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02 abril 2018

SANTO ANTÔNIO DO GRAMA-MG - Falha em solda causou vazamentos em mineroduto da Anglo American

Informação foi divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente de MG e confirmada pela mineradora. Em menos de 20 dias, dois vazamentos de minério foram registrados em Santo Antônio do Grama-MG.

                 A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD informou, na manhã deste Sábado (180331), que os dois vazamentos no mineroduto Minas-Rio, da Anglo American, foram provocados por uma falha na solda de partes da estrutura e que os dois tubos que se romperam são do mesmo lote. 

                 Procurada pelo G1, a mineradora confirmou a causa dos incidentes e disse que, agora, será investigado o que gerou as falhas.

                 O segundo vazamento aconteceu na última Quinta-feira (180329), menos de 20 dias após o primeiro. 

                 Desta vez, cerca de 650 toneladas de polpa de minério – uma mistura de minério e água – foram liberadas e atingiram uma fazenda, além do Ribeirão Santo Antônio. O abastecimento de água não foi prejudicado porque a captação já estava sendo feita em outro ribeirão.

                 Segundo a Anglo Americam, o tubo em que houve o segundo vazamento foi inspecionado antes da retomada do funcionamento do mineroduto. 
                 Entretanto, de acordo com a empresa, não foi verificado nenhum indício de problema.

                 De acordo com a SEMAD, duas vistorias foram feitas por técnicos do Núcleo de Emergência Ambiental - NEA nesta Sexta-feira (180330) e nesta manhã. 

                 A equipe constatou que a distância entre os dois pontos de vazamento é de cerca de 220 metros. Inicialmente, a empresa havia informado que os locais estavam cerca de 400 metros distantes.

                 Durante a vistoria, os técnicos da SEMAD também percorreram a extensão do Ribeirão Santo Antônio do Grama até a foz com o Rio Casca e constataram que havia depósito de minério em diversos trechos do ribeirão, que foi tingido por uma coloração avermelhada.

                 Ainda de acordo com a secretaria, a Anglo American deverá cumprir uma série de medidas ambientais:

                 Fazer um laudo com descrição dos danos provocados em decorrência do acidente (em 48 horas).

                 Encaminhar um relatório das causas prováveis do acidente (em 5 dias úteis).

                 Elaborar um relatório das medidas tomadas pela empresa, entre o primeiro e o segundo vazamento (em 72 horas).

                 Atualizar do cronograma de inspeção de integridade do mineroduto (em 72 horas).

                 Fazer um monitoramento de águas e sedimentos
Elaborar um relatório contendo os dados técnicos e a memória de cálculo do quantitativo de polpa de minério vazado (em 5 dias úteis).

                 Rever o programa de gerenciamento de riscos (em até 120 dias).

                 Em relação às medidas, a assessoria da Anglo American disse que foi notificada. Informou ainda que algumas ações estão sendo providenciadas e que outras já estão em curso.


Produção parada

                 Logo após o vazamento, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA suspendeu a licença ambiental do mineroduto, impedindo temporariamente o transporte do minério.

                 Nesta Sexta-feira (180331), a empresa anunciou que dará férias coletivas a funcionários da mina e da planta de beneficiamento em Conceição do Mato Dentro-MG, na Região Central de Minas

                 Durante uma entrevista coletiva, o presidente da Anglo American, Ruben Fernandes, garantiu que as atividades serão retomadas somente após os 529 quilômetros do mineroduto serem inspecionados, o que, segundo ele, deve levar aproximadamente 30 dias.

                 Fernandes disse ainda que empresa terá que reprogramar as entregas, pois não há mais estoque de minério no Porto do Açu, em São João da Barra-RJ. Ele afirmou ainda que a previsão para produção neste ano era de 13 milhões de toneladas, mas agora este número será revisto.

“Nós tínhamos estoque no porto quando do primeiro incidente, cerca de 15 dias ou um pouco mais. Esse estoque foi consumido, ou seja, não tivemos nenhum impacto em clientes até agora. Com essa parada maior, com certeza, a gente vai ter um impacto nos próximos embarques. A gente já começou a comunicação com os clientes para reprogramar esses embarques. Assim que nós tivermos retomado a capacidade produtiva, seja em 30 [dias] ou seja em um pouco mais, é possível a gente reprogramar os embarques com os clientes ao longo do ano”
                 Disse.


Mineroduto

                 A Anglo American extrai minério de ferro em Conceição do Mato Dentro, onde ele é misturado com água para produzir uma polpa. Esse material é bombeado para o mineroduto, que passa em Santo Antônio do Grama-MG.

                 A instalação de 529 quilômetros também passa pelo Rio de Janeiro. No Porto do Açu, em São João da Barra-RJ, o minério de ferro é separado da água e embarcado em navios para exportação. 
                 A água eliminada é tratada e jogada no mar.

                 Segundo a Anglo American, o mineroduto, inaugurado em 2014, é o maior do mundo. A empresa diz que é um meio de transporte seguro, monitorado em todo o trajeto. 

                 Diz ainda que tem um plano de emergência para o caso de vazamentos, que, mesmo sendo raros, podem ocorrer, e, de acordo com a própria mineradora, causar danos ao meio ambiente.

                 De acordo com a mineradora, o material que vazou é considerado resíduo não perigoso.

                 Com Informações de: G1.

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