Desde a criação do parque, em 1961, não havia provas visuais que confirmassem presença do animal. Direção descarta perigo a visitantes.
Uma onça-pintada foi flagrada por uma "armadilha fotográfica" instalada no interior do Parque Nacional de Brasília-DF.
As imagens foram feitas no fim do ano passado, mas só foram divulgadas nesta semana.
Esta é a primeira vez, desde a criação da unidade de conservação, em 1961, que biólogos conseguem provas visuais da existência do animal.
O felino está em extinção e é considerado o maior da América Latina.
Com a aparência e medidas de um macho, a onça foi vista em uma área distante da visitação e, portanto, segundo a administração do parque, não ofereceria perigo a quem visita o local.
"Para quem tem medo de onça, saiba que ela tem mais medo ainda do ser humano e evita qualquer contato."
"O encontro pessoal com uma onça é raro, porque ela tem medo das pessoas"
Explica o analista ambiental da reserva, Leonardo Mohr.
Segundo o especialista, a onça foi vista em uma área muito distante do espaço reservado à visitação, que é de somente 1% da área da unidade de conservação.
"A onça evita a presença do ser humano"
Reforça o biólogo Fábio Hudson Souza Soares, do Projeto Brasília é o Bicho.
Biólogos comemoram
Nas redes sociais, o registro foi comemorado pelos pesquisadores do projeto "Brasília é o Bicho", responsáveis pela instalação das câmeras. No texto, os biólogos escreveram que a imagem foi resultado de "muita dedicação e perseverança".
"Poderíamos ter desistido após tanto tempo e nenhum sinal da presença da espécie. Mas não podemos esquecer que é a onça que escolhe o momento."
"Foram 58 anos de espera. Uma imagem de poucos segundos que resume a luta para que uma espécie não seja extinta da capital federal"
Disseram.
Mais pistas
Apesar das imagens terem sido feitas em 2017, o grupo esteve no local em março deste ano e encontrou pegadas da onça. Com mais pistas, eles aumentaram a frequência da observação do local onde o felino foi encontrado.
O objetivo é entender se o animal está de passagem ou se estabeleceu seu território na área do parque.
"Se ela está lá, é sinal de qualidade do meio ambiente."
O biólogo Fábio Hudson Souza Soares explica que a onça é um animal exigente, necessita de uma grande área para circular. Como é carnívoro, o animal também precisa de alimentos que encontra por meio da caça, como o porco selvagem, veado, capivara, diz ele.
"A onça é um animal carismático, símbolo da fauna do Brasil, que está ameaçado de extinção e foi expulsa da região do cerrado. Por isso, encontrá-la é significativo"
Complementa.
Tatu gigante
Em Março, uma outra espécie de mamífero, um Tatu-canastra, também chamou a atenção de biólogos locais por estar transitando dentro da área do parque.
Conhecido como tatu gigante, ele é considerado uma "espécie raríssima".
O registro, feito no fim do ano passado por câmeras instaladas em árvores,é considerado raro pelos pesquisadores, já que o animal, apesar de ter hábitos noturnos, foi visto se alimentando durante o dia.
Considerado pelos biólogos como uma "espécie raríssima", o Tatu-canastra pode ser encontrado em algumas regiões de cerrado, de campos e na Mata Atlântica.
O mamífero, que vive em algumas regiões de cerrado, de campos e na Mata Atlântica, chega a pesar 50 quilos e é conhecido como o "engenheiro do ecossistema".
O motivo, segundo os pesquisadores, é a descoberta de que suas tocas servem como habitat e abrigo para outros animais.
O tamanho da toca do animal (foto acima) também chama a atenção. Além do Tatu-canastra e da Onça-pintada, entre 2015 e 2017, Felinos, Tamanduás, Antas e outros animais ameaçados de extinção também foram vistos no Parque Nacional de Brasília.
Com Informações de: G1.
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