre. Também é o maior número da série histórica. Desde 2016, o número de brasileiros que desistiram de procurar trabalho triplicou no país. No 1º trimestre de 2016, eram 1,57 milhão de desalentados.
"A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga"
Explica o IBGE.
Do total de desalentados do país, 60,6% estavam no Nordeste (2.800.000 de pessoas). Entre as unidades da federação, os maiores contingentes estavam na Bahia (805.000) e Maranhão (430.000).
Ao analisar o perfil dos desalentados, Azeredo destacou que tal condição atinge principalmente “a população jovem, feminina, preta ou parda e com baixa e escolaridade”.
Do total de desalentados, 54,2% eram mulheres, 48,4% tinham entre 14 e 29 anos, 73,1% eram pretos ou pardos e 38,5% tinha ensino fundamental incompleto.
Carteira assinada em queda
No 1º trimestre, 75,4% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, 1,2 ponto percentual a menos na comparação anual, uma redução de 408.000 pessoas.
O contingente de 32.900.000 trabalhadores também foi menor de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012. Em 4 das 5 regiões, houve queda. Em relação ao 1º trimestre de 2017, houve alta dessa estimativa apenas na Região Norte (de 59,9% para 62,9%).
Já o rendimento médio real de todos os trabalhos ficou estável no 1º trimestre, segundo o IBGE, e foi estimado em R$2.169,00 por mês.
Desemprego é maior entre pretos, pardos e mulheres
A taxa de desemprego dos que se declararam brancos ficou em 10,5% no 1º trimestre, abaixo da média nacional (13,1%), enquanto a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (15,1%) ficou acima.
Atualmente, os pardos representavam 48,1% da população fora da força, seguidos pelos brancos (42,5%) e pelos pretos (8,4%).
O desemprego também atinge mais as mulheres do que os homens, mesmo com o universo feminino sendo a maioria na população em idade de trabalhar (52,4%).
A taxa de desocupação no 1º trimestre foi de 11,6% para homens e de 15% para mulheres. Segundo o IBGE, o nível da ocupação dos homens no 1º trimestre ficou em 63,6% e o das mulheres, em 44,5%.
Com Informações de: G1.
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