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10 fevereiro 2018

JUIZ DE FORA-MG - Polícia Civil indicia homem por induzimento a suicídio e estupro de vulnerável

                Um professor de dança de 46 anos vai responder por induzimento ao suicídio de um adolescente de 17 anos, e estupro de uma adolescente de 12 anos, em Juiz de Fora-MG

                Ele também era suspeito de manter a companheira, de 48 anos, e os filhos dela em cárcere privado, mas a investigação não encontrou elementos que comprovassem o crime. 

                A delegada Ione Barbosa, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, informou que irá remeter o inquérito para a Justiça ainda nesta Sexta-feira (180209).

“Mantivemos o indiciamento por induzimento ao suicídio porque os vídeos que apreendemos mostraram que o garoto, que era dependente químico, se encontrava em situação constrangedora e vexatória. 

Já sobre o estupro de vulnerável, a menina o defende, diz que não foi ele, mas as evidências apontam que dormiam juntos. Além do mais, nesta idade, independe de consentimento, é crime”
                Afirmou a delegada.

                Com relação à mãe e companheira dele, Ione Barbosa disse que ela será indiciada e responderá por “estupro de vulnerável por omissão”.

“Ela estava ali como garantidora da menina, tinha a obrigação legal de cuidar, de vigiar e evitar isso. 

A menina não confirma que o homem a estuprou, diz que foram os dois irmãos e que eles teriam dado drogas para ela. 
Mas a apuração não encontrou evidências dos argumentos de que seriam os culpados. 
A menina disse, também, que a mãe, que não trabalha e fica o tempo todo em casa, nunca percebeu porque estava lavando roupa. 
Portanto, ela pode não ter ajudado a praticar, mas foi omissa”
                Esclareceu.

Penas

                Quanto às penas, a delegada informou que com relação ao induzimento ao suicídio, o agravante é o fato de a vítima ser adolescente, o que aumentaria a pena para um período de quatro a 12 anos de reclusão. 

                Quanto ao estupro de vulnerável de forma continuada, tanto o homem, quanto a mãe, podem ser condenados a uma pena de oito a 15 anos.

Crime

                O caso foi divulgado em dezembro, quando o homem foi preso pela Polícia Civil, durante cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na casa da família no Bairro Nova Era

                Diversos remédios e 77 garrafas de bebidas alcoólicas, algumas vazias, foram apreendidos no endereço.

                Além disso, a delegada contou que a Justiça aceitou o pedido de prisão preventiva e o homem permanecerá no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional - CERESP

“Ele foi preso por 30 dias e, antes do fim do prazo, reiterei o pedido. Ele chegou a ser solto, mas a Justiça concedeu mais 15 dias de prisão temporária. 
Antes do fim deste prazo, entrei com pedido de conversão para prisão preventiva, que foi aceito. 
Ele permanecerá preso por tempo indeterminado”

                De acordo com Ione Barbosa, a defesa do homem atribui o estupro e a dependência química da menina de 12 anos aos dois irmãos mais velhos dela. 

                Foi feito exame toxicológico na adolescente, mas a delegada ainda não recebeu os resultados. Um de 18 anos saiu de casa e rompeu relações com a família. 

                O outro de 17 se suicidou no dia 2 de junho, fato que motivou uma denúncia anônima via 181 e levou à investigação do caso.

“A defesa ressalta que o homem o tempo todo não tem culpa e tentou ajudar o adolescente, que era dependente químico. 

E joga nos irmãos mais velhos a responsabilidade do estupro e dependência química da caçula. 

Ele conta com o apoio tanto da mãe quanto da garota, que o defendem e dizem que ele é um homem bom e confirmam a versão dele”
                Explicou Ione Barbosa.

                A delegada destacou que, em depoimento, a mãe disse que o filho mais velho tinha inveja do filho do meio, que tiraria melhores notas na escola.
                Ela também atribui ao jovem o estupro e o início da dependência química do irmão do meio. 

                Em depoimento, o rapaz negou estes crimes e ressaltou que o companheiro da mãe tinha um relacionamento com a irmã.

                No entanto, a apuração não encontrou evidências deste argumento de que os irmãos seriam culpados. Conforme Ione Barbosa, parentes e pessoas que conheceram os irmãos não confirmam nem acreditam nesta versão apresentada pela defesa e pela companheira e a adolescente.

                Os policiais militares e o perito que atenderam à ocorrência no dia que o adolescente se matou também ressaltaram em depoimento que estranharam o comportamento da família. 

“Os policiais militares destacaram que o homem e a mulher lidaram com muita frieza com o caso. A mãe não conversou com eles, deixou a cargo do companheiro contar o que houve. 

O perito destacou que a família ficou trancada a portas fechadas por meia hora, no terraço enquanto o corpo estava na rua”
                Explicou.

                Outro dado que consta no inquérito é o ofício do Hospital Ana Nery informando que o adolescente de 17 anos foi retirado da internação antes do fim do tratamento. 

“Anexamos este documento, recebido no dia 10 de junho, dias depois da morte dele, de que o adolescente era dependente químico e estava internado no hospital e foi retirado a pedido da família antes do período previsto. Isso pode ter contribuído para que ele tirasse a própria vida”
                Comentou a delegada.

Denúncia anônima levou à investigação

                O caso foi descoberto após denuncia anônima feita ao Disque-Denúncia Unificado - DDU, 181, em junho de 2017. Conforme a apuração, a mulher ficou viúva e conheceu o investigado há cerca de quatro anos, numa aula de dança. 
                Em 2015, ele foi morar com ela e os três filhos.

                A delegada explicou, na coletiva em dezembro, que as informações repassadas no dia 6 de junho diziam que uma mulher de 48 anos e a filha de 12 eram mantidas em cárcere privado pelo homem, que tinha controle absoluto sobre a família. 

                Além disso, a adolescente teria sido estuprada pelo suspeito. A denúncia também apontou que o filho mais velho dela, de 18 anos, estaria desaparecido e que outro filho, de 17 anos, tinha se suicidado no dia 2 de junho.


                Os investigadores foram até o local indicado no 7 de junho e não encontraram, a princípio, indícios de cárcere privado. 
                A apuração seguiu com toda a família, inclusive com o investigado, que foi chamado para prestar depoimento.

                De acordo com a Polícia Civil, o professor de dança negou os crimes e tentou se defender mostrando um vídeo do adolescente morto. Ele entregou o celular para perícia e foram descobertos outros vídeos, que tinham sido deletados.

“Neste primeiro depoimento, o investigado mostrou um vídeo no celular dele do adolescente que se matou, em que ele aparecia transtornado, se dizendo homossexual, que gostava de sexo e de drogas. 

Vários outros vídeos do garoto em situações constrangedoras foram resgatados. 

Há imagens do adolescente de calcinha, dançando e com imagens do menino de quatro, sendo filmado pelo investigado que dava ênfase ao órgão genital e dele aparentemente dopado fazendo elogios ao homem”
                Destacou a delegada.

                De acordo com ela, outro vídeo recuperado do celular do suspeito na perícia deixou surpresos os investigadores e reforçaram outra suspeita. 

“Ele tem um vídeo do adolescente morto, sem roupas, depois da necrópsia, onde ele também dá ênfase ao órgão genital. Os vídeos nos deram indícios, que estamos apurando, de que ele também teria sido abusado pelo investigado”
                Afirmou.

                Ao contrário dos irmãos, que estudavam, a delegada informou que as apurações mostraram que a filha caçula não ia a aulas e nem tinha amigos. Em depoimento, a adolescente de 12 anos negou ter sido estuprada e, dias depois, retornou ao lado do homem com uma versão para o abuso.

“No entanto, a garota passou por um exame que comprovou que não era mais virgem. E ela confirmou que dorme com ele, mas não denunciou nenhum abuso. No entanto, é indício de que houve estupro de vulnerável. 

Dias depois, diante da suspeita, o investigado voltou à delegacia com a menina, para nos mostrar um vídeo onde ela acusa de estupro os dois irmãos mais velhos”
                Afirmou a delegada.

                Os investigadores então chamaram o irmão mais velho para depor novamente. De acordo com Barbosa, na primeira oitiva, ele estava reticente em falar do assunto.

“Ele saiu de casa assim que completou 18 anos, rompeu totalmente com eles, não tem contato. 

Permaneceu morando e trabalhando em Juiz de Fora e não queria falar do assunto. No entanto, ao ser acusado, ele desmentiu e falou que suspeitava que o investigado abusasse da irmã mais nova, já que estavam sempre juntos e também teria abusado do irmão de 17 anos. 

Ele não mencionou nenhum tipo de abuso contra ele mesmo”
                Relatou.

                Com Informações de: MinasHoje.

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