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16 fevereiro 2018

PARACATU-MG - Terceiro dia de luta para retirar o corpo do Sgt Filho, sem êxito

Resgatar o corpo do Sargento Paulo Francisco Pereira Filho, é o grande desafio para os militares do Corpo de Bombeiros da cidade de Paracatu. É já o terceiro dia e ainda não foi possível retirá-lo do local.

                 Para quem ainda não leu sobre o assunto, o Sargento Filho mergulhava com o Soldado Santana na Represa Boa Sorte, distante 30 Km do perímetro urbano e do Pelotão, realizando treinamentos, quando ficou preso a um cano tubular com forte sucção numa profundidade de aproximadamente 6 metros.

                 Percebendo sinal de emergência na corda, o soldado Santana mergulhou na tentativa de socorrer o sargento, em vão. Por volta das 16:30 horas desta Quarta-feira (180214), entrou em contato com a corporação BM, solicitando socorro.

                 Algumas guarnições estiveram no local, após 40 minutos que o sargento já se encontrava imerso, foi constatado morte do militar BM. Assim a corporação lutou até a noite, vindo a desistir por falta de iluminação no local, deixando para retomar as buscas no dia seguinte, logo pela manhã.

                 Na Quinta-feira (180215), utilizando de diversas táticas e estratégias, sendo todas elas em vão, e no final do dia, o Cmte tenente Gabriel,  publicou nota, falando sobre o assunto, o que pode ser lido AQUI.

                 Nesta Sexta-feira, em continuidade, foi iniciado as buscas logo pela manhã, e nesta tarde, o Comandante 4ª Cia Ind BM, Major BM Ricardo MARISGUIA Mendes, divulgou a seguinte NOTA, esclarecendo a luta para resgatar o corpo do militar BM e a gratidão da colaboração de todos.


Acompanhe a seguir, na íntegra

                 Caros Amigos,

                 Estamos aqui em Paracatu ainda na missão que nos foi confiada para resgate de nosso irmão de farda, o nº 120.884-2, 3º Sargento BM, Paulo Francisco Pereira FILHO, o Sargento Filho, que em data de 14 de fevereiro de 2018 foi executar uma atividade de mergulho em uma represa na zona rural veio a ser sugado pela tubulação da represa e se encontra preso pela força da sucção a 6 metros de profundidade.

                 Adianto que seus companheiros de serviço, acionados para resgatá-lo, desconheciam o risco pelo qual passaram quando imediatamente se deslocaram e entraram nas águas da represa e encontraram o sargento, contudo não conseguiram tirá-lo pois estava preso ainda no cano pela sucção que, pelos relatos e observações, deve se encontrar danificado em um ponto, onde se encontra prendendo o sargento, ou em vários vez que a água do represamento não é cristalina e se encontra muito turva não oferecendo visibilidade sequer a 20 centímetros quando se entra e nenhuma no ponto onde se encontra. 

                 Ainda mais que um de seus amigos de serviço, durante a tentativa de salvamento teve um pé preso pela sucção vindo a perder a nadadeira que estava usando para desvencilhar da pressão. 

                 Mas, mesmo assim, desconhecendo o risco, ainda colocaram uma retinida para marcar o local onde o Sargento está.

                 Agradeço as palavras de carinho, incentivo e sugestões que nos enviaram via mensagem de texto, aplicativo, áudio e vídeo, de todo o estado e também do Brasil, de Bombeiros Militares, Policiais Militares e de civis, tentando ajudar no resgate de nosso irmão de farda. 

                 Foram muitas, das mais variadas e todas, por incrível que pareça, das mais simples as mais elaboradas foram amplamente discutidas entre os integrantes das equipes. 

                 Ideias que por mais simples que foram nos levaram a refletir a respeito da melhor maneira de tentar resgatar nosso amigo sem causar risco algum a qualquer outro integrante da equipe. 

                 Ideias como placas de metal para interromper o fluxo, tambores, tablado, quebra do cano, serrar o cano, utilização de batoque de salvamento, câmara de ar, dentre muitas outras foram discutidas, mas está sendo levado em conta o risco de vida de mais um bombeiro e, mesmo que saibamos que o militar se encontra submerso, pelo seu histórico de vida, que tanto batalhou pela preservação e salvamento de muitas outras vidas, sabe, em algum lugar, do esforço de seus companheiros.

                 Tentamos interromper o fluxo de água no vertedouro contudo a pressão e a quantidade de água não deixaram a terra assentar. 

                 Tentamos bags (grandes sacos) de terra, contudo a força das águas impediram que os bags se assentassem pois a cada bag colocado pelo caminhão muck era lavado sendo tentado colocar 7 destes confirmando que a represa contém vazamento pois essas ações foram feitas com as comportas fechadas.

                 Por fim, na data de ontem, decidimos abrir as comportas, não sem antes avaliar se os seus 1.137.300 m³ de água pudessem trazer algum transtorno para as outras 4 represas à jusante e um outro número de represas até chegar ao Rio Paracatu não causar nenhum outro desastre, com o risco da força da sucção destas puxar o Sgt Filho, mas se tudo der certo a pressão diminuirá e consequentemente a força da sucção do cano onde se encontra preso também.

                 Saliento que apesar da fatalidade nos é interessante poder trabalhar sob o Comando do sr. Cel Moraes que, in loco, nos orienta, aproveitar a experiência do Cap Caixeta, especialista na atividade, e revigorante trabalhar com o Ten Gabriel podendo repassar orientações prontamente acatadas sendo o elo de informações com outros escalões, e um sem número de companheiros de farda os quais deixo de nominar por receio de faltar, mas uns mais experientes, outros mais aguerridos, mas todos com o mesmo objetivo: Salvar!

                 Graça e Paz.
Ricardo MARISGUIA Mendes, Major BM
Comandante 4ª Cia Ind BM.

 

 


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                 Com Informações de
CBMMG - PARACATU-MG.

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