Operação Magister investiga 'máfia dos concursos'. Entre 11 alvos há seis professores.
Oito pessoas recém-nomeadas para cargos públicos no Distrito Federal foram presas na manhã desta Quarta-feira (180328) pela Polícia Civil durante a terceira fase da Operação Panoptes, intitulada Magister, que investiga a chamada "máfia dos concursos".
Elas são suspeitas de terem comprado a aprovação em concursos.
Além destas, outras cinco pessoas são alvos de prisão temporária; que valem por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. No total, dos 11 pedidos de prisão, seis foram expedidos a professores.
A operação cumpre, ainda, 12 mandados de busca a apreensão.
Máfia 'tentou fraudar todos concursos' do DF desde 2013, diz Polícia Civil.
Os mandados foram executados em Brazlândia-DF, Gama-DF, Santa Maria-DF, Guará-DF II, Riacho Fundo-DF I, Taguatinga-DF, Cruzeiro Novo-DF, Mansões Entrelagos, Núcleo Bandeirante-DF e também em Valparaíso-GO, Formosa-GO e Cristalina-GO, que ficam em Goiás.
Como funcionava?
Segundo a Coordenação de Repressão ao Crime Organização - CECOR, que conduz as investigações, o grupo criminoso cobrava cerca de 20 vezes o valor do salário que os "candidatos" ganhariam como professores, por exemplo.
O esquema seria liderado por Hélio Ortiz, preso preventivamente na primeira fase da Panoptes, ao lado de Antônio Alves Filho e de Ricardo Silva do Nascimento. Este último, era funcionário da banca examinadora CEBRASPE (antigo CESPE) e, segundo a polícia, responsável por identificar as provas marcadas e preencher os gabaritos.
A Polícia Civil informou que as investigações vão continuar e que, "no decorrer de 2018, irá prender candidatos que fraudaram pelo menos 12 concursos no Distrito Federal".
Panoptes
As investigações começaram em maio de 2017 a partir de denúncias de que fraudes estavam sendo cometidas no concurso do Corpo de Bombeiros do DF. Na época, a Polícia Civil identificou duas pessoas que tentaram burlar o exame.
Meses depois, os investigadores concluíram que as tentativas de fraude ocorreram em praticamente todos os concursos recentes e de anos anteriores – inclusive enquanto a operação já estava em curso.
Um exemplo é concurso da Câmara Legislativa, que seria realizado em dezembro do ano passado. O grupo também tentou burlar o exame da TERRACAP para cinco candidatos, mas nenhum deles conseguiu a vaga, segundo o diretor financeiro do órgão, Renato Brown.
Segundo a Polícia Civil, qualquer pessoa podia contratar os serviços do grupo criminoso. Caso a vaga fosse para nível superior e o candidato não tivesse graduação, a quadrilha também forjava o diploma.
Modalidades de fraude
Foram identificadas quatro modalidades de falsificação. Em uma delas, o candidato usava um ponto eletrônico (espécie de fone de ouvido) para receber instruções sobre o gabarito.
Em outra, o candidato deixava aparelhos celulares em pontos diferentes do local de prova, como o banheiro, para consultar as respostas. Os agentes identificaram, ainda, o uso de identidades falsas para que uma pessoa se passasse por outra.
Com Informações de: G1.
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