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21 abril 2018

BRASÍLIA-DF - No aniversário de 58 anos da capital, o G1 busca respostas para três lendas urbanas

58 ANOS: É VERDADE


                Brasília-DF completa 58 anos em 21 de abril de 2018. Isto é um fato verificável: basta consultar os documentos que mostram a transferência do poder nacional do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, para o Planalto
                A capital é jovem, ainda está longe do primeiro centenário, mas tem a história recheada de mitos e lendas.

                Essa mística é facilmente explicável – nos primeiros anos de Brasília, praticamente só havia espaço para os relatos oficiais. O G1 buscou três histórias que se consagraram no imaginário da cidade, passadas dos candangos pioneiros para filhos e netos, para conferir o que é verdade e o que é mito. 

                 
OS ÓVNIS AVISTADOS
                Candangos e ufólogos acreditam ter visto objetos voadores não identificados no horizonte do Planalto Central
                Documentos sigilosos da Defesa registram relatos.


A VISÃO DE PADRE RAIMUNDO

               O céu da capital federal tornou-se um dos principais cartões postais da cidade. Basta vasculhar os celulares de candangos e turistas que pisaram em Brasília para ver fotografias do horizonte surgirem em poucos toques nas telas dos aparelhos. 


               Não é à toa que, na terra sonhada por Dom Bosco e concretizada por Juscelino Kubitschek, o céu a perder de vista também seja palco de fenômenos “exóticos”.

               Em 1960, um religioso identificado apenas como padre Raimundo registrou por meio de uma câmera “lambe-lambe” um objeto voador não identificado – o chamado Ovni – no céu do Núcleo Bandeirante-DF, então conhecido como “Cidade Livre”

               Oito anos mais tarde, Paulo Pinheiro Chagas e Bias Fortes, na época deputados federais, avistaram a 15 quilômetros da capital, na estrada Brasília–Belo Horizonte, uma luz forte, que acreditaram ser um disco voador

               O relato da dupla foi divulgado um ano depois, no jornal Diário de Notícias

“Havia um objeto parado no céu, intensamente luminoso, de forma triangular. Estávamos assim, observando por cerca de quatro minutos, quando o engenho se deslocou na direção da cidade de Goiânia numa velocidade incrível! Nós, então, não tivemos mais dúvida de que vimos um objeto que todos classificam como disco voador”
               Contou Chagas, à época.


               Já em 1982, O Globo noticiou que o então subsecretário-geral do Ministério do Interior – pasta extinta em 1990 –, Luís Carlos Paixão, teria sido “perseguido por objetos voadores”
               Na publicação, ele disse que viajava de carro em direção ao Planalto Central, ao lado da família, quando notou a presença de cerca de cinco óvnis “voando em formação”


               De lá para cá, moradores de diferentes regiões administrativas do Distrito FederalBrazlândia-DF, Gama-DF, Samambaia-DF, Guará-DF, Taguatinga-DF, Paranoá-DF, Sobradinho-DF, Asa Norte-DF e Asa Sul-DF – relataram e continuam a relatar luzes, formas e forças “estranhas” no céu de Brasília.
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OS CORPOS CONCRETADOS

               Não há documentação oficial, mas sobram relatos de que corpos de trabalhadores estejam concretados no Congresso Nacional, na Esplanada e na Torre de TV.


"APENAS UM EPISÓDIO"

               Brasília, o sonho profético de Dom Bosco, levou mais de meio século para começar a ser construída. 

               Colocada a pedra inaugural, os operários tiveram apenas cinco anos para erguer uma capital. Diante do prazo apertado, há farta documentação com relatos da negligência em relação à saúde e segurança dos empregados.
               O trabalho era intenso; a fiscalização, nula. 

               As condições ruins e os acidentes frequentes nas obras fizeram proliferar os relatos de que corpos de trabalhadores mortos eram depositados nas colunas de concreto que sustentam três dos símbolos mais icônicos da capital – Congresso Nacional, Esplanada dos Ministérios e Torre de TV


               O G1 conversou com pioneiros que ergueram esses prédios. Nenhum deles viu o corpo de um colega ser encerrado em concreto, mas todos se diziam capazes de assegurar que esse tipo de ação era tomada. 
               O relato comum aponta que, como as atividades não podiam parar, havia um velório simbólico e o canteiro de obras seguia normalmente depois de concretar mais um corpo. 

               Não há confirmação oficial de que esses corpos estejam nas fundações de Brasília. Mesmo os relatos de acidentes são historicamente desprezados. 



“Do ponto de vista da construção da cidade, isso é apenas um episódio. Não tem a menor importância”
               Disse o urbanista Lúcio Costa ao ser questionado pelo cineasta Vladimir Carvalho sobre os acidentes de trabalho nos canteiros de obras no documentário.
“Conterrâneos velhos de guerra”.

 

QUEDA DE 12 METROS

               O presidente do Clube dos Pioneiros de Brasília, Roosevelt Beltrão, de 77 anos, chegou a Brasília em 1958, dois anos antes de a capital existir. 

“Haviam colunas de até 12 metros nas quais os operários trabalhavam. Não tinha segurança nenhuma, eles acabavam caindo, morriam e ficavam por lá mesmo. Não dava para parar os trabalhos, por isso era tudo feito a galope”
               Conta.

“O presidente tinha a meta de entregar a capital em abril de 1960. Conseguiu.” 

               Os relatos coincidem com o que foi levantado pelo pesquisador Hélio Queiroz, autor de um livro sobre a história de Brasília. Ele estimou que a construção dos prédios principais e os anexos da Esplanada dos Ministérios registrou, em média, três acidentes de trabalho por dia. 

               Já o Congresso Nacional era chamado pelos trabalhadores simplesmente como “o 28”, em referência ao número de andares. O ex-funcionário da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil - NOVACAP Rodolfo Nogueira (esquerda), de 82 anos, diz ter “total consciência” de que as mortes ocorriam nos andaimes e acabavam abafadas. 

“Não conheci ninguém, mas lembro dos comentários que ouvíamos na NOVACAP.”

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AS RAZÕES DO MAPA

               O desenho de Brasília lembra avião, borboleta, pássaro, cruz ... Formato rendeu até comparação com Akhetaton, cidade do Egito Antigo.


CADA UM COM SUA VERSÃO

                Avião? Borboleta? Libélula? Pássaro? Ou cruz? No imaginário dos brasilienses, o formato do Plano Piloto de Brasília – desenhado há 61 anos por Lúcio Costa para ser inaugurado em 1960 – ganha interpretações diferentes. Seja no alto da Torre de TV, seja na janela de uma aeronave, a visão do traçado candango tem uma característica em comum: asas.

                Desde que as primeiras vigas do Plano Piloto foram erguidas e as estradas, escavadas, quem ajudou a colocar de pé o projeto do urbanista criou uma própria definição sobre a forma da cidade de concreto. 

                Adalberto Lassance, de 81 anos, chegou a Brasília em 6 de fevereiro de 1958 para trabalhar como cartógrafo na Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil - NOVACAP
                Ele participou do desenvolvimento dos projetos de construção do Park Way-DF, da estrada de ferro de Luziânia a Brasília e, claro, do Plano Piloto-DF

                De acordo com o cartógrafo, o formato da capital foi projetado para lembrar uma borboleta. A confusão incomodava e tirava o sono do arquiteto Lúcio Costa, jura Lassance

“O Lúcio se irritava copiosamente quando falavam que o Plano tinha formato de avião”

“A confusão acontece porque os eixos Sul e Norte são muito acentuados. Mas, no entorno dos eixos, há desenhos de áreas adjacentes que, no todo, formam uma borboleta.” 

OU FOI SÓ A NATUREZA?


              Na visão do arquiteto e professor aposentado da Universidade de Brasília - UnB Antônio Carlos Carpintero, foi a topografia do terreno a responsável por definir o desenho de Brasília. E, assim, a imagem aérea “acabou recebendo os atributos de avião, borboleta e até libélula”.

“O que motivou o desenho do Lúcio foram as curvas de nível e o divisor de água da bacia do Rio Torto com o Rio Gama, que são o Lago Norte e o Lago Sul
              Diz Carpintero

              Para transformar os acidentes geográficos em superquadras, tesourinhas e eixos rodoviários, Lúcio Costa lançou mão de um modelo arquitetônico recorrente para a criação de cidades planejadas: o formato de uma cruz. 

“É o modelo mais racional para a topografia”
              Avalia o professor e arquiteto Jeferson Tavares, autor do livro “Projetos para Brasília 1927-1957”

“É uma estrutura que dá para levar água para todas as casas, partindo do ponto mais alto, e captar o esgoto em ponto mais baixo.” 

              A banca responsável por escolher o plano arquitetônico de Brasília assinou, em 16 de março de 1957, o documento que autorizava a execução do projeto apresentado por Lúcio Costa
              A proposta apresentada pelo arquiteto e urbanista desbancou 26 projetos. 

              O mérito dele foi justamente a habilidade de conjugar de forma prática todos os elementos disponíveis na época. Ele criou o conceito de superquadra incorporando conceitos que já existiam, como o de cidade parque – com grandes áreas verdes –, e trouxe dos Estados Unidos os cruzamentos que se consagrariam na capital com o formato de tesourinha. 


BRASÍLIA COM EGITO

                Libélula ou avião, o formato de Brasília assemelha-se à cidade egípcia de Akhetaton, um lugar que não existe mais. A igualdade nos traçados da capital federal e da região no Norte da África foi defendida pelos egiptólogos Iara Kern e Ernani Pimentel no livro “Brasília Secreta – Enigma do Antigo Egito.


                Os estudiosos elencam, ao longo da publicação, as semelhanças entre as duas cidades. Eles acreditam que a capital federal tenha sido inspirada no projeto egípcio. 

“Observando-se esse mapa que se situa entre os limites norte e sul, percebe-se que, semelhantemente a Brasília, Akhetaton aparenta uma ave em voo na direção leste, com suas asas Sul e Norte, sendo que esta última com uma vasta área em branco.” 

                Nas páginas do livro, Kern e Pimentel apontam que, assim como Brasília, Akhetaton teve um lago artificial, construído para amenizar o calor e clima seco do local. 


“Assim como no Rio Nilo se construiu o primeiro lago artificial do mundo, o Lago Moeris, em Brasília se fez o grande lago artificial, o Lago Paranoá, para refrescar a cidade, devido ao clima causticante de deserto que a cidade possuía.”

 

DO FARAÓ A JK

                Akhetaton foi erguida em pouco mais de quatro anos, bem como a capital brasileira. A Ermida Dom Bosco e o Templo de Philae foram levantadas em homenagem a seus “profetas”Dom Bosco, no caso de Brasília – e em áreas próximas à água.

                Outro ponto em comum com a cidade egípcia eram as pirâmides. Na capital, o Teatro Nacional, o Templo da Boa Vontade e o antigo prédio da Companhia Energética de Brasília - CEB na Asa Norte, já demolido, são exemplos. 

“Assim como no Antigo Egito existia uma pirâmide de degraus destinada à guarda de energia cósmica e ao controle da energia vital dos que a ela iam, em Brasília, há uma pirâmide escalonada, a pirâmide da CEB (foto), construída para controlar e supervisionar o sistema de energia elétrica da cidade, coincidentemente, e não intencionalmente, nas mesmas dimensões da de Sakara.” 

                Por fim, tanto Juscelino Kubitschek quanto o faraó Akhenaton, nome por trás do território egípcio, morreram 16 anos após fundar as respectivas cidades. 
                O ex-presidente em um acidente de carro; o líder do Egito, assassinado. 

                No livro “Meu caminho para Brasília”, JK citou o “antepassado” ao se questionar “se essa admiração por Ahkenaton, surgida na mocidade, não constituiu a chama, distante e de certo modo romântica, que acendeu e alimentou meu ideal, realizado na maturidade, de construir no Planalto Central, Brasília


                Para o professor de história do UniCeub Deusdethi Júnior, as coincidências são apenas isso: coincidências. 

“Quem sou para dizer que a relação entre as cidades é mito ou verdade? Mas, do ponto de vista da história, essa ideia não tem verificação. E, por isso, não pode ser válida. Do ponto de vista esotérico, sim, tem algum valor.” 

                Deusdethi diz “não condenar nem validar” o trabalho que relacionou Brasília e Akhetaton, mas explicou que coincidências “são frutos da forma escolhida de pensarmos sobre determinados fenômenos”

                Mito ou verdade? 
                Cabe à credulidade de cada um julgar.

                Continue lendo sobre o assunto ... AQUI.

                Com Informações de: G1.

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